Diário de Mercado em 21 de julho de 2016
Ibovespa estável refletindo Copom e IPCA-15;
dólar em alta com decisão sobre juros pelo Banco Central Europeu
O Ibovespa operou próximo à estabilidade, encerrando em ligeira alta de 0,11%, aos 56.641 pts. O índice acumula agora +9,93% no mês e +30,66% no ano.
O giro financeiro da Bovespa foi de R$ 7,39 bilhões. No dia 19 (último dado disponível) houve ingresso de capital externo da ordem de R$ 340 milhões na Bolsa, elevando o acumulado líquido do mês a R$ 4 ,22 bilhões e do ano a R$ 16,86 bi.
Na agenda econômica (pg.3 do anexo), internamente, após a divulgação da manutenção da Selic -meta pelo Copom na noite anterior, com um comunicado austero, reiterando a vigilância perante as ainda presentes pressões inflacionárias, tivemos a divulgação do IPCA-15.
O indicador, que é considerado antecedente ao IPCA, mostrou uma inflação nos 15 dias iniciais de julho em 0,54%, uma aceleração ante o mesmo período de junho, quando o indicador veio em 0,4%.
A pressão permanece por conta da alta dos alimentos, que subiram 1,45%, e foram responsáveis sozinhos por 0,37% da alta. O indicador, somado ao comunicado do Copom , reduziu significativamente as apostas do mercado quanto a um possível corte na Selic na próxima reunião da autoridade monetária (31/08), e o mercado de juros futuros reagiu com escalada dos juros na esteira da expectativa de aperto monetário mais prolongado.
Juros do BCE
Externamente, destaque para a definição dos juros do Banco Central Europeu e a posterior entrevista de seu presidente Mario Draghi. O presidente justificou a opção pela manutenção das taxas de refinanciamento (a principal do BCE) em 0% e a de depósitos em -0,4%, além de não anunciar novos estímulos (embora tenha deixado a porta aberta para eles em um futuro próximo), baseado na ainda falta de melhores informações quanto aos impactos do Brexit.
Por fim, nos EUA, o número de auxílios -desemprego divulgado (254 mil) veio ligeiramente abaixo do estimado pelo mercado, em 270 mil, mas não trouxe impacto positivo.
Câmbio e Juros Futuros
No mercado de câmbio, com o noticiário de manutenção da taxa do Banco da Inglaterra e mais uma sessão de atuação do Bacen nas ofertas de leilões de swap cmbial reverso de dólar, a divisa norte -americana finalizou a sessão em valorização perante o real , a R$ 3,2751 (+0,48%).
Em resposta ao comunicado do Copom na noite anterior e ao IPCA-15 nesta manhã, no mercado de juros futuros da BM&F houve avanço ao longo de toda a estrutura a termo da curva de juros, em grau mais acentuado nos vencimento mais curtos. Já o CDS brasileiro de 5 anos operou próximo à estabilidade ao longo do dia, fechando a 289 pontos ante 287 na sessão anterior.
Bolsas no Exterior
Nos mercados estrangeiros, as principais bolsas asiáticas fecharam em alta, ainda ecoando as possibilidades de estímulos no mercado japonês. Entretanto, no encerramento da sessão por lá, uma entrevista antiga de Kuroda, do Bank of Japan , foi divulgada, onde ele supostamente negou um financiamento dos gastos públicos através do Banco Central, operação conhecida por “dinheiro de helicóptero”. A notícia, embora datada, trouxe stress pelo fato de que na semana que vem acontecerá a definição da taxa de juros pelo BoJ.
Na Europa, mercados sem direção definida na esteira de balanços corporativos divididos, enquanto nos EUA as bolsas cederam majoritariamente impactadas por retração de ações do setor bancário.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 5ª feira, 21.07.2016, elaborado por RAFAEL FREDA REIS, CNPI, analista de investimentos do BB INVESTIMENTOS
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