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Economia e Finanças

30 de Julho de 2015 as 14:07:52



INVESTIMENTOS - RENDA FIXA: CDS Brasil acentua alta, em alinhamento com o retorno do bond soberano


RENDA FIXA -  Análise de Mercado
 
CDS Brasil acentua alta, voltando a se alinhar com o retorno do bond soberano 
 
Recuperando o ligeiro atraso em relação ao bond soberano, o CDS Brasil registrou forte valorização, ao superar os patamares de alta apontados para a semana, já nos primeiros dias após a publicação do último relatório.
 
De fato, os movimentos do CDS Brasil de 5 anos e do retorno do bond soberano brasileiro de 2025 (cupom 4,25%) haviam retomado a força de alta na semana anterior, mas com maior intensidade sobre o rendimento do bond, acompanhando as pressões altistas sobre os juros domésticos. 
 
Entretanto, nos últimos dias, ambos os instrumentos retomaram a sua histórica correlação e confirmaram a hipótese levantada na análise – de ocorrer reflexos da alta do yield sobre a cotação do CDS, já no curto prazo.
 
Assim sendo, considerando que o yield do T-bond de 10 anos se reduziu na semana, a elevação conjunta do CDS e do dólar frente ao real figurou como o principal vetor de alta sobre os juros domésticos. Com isso, a paridade descoberta das taxas de juros continua fortemente pressionada, embutindo juros domésticos ainda mais altos que a atual taxa Selic e acrescentando novos elementos para a próxima reunião do Copom agendada para esta semana. 
 
US Treasuries.
 
O quadro altista iniciado em março mudou de padrão e se encontra, neste momento, em congestão de curto prazo, ainda tendo como base o importante referencial de 2,380% – que se  mostrou capaz de dividir os campos de alta e de baixa nos últimos 5 anos, configurando mais claramente cada tendência ao superar o nível de 2,380% ou ao perdê-lo. 
 
O novo padrão, ora configurado, também vem respeitando uma linha secundária de tendência de alta, mas que se desenvolve em uma inclinação menor, em ritmo mais lento. Dessa forma, o retorno do treasury de 10 anos deve continuar oscilando entre as bandas de 2,200% e 2,500%, mas ainda em Por outro lado, se o yield recuar para menos de 2,220%, o atual movimento de alta pode perder força e T-bond de 10 anos (yield % a.a.) 
 
Nos últimos 5 anos, o yield vem respeitando uma longa linha de baixa, com o maior pico em 3,986% (negociado em 05/04/2010) e a menor cotação em 1,387% (em 24/07/2012). 
 
Risco Brasil.
 
Em contexto de forte alta, o CDS brasileiro de 5 anos cumpriu rapidamente os objetivos  apontados na última análise, ultrapassando em poucos dias os dois níveis identificados (em 277 e 287 pontos) e chegando perto do referencial crítico de 306 pontos (registrado em 16/03/2015), que continua sendo um importante ponto de atenção, uma que vez que apenas foi superado durante a crise subprime. 
 
Por outro lado, se vier a perder o fundo em 206 pontos, o CDS poderia reverter sua tendência para baixa. 
 
O objetivo da tendência atual se confirmou, ao atingir e superar o topo em 5,100%. O retorno do bond soberano brasileiro com vencimento em 2025 (cupom de 4,25%) se mantém em campo de alta, configurando padrões típicos de forte  valorização (respeitando o canal de alta, com sucessivos rompimentos de linhas de baixa de curto prazo, e a divergência de médias).
 
Ademais, a possibilidade levantada naquele momento se efetivou na semana, com reflexos desta alta de yield sobre a cotação do CDS, no curto prazo. 
 
No entanto – em hipótese cada vez menos provável –, se perder o fundo em 4,578%, o yield poderá reverter a tendência atual e buscar cotações mais baixas como o nível de 4,432%. 
 
Juros Brasileiros.
 
Voltaram a subir fortemente os contratos de toda a estrutura a termo da curva DI, especialmente após a 5a. feira, em meio a elevado volume de operações e acionamento de mecanismos de proteção (stop loss), em continuidade da inclinação negativa da curva. 
 
O movimento de alta ganhou força especialmente após a divulgação da prévia do índice de inflação oficial (IPCA-15), que sinalizou a continuidade da pressão inflacionária, com registro de 9,25% acumulado em 12 meses.
 
Além disso, na última sexta-feira, o Banco Central reforçou o discurso hawkish mencionando a existência de “riscos recentes” e anunciando a necessidade de se manter “vigilante”, o que também contribuiu para a alta dos contratos curtos e médios. 
 
