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Editorial

05 de Setembro de 2017 as 03:09:15



EDITORIAL Nem sempre a Casa Branca blefou ou foi falastrona


 
Diante da realização na península coreana de manobras militares conjuntas dos EUA e da Coreia do Sul, por período de duas semanas, a partir de 21.08.2017, o presidente da Coreia do Norte Kim Jong-un mostra novamente os dentes para Trump: lança mísseis de alcance crescente que, assegura, poderão atingir território norte americano e acaba de obter sucesso em  teste com sua bomba de hidrogênio de potência equivalente a vinte vezes àquelas bombas atômicas lançadas pelos EUA sobre o Japão, na Segunda Grande Guerra.
 
Seu pequeno país percorreu sôfrega corrida armamentista nuclear, desencadeada pelas declarações messiânico-cretinas do ex presidente norte americano, George W. Bush, em 31.01.2002, em sua ameaça de iminente invasão militar dos países integrantes do que denominou "Eixo do Mal",  Iraque, Irã e Coreia do Norte, países que classificou como "estados canalhas". [¹]
 
Neste momento, Donald Trump segue a mesma trilha habitual da truculência dos falcões do Pentágono, de fechar suas portas à diplomacia, de perigosamente desafiar potencias atômicas competidoras e elevar ao nível máximo o risco de desencadeamento de inferno nuclear no planeta. Instiga e desafia em tempo integral potências que, tal como os EUA, detem arsenal atômico fantástico e que poderiam, cada uma delas, a China, a Rússia, exterminar a vida no planeta centenas de vezes. 
 
Para que se tenha idéia do atual nivel de estupidez reinante na Casa Branca nesses tempos difíceis, é salutar que aqui se rememore rapidamente a importância e dimensão estadista de Carter. 
 
Muitas saudades do presidente Jimmy Carter ...
 
Atualmente um velhinho com 93 anos, pregador em uma igreja batista, Carter esteve a frente do governo dos EUA no período de 1977 a 1981. Ele é lembrado pelos brasileiros em razão de sua inequívoca influência nos processos de abertura democrática de países da América Latina, até então majoritariamente governados por ditaduras militares que nos anos anteriores haviam chegado ao poder com apoio dos EUA.
 
Carter foi responsável pela vida de Leonel Brizola, tendo lhe concedido pessoalmente asilo político nos EUA, em 1976, na situação de expulsão do Uruguai, no momento em que, na Operação Condor, as ditaduras militares chilena, uruguaia, brasileira e argentina se articulavam para assassinar políticos e civis de prestigio junto à população, tendo recem acabado com a vida de João Goulart, Carlos Lacerda, Juscelino Kubitscheck de Oliveira e Orlando Letelier, segundo depoimento do filho de Brizola em seu livro recentemente lançado.
 
Mas, muito mais que isso, Carter, levou a cabo um processo de intensa pacificação internacional. E, talvez, por conta disso, não tenha sido reeleito para um segundo mandato, porquanto uma atitude pacifista fere em muito os interesses da maior indústria armamentista do planeta, a norte americana.
 
Carter tornou-se mediador do acordo de paz entre Israel e Egito, o célebre Acordo de Camp David, de 1978, em que selou paz duradoura entre os dois países. Assinado por Anwar Sadat, presidente do Egito, e pelo primeiro-ministro israelense, Menachem Begin, esse Acordo trouxe de volta ao Egito o controle da península do Sinai, ocupada por tropas israelenses desde 1967 como resultado da derrota egípcia na Guerra dos Seis Dias.
 
Em razão desse acordo, Sadat e Begin receberam o Prêmio Nobel da Paz, e também o próprio Jimmy Carter, mas Sadat foi assassinado em 1981 por radicais islâmicos contrários à paz com Israel.
 
Jimmy Carter também assinou tratado com Omar Torrijos, presidente do Panamá, pelo qual se deu a Devolução do Canal do Panamá pelos EUA ao controle daquele pequeno país, no ano 2.000.
 
Como se não bastasse, Jimmy Carter adotou Política de Distensão com Países Comunistas: com a China, com a qual estabeleceu relações diplomáticas;  com a União Soviética, com que assinou tratados de SALT-2, para redução dos arsenais atômicos de ambos os países. E com Cuba, com a qual reduziu tensões diplomáticas, reestabelecendo embaixada de Cuba em Washington, e dos EUA em Havana.
 
Ainda com Cuba, promoveu acordos relativos à delimitação de águas territoriais para a pesca e à autorização de visitas de turistas norteamericanos à Cuba.
 
Os EUA foram capazes de produzir alguem como Carter. Vamos encarar com otimismo a questão: essa força da sociedade norte americana ainda não se perdeu. Vivemos um momento em que um simples erro de cálculo pode desencadear a extinção da vida no planeta.
 
Tal como os EUA, a Coreia do Norte deve ser reconhecida e já é uma potência atômica e essa condição é irreversível. Pois, possui um gigantesco poder de destruição, consideradas suas armas nucleares e mesmo apenas suas armas convencionais. Há na península coreana muitos milhões de pessoas envolvidas; somem-se a essas, os muitos milhões de habitantes do Japão, da China e da Rússia. Um deslise e teremos uma catástrofe de proporção gigantesca. 
 
Diante disso, é imprescindível que a sociedade norte americana contenha seu espírito belicista, detenha a ação política e lobística de sua indústria das armas e sentem-se seus representantes à mesa de negociação. É passada a hora de líderes inexperientes e truculentos serem apeados do poder e de "bombeiros" agirem. 
 
 
[1] Confira a declaração de Bush Filho no vídeo cujo endereço se encontra a seguir:


Fonte: da Redação JF





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