2017: IPCA arrefeceu, mas PIB também; 2016: IPCA mais baixo.
No relatório semanal Focus do Banco Central, que traz a mediana das projeções de mercado, ocorrerarm variações para baixo no IPCA (inflação ao consumidor) tanto para 2016, como para 2017, bem como o PIB para o próximo ano sofreu um pequeno ajuste para baixo.
Neste momento, as pequenas oscilações para o final deste ano já não são consideradas tão relevantes. Os agentes estão focados nas expectativas para 2017, vislumbrando novamente uma inflação cadente, mas, em dúvida em relação à magnitude do esperado retorno do crescimento econômico.
Em verdade, o mercado parece aguardar a postura do Banco Central sobre o início e a continuidade do ciclo de afrouxamento monetário, que já está sendo precificado para principiar na decisão do Copom em 19 de outubro próximo.
Nesta 2ª feira, 26.09, a maior parte dos analistas aposta em corte de 25 pontos-base, baixando a taxa Selic de 14,25% a.a. para 14,00% a.a. Assim, os agentes irão digerir as entrelinhas do Relatório Trimestral de Inflação (RTI) do Bacen, que será divulgado na manhã desta terça-feira (27).
Inflação ao consumidor recuou, mas, câmbio e taxa de juros (Selic) conservaram-se “de lado”. O IPCA registrou diminuição em 2016 pela segunda semana seguida, arrefecendo para 7,25%, versus 7,34% da semana anterior. Já para 2017, após uma “parada técnica” de duas semanas, retomou a sua tendência declinante, cedendo a 5,07%, ante 5,12% da semana anterior.
Em verdade, neste ano, a taxa básica de juros (Selic) não tende a encerrar divergente da previsão de mercado. Por enquanto, estimam-se dois cortes de 25 pontos-base até o final deste ano, recuando a taxa Selic para 13,75% a.a., bem como uma trajetória descendente em direção a 11,00% a.a. para o final do próximo ano.
Assim, como a taxa de juros demora no mínimo seis meses para “surtir” efeito, o juro real da economia tenderá a ficar elevado na maior parte do próximo ano, com o Banco Central mirando o centro da meta de inflação estabelecida para 2017, em 4,5 % – que vai transparecendo ser cada vez mais factível.
Neste contexto, novamente, o Relatório Trimestral de Inflação do Bacen poderá trazer mais sinalizações. A taxa de câmbio situa-se em “compasso de espera”.
PIB e Produção Industrial
O crescimento para 2017 apresentou tão somente uma pequena correção para baixo, voltando ao nível de duas semanas atrás – sem maiores ilações no presente. Já a produção industrial, que guarda correlacão com o retorno do crescimento do País, sofreu abrupta variação para o próximo ano. Desta vez, com os agentes calibrando suas expectaivas para cima, mas ainda aquém do esperado no início deste ano para 2017.
Síntese
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O IPCA cedeu nos dois horizontes: de 7,34% para 7,25% para 2016 e de 5,12% para 5,07% para 2017.
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A Selic manteve-se inalterada nos dois períodos de projeção, em 11,00% a.a. e 13,75% a.a. para 2017 e 2016, respectivamente.
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A taxa de câmbio praticamnete não oscilou, indo a R$3,29 para 2016 (R$3,30 antes) e ficando estável em R$3,45 para 2017.
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O PIB arrefeceu a +1,30% (+1,36% na semana anterior) para 2017 e variou minimamente a -3,14% (-3,15% na semana anterior) para 2016.
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O CDS (Credit Default Swap - risco-país - fonte: CBIN) de 5 anos do Brasil encerrou “de lado” em 273 pts na sexta-feira (23/set), contra 274 pts da sexta-feira anterior (16/set).