Para o final de 2015, o Focus apresenta a expectativa de IPCA em 9,23% a.a., acumulando a décima quinta elevação consecutiva, enquanto a estimativa para dezembro de 2016 voltou a se estabilizar, mas agora em 5,40%. A expectativa para a inflação dos preços administrados continua ascendente, em 15,10% (prevista para o final de 2015). Entre os contratos mais longos, a valorização dos yields acompanhou a alta do prêmio de risco-país (vide análise do CDS e do bond soberano brasileiro).
 
O volume de contratos DI negociados na semana apresentou forte crescimento, em linha com a alta volatilidade e a execução de ordens de stop, com média diária de 2.016,6 mil negociações (contra 978 mil na semana anterior). 
 
O diferencial entre os contratos de vencimentos médios e longos (jan/2017 e jan/2021, de maior liquidez) oscilou em grande volatilidade durante a semana, mas apresentou alta mais acentuada no derivativo de jan/2017 (que reflete as expectativas para o ano de 2016). 
 
(Observando os contratos de vencimentos médios e longos, é possível notar que os retornos se mostram menores entre os vencimentos mais longos, o que leva o desenho da curva a se inclinar para baixo, gradativamente, acompanhando a projeção do tempo. O tamanho dessa inclinação pode ser medido, comparando-se a taxa do contrato de médio prazo com a taxa de um contrato longo.) 
 
Paralelamente, o FRA Cambial acompanhou não apenas a acentuada alta dos contratos DI, mas também a  valorização do dólar spot em maior proporção que a alta do dólar futuro. Como resultado, houve incremento em toda a curva do FRA Cambial, com maiores valorizações a partir dos contratos de out/2016. 
 
Dólar comercial interbancário.
 
Foram superados os dois objetivos de curto prazo da atual tendência (R$ 3,20 e R$ 3,31), podendo chegar em R$ 3,55 e R$ 3,65. Após o rompimento da linha de tendência de baixa, em junho, o  dólar segue em tendência de alta, em meio a volatilidades de curto prazo situadas em campo altista (especialmente pela superação do nível de Fibonacci de R$ 3,10 e pela sustentação do preço acima da média móvel de 30 dias).
 
Dessa forma, o comportamento do ativo não apresenta sinais significativos de reversão para baixa neste momento. Por outro lado, se perder o fundo em R$ 3,07, de forma consistente, a moeda pode reverter a tendência de alta e buscar os patamares de R$ 3,07 e R$ 2,88. 
 
De janeiro a março, a cotação do dólar no mercado spot apresentou forte valorização, rompendo níveis sucessivamente importantes, como o topo em R$ 2,90, e vem se mantendo acima desse referencial até o momento. Ao longo do período, porém, o mês de maio foi marcado por uma particular redução da volatilidade, sob a forma de um padrão gráfico triangular – que costuma anteceder movimentos mais intensos de alta ou de baixa, quando rompido. 
 
Em julho, entretanto, a oscilação foi efetivamente rompida e confirmada, rumando em direção a preços cada vez mais altos e alinhando-se à tendência primária de alta. Cabe notar que não apenas o padrão triangular foi rompido, mas também foi superado os próprios níveis de Fibonacci em R$ 3,03 e R$ 3,10, os quais figuraram como um relevantes resistências no histórico recente.  
 
Entre o ápice observado em set/2002 e o fundo registrado em jul/2008, a cotação do dólar comercial (interbancário) oscilou em meio a baixas sucessivas, partindo de R$ 3,74 e chegando a R$ 1,55 (nos fechamentos mensais).
 
Contudo, o comportamento posterior merece especial destaque, em vista da formação de um consistente movimento de alta, pouco comum, identificado graficamente no rompimento de quatro sequências baixistas de prazos menores e pela acumulação e convergência de médias. 
 
Paralelamente, também o fundo formado em R$ 1,55 – que foi tocado em dois momentos e respeitado como um limite à força de baixa – reforça a cotação para níveis sucessivamente maiores, em harmonia com os níveis de preço referenciados pela série de Fibonacci. Esta força altista, por fim, ganhou um novo e forte impulso no mês de março, que ultrapassou o canal de alta formado desde o final de 2011, levando a cotação do dólar a níveis cada vez maiores.
 
 
Confira no anexo a íntegra do relatório RENDA FIXA - ANÁLISE DE MERCADO, elaborado por RENATO ODO, analista de investimentos do BB INVESTIMENTOS

Clique aqui para acessar o aquivo PDF

Fonte: RENATO ODO, analista de investimentos do BB INVESTIMENTOS





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