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Investimentos

18 de Janeiro de 2017 as 13:01:18



INVESTIMENTOS - LOJAS RENNER Atualizações sobre Desempenho OUTPERFORM


LOJAS RENNER
Atualização da Empresa
17.01.2017
Maria Paula Cantusio, CNPI Senior Analyst 
Victor Penna, CNPI Chief-Analyst 
 
 
Revisamos nossos números para o desempenho da Lojas Renner nos próximos meses e introduzimos um novo preço-alvo YE17 de R $ 29,40 (de R $ 23,00 anteriores).
 
Nossa recomendação foi atualizada para Outperform, uma vez que a cotação de ações foi recentemente impactada pela liberação de desempenho de vendas abaixo do esperado no 3T16, somado a uma previsão mais pessimista para o cenário macro nos próximos meses.
 
Em nossas novas perspectivas, assumimos uma perspectiva conservadora no curto prazo, reduzindo as expectativas de vendas e margens, reconhecendo que nossos números anteriores eram muito otimistas em face do pano de fundo desafiador para o segmento de varejo. O alto nível de taxa de desemprego, juntamente com a pressão dos salários, deve adiar uma recuperação nas vendas dos varejistas mais tempo do que anteriormente consideramos.
 
Lojas Renner não foi imune à crise macroeconômica, mas conseguiu lidar com ventos contrários desfavoráveis ​​e manter investimentos em remodelação de lojas, novas lojas, centro de distribuição, sistemas de TI e logística, o que trará resultados positivos num futuro próximo. Até o final de 2017, 100% dos itens básicos (30% das vendas globais) provavelmente já estarão operando através do sistema logístico push & pull, melhorando a reposição do produto dentro das lojas e melhorando a gestão do estoque, Necessidades.
 
Nesse sentido, continuamos otimistas em relação ao caso de investimento da empresa no futuro. O segmento de vestuário no Brasil ainda está muito fragmentado, com os cinco principais players representando apenas 16% das vendas do mercado. Ao longo da crise econômica, muitos pequenos varejistas fecharam, outros passaram por dificuldades financeiras e concorrentes internacionais decidiram adiar seus planos de expansão no país.
 
Assim, a consolidação do mercado tornou-se mais fácil para grandes players, especialmente aqueles com marcas reconhecidas e um bom nível de execução, como Lojas Renner.
 
Além disso, há muitas iniciativas em curso dentro da empresa que apontam para perspectivas positivas no futuro. Top linha deve beneficiar de um plano acelerado de lojas aberturas.
 
Em 2021, a gerência prevê uma cadeia de varejo com 450 Lojas Renner, 125 Camicado e 300 Youcom. Outros canais, como comércio eletrônico e atacado também podem ser reforçados.
 
As margens, por sua vez, serão impulsionadas pela melhoria logística (ERP e sistemas push & pull) e por melhorias no segmento de serviços financeiros, especialmente a partir de 2018, quando se espera que o cenário macro seja mais favorável. Ao mesmo tempo, esperamos que a empresa mantenha uma tendência positiva na geração de fluxo de caixa, junto com os níveis de endividamento em saúde.
 
A LREN3 está sendo negociada em 13,3x EV / EBITDA e 27,6x P / E para 2017, de acordo com nossas estimativas, contra uma média histórica (últimos 5 anos) de 13,1x e 23,0x, respectivamente. Em comparação com os pares nacionais, a LREN3 está sendo negociada com um ágio de 51% em EV / EBITDA, o que, em nossa opinião, vale a pena devido ao desempenho acima da média da empresa nos últimos anos.
 
 
Atualização de preço
 
Em 2016, o desempenho da linha Lojas Renner foi pressionado pelo cenário macroeconômico desfavorável, que impactou o tráfego de pessoas dentro dos shopping centers. Como resultado, nos 9M16, as vendas aumentaram apenas 5,1% aa, com um SSS estável no período (+ 0,1%).
 
