ULTRAPAR - Resultado no 4º Trimestre de 2017
Trimestre Neutro em um ano difícil
A Ultrapar apresentou resultados neutros neste trimestre, com melhorias operacionais na maioria dos segmentos, embora itens não-recorrentes específicos tenham afetado o lucro líquido.
A Ipiranga registrou um crescimento decente nas receitas, com uma aceleração na abertura de postos (191 no trimestre, 433 no total em 2017).
A Oxiteno foi beneficiada pelo câmbio e pelos preços das commodities.
Ultragaz e Ultracargo apresentaram efeitos negativos sobre o EBITDA devido a itens não recorrentes, conforme abaixo detalhado.
Ipiranga.
No 4T17, a Ipiranga aumentou os volumes vendidos em 4% a/a, com crescimento de 6% a/a nos volumes de diesel. No entanto, em 2017, os volumes permaneceram estáveis, uma vez que, com exceção da gasolina (+3,5% a/a), todos os outros combustíveis registraram menores volumes.
Também se destaca a aceleração do etanol no trimestre (+33% a/a), possivelmente influenciada pelo aumento dos preços na gasolina.
A receita líquida aumentou 11% a/a no 4T17, devido ao aumento nos volumes vendidos e aos custos de combustível (impostos PIS / Cofins impostos ao combustível em julho de 2017).
O EBITDA aumentou 4% a/a, não capturando totalmente o aumento nos volumes vendidos, uma vez que o CPV maior (+12% a/a), juntamente com o G&A (+8,4% a/a) e outras despesas (+35% a/a) prejudicou a DRE.
A Ipiranga terminou 2017 com 8,005 postos, um aumento de 6% (+442 LTM, em comparação com 333 em 2016), um número forte, em nossa opinião.
Oxiteno.
A receita líquida aumentou 36% a/a no 4T17 e 7% em 2017, com base em preços mais elevados em dólar e recuperação de volumes no mercado interno (+8%) e no exterior (+10%), como resultado da pré comercialização na nova fábrica de Pasadena.
O EBITDA totalizou R$ 76 milhões, + 2% t/t e + 68% a/a (embora o 4T16 tenha efeitos não recorrentes). Em nossa opinião, os volumes devem aumentar a partir do 2T18 em diante com o início da operação em Pasadena.
Outros.
A Ultragaz apresentou volume 3% menor a/a, afetado pelo recente aumento nos preços das GLP. Um efeito não recorrente afetou o em R$ 84 milhões, atingindo R$ 52 milhões, -58% a/a), devido a um recente acordo com o CADE em um suposto cartel para venda de GLP no Nordeste.
A Ultracargo cresceu sua média de armazenamento em 9% a/a, refletindo uma retomada parcial da atividade no terminal de Santos, que, juntamente com preços médios mais altos, levou a um aumento de 23% na receita líquida. O EBITDA atingiu R$ 37 milhões, afetado negativamente por efeitos não recorrentes relacionados ao comissionamento e licenciamento do terminal de Santos. A Extrafarma teve um aumento de 14% a/a na receita líquida, devido ao maior número de lojas e a um aumento de 15% nas vendas no varejo. No entanto, as perdas de estoque levaram a uma queda de 77% no EBITDA, para R$ 3 milhões. A Extrafarma teve 79 adições líquidas em 2017, chegando a 394 lojas (+25%).
Conclusão.
A Ultrapar apresentou resultados neutros no 4T17, com o crescimento das receitas e dos volumes na maioria dos negócios, embora as efeitos não recorrentes tenham afetado o EBITDA consolidado.
Já observando 2017 como um todo, vemos o ano como difícil, uma vez que a empresa apresentou margens mais baixas, não recuperou a participação de mercado como esperava após a implementação da polícia de preços da Petrobras e teve a negativa do CADE para aquisição de Alesat.
No entanto, para 2018, vemos expectativas mais promissoras, uma vez que a recuperação do PIB deve aumentar o consumo de combustível no país e a abordagem mais agressiva nos investimentos para a abertura de novos postos de combustível (e também em relação a outros negócios) deve ser a força motriz de um crescimento do EBITDA mais relevante do que em 2017.
No entanto, com múltiplos atuais de negociação em 12,2x EV/EBITDA e 28x P/L, acreditamos que tais perspectivas fortes já estejam precificadas.
Assim, mantemos a recomendação Market Perform e nosso preço-alvo de R$ 83,00 para o final de 2018.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do desempenho da ULTRAPAR, no 4º trimestre/2017, elaborado por DANIEL COBUCCI, CNPI, Analista Sênior do BB Investimentos.