Diário de Mercado na 6ª feira, 26.08.2016
No ponto alto da semana, Janet Yellen discursou e os mercados caíram, com temor de alta de juros nos EUA.
O Ibovespa, assim como ontem, encerrou o pregão “de lado”, aos 57.716 pts (-0,01%), variando -2,34% na semana - sendo a primeira queda semanal após 10 semanas consecutivas positivas.
O índice passou a acumular +0,71% no mês, +33,14% no ano e +25,37% em 12 meses. Preliminarmente, o giro financeiro da Bovespa foi de R$ 7,34 bilhões, sendo R$ 7,10 bilhões no mercado à vista. No dia 24 (último dado disponível), ocorreu ingresso líquido de capital externo de R$ 4,37 milhões na bolsa, que passou a denotar saída de R$ 1,550 bilhão em agosto, mas, acumulando R$ 15,7 bilhões no ano.
O aguardado discurso da presidente do Fed, Janet Yellen, que teve início ás 11h, trouxe até um alento inicial. Todavia, após os agentes digerirem as entrelinhas, os mercados viraram para um mau humor que perdurou ao longo de toda o restante do dia. A chairman declarou "sob a luz da forte desempenho continuado do mercado de trabalho e nossa perspectiva para a atividade econômica e inflação, eu acredito que o caso para um aumento das taxas dos fed funds se fortaleceu nos últimos meses". Já o vice-presidente do Fed, Stanley Fischer, ratificou esta postura, declarando depois que a fala da presidente era consistente com duas altas nas taxas de juros nos EUA ainda neste ano, azedando de vez a feição dos gestores.
Enfim, mais uma vez, mesmo sem ter ainda o indicador econômico de inflação (núcleo do PCE) em direção à meta estabelecida de 2% para elevar os juros, membros do Fed tentar conter qualquer euforia dos mercados, talvez por acreditarem que os preços dos ativos já estão demasiadamente elevados, bem como, para tentar evitar a formação de alguma “bolha especulativa”.
Na agenda econômica (pg.3), no Brasil, na agenda econômica (pg.3), no Brasil, o CNI (Confederação Nacional da Indústria) anunciou que o índice de confiança dos consumidores atingiu 102,0 pts em agosto, com alta de 0,8%, ante os 101,2 pts de julho, bem como, variou +3,1% em relação a agosto de 2015 (98,9 pts). O IPC-Fipe (inflação ao consumidor no município de São Paulo) registrou deflação de 0,03% na 3ª quadrissemana de agosto, versus +0,05% na 2ª quadrissemana e +0,35% do índice no mês de julho. A FGV (Fundação Getúlio Vargas) divulgou que o INCC-M (Índice Nacional de Custo da Construção – Mercado) desacelerou para +0,26% em agosto, contra +1,09% em julho.
Externamente, uma nova revisão o PIB 2T16 dos EUA mostrou variação de +1,1% (taxa anualizada), ante +1,2% da prévia anterior e em linha com o mercado. Vale ressaltar que, favoravelmente o Consumo das Famílias melhorou para +4,4%, de 4,2% anunciados anteriormente. Já o índice de confiança do consumidor da Universidade de Michigan cedeu a 89,8 pts em agosto, contra 90,4 pts da prévia e de 90,0 pts em julho. Já as prévias dos PIBs 2T16 (A/A) de França e Reino Unido foram, respectivamente, de +1,1% (consenso em +1,4%) e de 2,2% (em linha com o consenso).
Câmbio e Juros Futuros
No mercado de câmbio (interbancário), na esteira do pronunciamento da presidente do Fed, o dólar subiu 1,21%, para R$3,2680, com alta de +1,97% na semana e acumulando +0,80% no mês, -17,50% no ano e -9,30% em 12 meses.
No mercado de juros futuros, refletindo o mau humor dos agentes com as citações de Janet Yellen, os DIs ascenderam progressivamente da ponta mais curta para a mais longa, elevando como um todo a curva da estrutura a termo da taxa de juros. Já o CDS brasileiro de 5 anos subiu pela sexta sessão, encerrando a 261 pts hoje, avançando 8 pts em relação aos 253 pts da sexta-feira passada (19/ago).
Confira no anexo a integra do relatório de análise do comportamento do mercado na 6ª feira, 26.08.2016, elaborado por Hamilton Moreira Alves, CNPI-T, Rafael Freda Reis, CNPI, analistas de investimento do BB Investimentos.