Além do contexto macroeconômico, erros em duas coleções durante o 1S16 e temperaturas atípicas durante o ano também prejudicaram o desempenho de vendas da empresa. Além disso, em agosto, o sistema ERP foi implementado e o suprimento das lojas foi suspenso por quase um mês. Mesmo assim, a Lojas Renner continuou a superar a média do mercado por mais um ano. No LTM, em novembro, o desempenho do vestuário contraiu 6,1%, de acordo com o IBGE.
 
De acordo com a administração, as perspectivas para o 4T16 são mais otimistas, com importantes datas comerciais, como Black Friday, Natal e Ano Novo. O tráfego de pessoas parece ter mostrado alguma recuperação desde outubro passado. A implementação do sistema ERP foi concluída, enquanto as questões de abastecimento enfrentadas durante o 1T16 foram quase completamente resolvidas, com efeitos minimizados a partir de agora. Adicionalmente, as vendas da Renner começaram a desacelerar no 4T15 (+ 10% aa), representando uma base comparativa menor em relação aos 9M15 (+22% aa).
 
Na verdade, alguns bons sinais já apareceram no cenário macro. A confiança do consumidor tem apresentado alguma melhora nos últimos meses desde maio de 2016. No LTM, o índice cresceu 8,4 pontos, atingindo 73,3 em dezembro. Ainda assim, as vendas de produtos discricionários continuam pressionadas pela falta de dinâmica no mercado de trabalho.
 
O aumento da taxa de desemprego tem sido um dos principais impactos negativos sobre o setor varejista. De acordo com o IBGE, em novembro a taxa de desemprego atingiu 11,9%, representando um aumento de 290 pb no LTM. Ao mesmo tempo, o salário real médio permaneceu praticamente estável, em R $ 2.032, limitando o poder de compra dos consumidores. O consenso de mercado mostra que o mercado de trabalho deve continuar a ser pressionado até 1S17.
 
Perspectivas a longo prazo
 
Perspectivas a longo prazo, no entanto, são positivas. O segmento de vestuário no Brasil ainda está muito fragmentado. De acordo com a Euromonitor, os cinco principais varejistas (Lojas Renner, C & A, Riachuelo, Pernambucanas e Lojas Marisa) são responsáveis ​​por 16% das vendas globais no mercado (10% caso os players informais também sejam considerados).
 
Com a crise econômica, muitos pequenos varejistas fecharam, outros passaram por dificuldades financeiras e concorrentes internacionais decidiram adiar seus planos de expansão no país. Assim, a consolidação do mercado tornou-se mais fácil para grandes players, especialmente aqueles com marcas reconhecidas e um bom nível de execução, como Lojas Renner. Finalmente, o bilhete médio intrínseco baixo permite um rebote nas vendas de vestuário mais rápido do que em outros segmentos de varejo, como bens duráveis, por exemplo.
 
De acordo com o plano estratégico para a bandeira da Renner, nos próximos meses o objetivo é melhorar a eficiência das lojas
 
(i) atualizando as unidades para o novo modelo de merchandising visual;
 
(Ii) melhoria da experiência de compra dos clientes com um nível de atendimento diferenciado e
 
(iii) aumento da área de vendas, que deve ser ativada após o roll-out completo do sistema push e pull (maior agilidade na reposição do produto e menores necessidades de estoque).
 
Na Camicado, ainda há alguns ajustes a serem feitos no mix de portfólio, o que pode melhorar as vendas e os desempenhos de rentabilidade no futuro próximo. Quanto à orientação de abertura de lojas, as previsões de gestão para 2021 atingiram 450 unidades da bandeira da Renner (de 290 no 3T16), 125 unidades da Camicado (de 76 no 3T16) e 300 unidades da Youcom (de 52 no 3T16).
 
A recente implementação do sistema ERP permitiu à empresa ter uma cadeia de até 1.000 lojas. No que diz respeito Youcom, a intenção é acelerar o ritmo de abertura de lojas a partir de 2018, através do formato de franqueado.
 
O canal de comércio eletrônico deve ser um foco a partir de 2017. Após o lançamento de uma nova plataforma tecnológica, a administração espera que o canal aumente sua participação nas vendas globais. Além de fortalecer as vendas das marcas já vendidas dentro da Renner, Youcom e Camicado, outras marcas devem ser desenvolvidas para serem vendidas exclusivamente on-line.
 
