Diário de Mercado na 3ª feira, 17.04.2018
Mineração e siderurgia despontam na bolsa com dados da China
Resumo.
Uma trégua nos noticiários de cunho geopolítico no exterior e eleitoral em âmbito doméstico deu espaço para destaques na agenda econômica – mais especificamente em dados de peso da China, divulgados ainda na noite anterior.
Em meio a números considerados mistos, como produção industrial e vendas no varejo, teve destaque o PIB do 1T18, que reiterou a percepção da manutenção de um crescimento moderado, em 6,8% no acumulado anual.
Com isso, houve reação nos preços de commodities, e por consequência ganhos nas ações de empresas ligadas a estas, como mineradoras e siderúrgicas, que lideraram as altas das bolsas mundo afora.
Apesar da forte alta na bolsa, o real se apreciou ante o dólar de maneira tímida, visto que ainda pairam imbróglios externos como a guerra comercial EUA x China, e a tensão geopolítica EUA/Europa x Síria, o que também impediu o mercado de juros futuros de observar recuos mais significativos.
Ibovespa.
A trajetória da bolsa brasileira foi de alta gradual ao longo do pregão, com os ganhos liderados pela Vale e siderúrgicas, em reação aos dados predominantemente positivos vindos da China.
O Ibovespa encerrou aos 84.086 pts (+1,48%), acumulando -0,29% na semana, -1,50% no mês, 10,06% no ano e 30,70% em 12 meses. O giro preliminar da Bovespa foi de R$ 9,45 bilhões, sendo R$ 9,07 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
Na 6ª feira, 13.04, último dado disponível, houve ingresso líquido de capital estrangeiro de R$ 92,93 milhões na bolsa, deste modo, os saldos do mês e do ano seguem positivos, R$ 722,49 milhões e R$ 764,88 milhões, respectivamente.
Agenda Econômica.
Ainda na noite anterior, a China divulgou uma bateria de indicadores. O principal deles – o PIB relativo ao 1T18 – veio em linha com as expectativas do mercado, crescendo na comparação anual 6,8%.
Enquanto isso corrobora a visão de um “soft landing” por lá, os dados da produção industrial e das vendas no varejo trazem direcionadores mistos, já que o primeiro veio abaixo do esperado (6,0% ante 6,3% esperado) e o segundo acima (10,1% ante 9,7% esperado). Ainda assim, os dados do gigante asiático trazem alento ao mercado, já que em meio a uma Europa em crescimento modesto, a China permanece avançando a uma taxa considerada satisfatória, mantendo a pleno vapor juntamente com os EUA o bimotor do crescimento mundial.
Câmbio e CDS.
A ausência de noticiário desfavorável abriu espaço para o real recuperar parte da desvalorização recente ante o dólar. Ainda assim, o movimento não pode ser considerado reversão de tendência, já que o clima de tensão geopolítica em âmbito externo permanece.
O dólar encerrou cotado a R$ 3,4033 (-0,56%), acumulando -0,57% na semana, 3,07% no mês, 2,86% no ano e 9,68% nos últimos 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil 5 anos ficou estável em 167 pts ante a véspera.
Juros.
Os juros futuros acompanharam a queda modesta do dólar e recuaram. Em uma sessão considerada morna e ausente de direcionadores, os juros exprimiram o que pode ser considerado uma melhora momentânea
Para a quarta-feira.
Antes de uma sexta-feira movimentada, quando no Brasil teremos dados de peso como o IPCA-15, confiança industrial, arrecadação de impostos e criação de empregos, a quarta-feira promete ser morna, tanto doméstica quanto externamente. Despontam por aqui tão somente a segunda prévia do IGP-M e, no exterior, inflação ao consumidor no Reino Unido e Zona do Euro.
Confra no anexo a íntegra do relatório sobre o comportamento do mercado na 3ª feira, 17.04, preparado por RICARDO VIEITES, CNPI, e RAFAEL FREDA REIS, CNPI-P, ambos do BB Investimentos.