Diário do Mercado na 6ª feira, 23.06.2017
Em dia de trajetória errática, véspera de final de semana prevaleceu e índice brasileiro recuou na parte da tarde.
Resumo.
A tônica do dia foi a mesma incerteza que vem rondando o mercado ao longo deste mês, adicionada agora à véspera do final de semana. De início, a baixa inflação pelo IPCA divulgada logo cedo chegou a dar algum ânimo para o mercado interno, mas, o índice doméstico após subir, caiu rápido, chegando a tocar os 61 mil pts, sendo que a partir de pouco antes das 14h firmou-se definitivamente em campo negativo, oscilando com pequena baixa até seu fechamento.
Em verdade, o índice brasileiro operou acompanhando o comportamento do S&P500 até o princípio da tarde, mas, depois, os investidores se retraíram por conta do final de semana e exerceram pressões vendedoras, em dia de baixo volume financeiro.
Os agentes cogitam que até a próxima 3ª feira, 27.06, a PGR deverá efetivar a denúncia no caso da delação da JBS, com o teor sendo monitorado bem de perto pelo mercado. Em seguida, vai ser observado o comportamento dos partidos que compõem a base governista no Congresso Nacional.
Ibovespa.
Um pregão de trajetória errática e de menor volume – comportamento que pode até ser considerado regular diante do cenário de incertezas domésticas e em véspera de final de semana. No balanço de positivos e negativos, as baixas de ações do setor de bancos terminou sendo decisiva.
O índice findou aos 61.087 pts (-0,30%), acumulando -0,87% na semana, -2,59% no mês, +1,43% no ano e +18,48% em 12 meses. O dado preliminar do giro da Bovespa foi de R$ 5,817 bilhões, sendo R$ 5,626 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa - No último dado disponível, o capital estrangeiro teve saída líquida de R$ 127,285 milhões no dia 21passando o saldo negativo no mês a R$ 1,796 bi. O saldo em 2017 está em R$ 3,863 bi.
Agenda Econômica.
O IPCA-15 (inflação ao consumidor), dado preliminar do IPCA mensal, ficou em +0,16% em maio, ante +0,24 em abril – consenso em +0,11% - sendo a taxa mais baixa para para meses de junho desde 2006 (-0,15%).
O indicador passou a acumular +1,62% no primeiro semestre do ano, desacelerando ante +4,62% nos seis primeiros meses de 2016. O grupo alimentos e bebidas, que foi influenciado pela baixa de alimentos e variou -0,12%, foi o principal responsável por conter a taxa, mas, o grupo habitação, por conta da alta de 2,24% em energia elétrica, foi o destaque de aceleração.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário), em compasso de espera perante as incertezas vigentes, passou o dia oscilando ao redor da estabilidade e fechou cotado a R$ 3,3400 (+0,03%), acumulando +1,52% na semana, +3,37% no mês, +2,71% no ano e -0,03% em 12 meses.
Risco País - O CDS brasileiro de 5 anos estava em 241 pts, ante 243 pts da véspera.
Juros.
Diante da divulgação de uma infação baixa pelo IPCA-15 – que era esperada, novamente, as taxas curtas recuaram e as longas subiram - ponto de inflexão no DI Jan/20.
Eventos da próxima semana.
No Brasil, dados do setor externo, dados do setor de crédito, IGP-M, TJLP, taxa de desemprego e resultados primário e nominal. Nos EUA, pedidos de bens duráveis, PIB, consumo pessoal, PCE (núcleo), índice de gerentes de compra de Chicago e índice de confiança do consumidor da Univ. Michigan. Na Europa, taxas de inflação. Na China, PMI manufatura e PMI não manufatura.
Confira no anexo a integr do relatório de análise do comportamento do mercado financeiro na 6ª feira, 23.06.2017, elaborado por Hamilton Moreira Alves, CNPI-T, do BB Investimentos