O canal de atacado também deve ser um impulsionador de vendas no futuro, especialmente para a marca Youcom. Finalmente, não podemos esquecer o plano de internacionalização da empresa, com a abertura de três lojas em Montevidéu em 2017. A escolha do Uruguai para a abertura da primeira loja internacional deve-se à proximidade da região Sul do Brasil, cultura.
 
Top Line
 
Em nossas perspectivas para o desempenho da linha de topo da empresa, usamos um crescimento médio de 10% para os próximos três anos. Nossa previsão anterior para 2016 foi muito otimista (+14,7% do aumento da linha superior), que revisamos diante de um cenário mais desafiador (+ 7,3%).
 
Também estamos sendo mais conservadores em relação à orientação de abertura de lojas, uma vez que acreditamos que a cadeia da Renner deve chegar a 450 unidades apenas em 2022, um ano após a expectativa da gerência.
 
Nos 9M16, a Margem Bruta aumentou 130 pb, atingindo 60,4%, em decorrência de:
 
(i) variações relacionadas à tributação da folha de pagamento;
(ii) boa gestão de estoques e
(iii) R $ 37 milhões em créditos tributários.
 
Em 2017, acreditamos que a competitividade no mercado de vestuário deve permanecer forte, mas a Renner pode manter sua rentabilidade bruta através de uma gestão eficaz de estoques, com menores necessidades de mark-down. Quanto aos créditos tributários não recorrentes reconhecidos em 2016, acreditamos que poderão ser compensados ​​por uma taxa de câmbio mais favorável em 2017 (cerca de 30% da carteira geral da Renner é importada).
 
A partir de 2018, a Margem Bruta deverá ser menos pressionada e os ganhos de eficiência decorrentes dos investimentos logísticos em curso deverão ser mais evidentes. O sistema ERP foi implementado no 3T16 eo push & pull está em fase de roll out. Até o final de 2017, 100% dos itens básicos (que representam 30% das vendas globais) já devem ser incluídos no sistema push & pull, melhorando os processos de suprimento das lojas, reduzindo o estoque dentro das lojas, -ser questões e mark-down necessidades.
 
A referida alteração na tributação da folha de pagamento transferiu o impacto da carga tributária da margem bruta para a margem EBITDA, que diminuiu 60 pb nos 9M16 para 20,3%. Apesar disso, a Margem EBITDA também vem sendo pressionada pela aceleração das aberturas de lojas (38 no LTM) e pelo processo de aceleração do novo CD em Santa Catarina, incorrendo em maiores custos não recorrentes.
 
A partir de 2017, acreditamos que a empresa deve ser capaz de recuperar o ritmo de crescimento da margem EBITDA, como resultado da menor pressão inflacionária sobre os custos fixos e da maior alavancagem operacional, considerando a aceleração da linha de alta.
 
Produtos Financeiros - Resultados
 
Resultado dos produtos financeiros também deve apoiar a expansão da margem EBITDA nos próximos anos, assim que os motoristas como o desemprego eo crédito começa a recuperar.
 
O resultado líquido de produtos e serviços financeiros cresceu 11% aa nos 9M16, para R $ 188,4 milhões, representando 24,4% do EBITDA consolidado (+190 bps aa). Apesar de ser um resultado positivo, o resultado financeiro líquido tem aumentado em um ritmo mais lento do que nos anos anteriores, refletindo a adoção de políticas de aprovação de crédito mais conservadoras.
 
A carteira "Meu Cartão" cresceu 27% aa no período, uma vez que a empresa tem menos controle sobre o produto (como pode ser usado fora de suas lojas). No entanto, o Crédito Pessoal cresceu apenas 2,4% aa / ano e a Carteira de Cartão Renner reduziu 5,5% aa.
 
Além de assumir regras mais conservadoras para a aprovação de crédito, a empresa também melhorou seus processos de cobrança, o que aumentou o nível de recuperação, reduziu a taxa de inadimplência e também as provisões para perdas.
 
De acordo com a administração, o nível de perdas de crédito vem se mantendo em linha com suas expectativas e deve permanecer pressionado até o 1S17. A taxa de inadimplência passou de 4,2% nos 9M15 para 3,3% nos 9M16 no Cartão Renner e de 6,1% para 4,0% nos Créditos Pessoais no mesmo período.
 
Vale ressaltar também que no "Cartão Renner", os consumidores têm optado por prazos de pagamento mais curtos, uma vez que são cobradas mais de cinco parcelas. A única exceção foi "Meu Cartão", onde a taxa de inadimplência passou de 5,6% nos 9M15 para 6,2% nos 9M16, refletindo o rápido ritmo de expansão do produto.
 
No próximo ano, a empresa provavelmente começará a operar sua própria instituição financeira, com uma nova plataforma tecnológica que deve estar melhor preparada para suportar produtos financeiros atuais e novos. O primeiro produto a migrar para a nova plataforma é "Meu Cartão" Co-branded em 1H17, seguido de empréstimos pessoais em 2H17. O "Cartão Renner", por sua vez, deverá migrar apenas em 2019, devido à sua carteira maior. Através de sua própria instituição financeira, a Renner espera ter maior flexibilidade na obtenção de financiamento, aprovação e operação de produtos.
 
De acordo com a administração, no entanto, não se espera que nenhum ganho em P & L venha da nova estrutura. Se, por um lado, seria possível obter fundos a taxas mais baixas, por outro lado, uma estrutura mais robusta será necessária, especialmente no que se refere à governança.
 
 
Alavancagem
 
Quanto à alavancagem da empresa, a Dívida Bruta diminuiu 2,8% no LTM, no valor de R $ 1,9 bilhões, enquanto a posição de caixa aumentou 28,3% no mesmo período, para R$ 718 milhões. Nos 9M16, a geração de caixa livre foi positiva em R $ 361 milhões, representando um aumento de 237% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse desempenho foi suportado por:
 
(i) melhorias no capital de giro, especialmente nos recebíveis e fornecedores, refletindo o menor nível de atividade da empresa e
 
(ii) redução de 17,6% aa, para R $ 317 milhões, nos investimentos em Capex. Assim, o nível de endividamento baixou para 0,9x Dívida Líquida / EBITDA nos 9M16, ante 1,1x anterior nos 9M15.
 
Como resultado, as despesas financeiras líquidas diminuíram 4,0% aa no período, para R $ 77,4 milhões. Para os próximos meses, esperamos que a empresa mantenha um nível de endividamento mais baixo, através de uma boa gestão do capital de giro e de um menor nível de Capex.
 
Considerando todos os fatores acima mencionados, revisamos nossas previsões para o desempenho da Lojas Renner nos próximos meses, assumindo uma visão mais conservadora no curto prazo.
 
Outperform
 
No entanto, continuamos otimistas em relação ao caso de investimento da empresa no futuro. Nosso preço-alvo YE17 é de R$29,40, com uma recomendação de Outperform, uma vez que a participação da empresa caiu substancialmente nos últimos meses, devido ao desempenho de vendas abaixo das expectativas do mercado no 3T16. A LREN3 está sendo negociada em 13,3x EV / EBITDA e 27,6x P / E para 2017, de acordo com nossas estimativas, contra uma média histórica (últimos 5 anos) de 13,1x e 23,0x, respectivamente.
 
A avaliação da empresa foi baseada em um método de fluxo de caixa descontado de dez anos. Consideramos uma taxa de crescimento de perpetuidade de 4,0% e uma WACC de 12,2%.
 
 
 
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do desempenho da empresa LOJAS RENNER, elaborado por Maria Paula Cantusio, CNPI Senior Analyst  Victor Penna, CNPI Chief-Analyst, ambos do BB Investimentos

Clique aqui para acessar o aquivo PDF

Fonte: Maria Paula Cantusio, CNPI Senior Analyst Victor Penna, CNPI Chief-Analyst, ambos do BB Investimentos





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