Diário de Mercado - 26 de abril 2018
Embalado pelo exterior, Ibovespa encerra na máxima
Resumo.
Diante de certo alívio nos rendimentos dos treasuries de 10 anos - após superação da marca psicológica de 3% - a aversão ao risco arrefeceu e os investidores recompuseram posições nos mercados acionários.
O bom desempenho das bolsas pelo mundo influenciou positivamente o Ibovespa, fazendo-o superar os 86 mil pts – o que não se via há mais de um mês. Além disso, a recente escalada do dólar no mercado doméstico também contribuiu para atrair o capital externo, tornando a bolsa mais atrativa aos investidores estrangeiros.
Ibovespa.
O índice doméstico traçou trajetória paulatinamente ascendente na sessão desta quinta-feira, encerrando na maior pontuação intradiária – acima dos 86 mil pts. Vale destacar que o Ibovespa vem desde o meio de março navegando entre duas importantes bandas, fechando hoje acima do limite superior.
Dos 64 papéis do índice, apenas 9 recuaram. As blue chips que lideraram os avanços do Ibovespa foram Petrobras, Vale e Itaú.
O índice encerrou com firme valorização, aos 86.383 pts (+1,57%), acumulando alta de 0,97% na semana, 1,19% em abril, 13,06% no ano e 33,18% em 12 meses. O giro preliminar da Bovespa foi de R$ 10,416 bilhões, sendo R$ 10,144 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externo na Bolsa
Na 3ª feira, 24.04, último dado disponível, houve saída líquida de capital estrangeiro em R$ 49,748 milhões na bolsa, diminuindo os saldos do mês e do ano para R$ 3,448 bilhões e R$ 3,490 bilhões, respectivamente.
Agenda Econômica.
No Brasil, o estoque total de empréstimos avançou 0,6% em março ante fevereiro, após recuar 0,2% na leitura anterior. Já a taxa de inadimplência da pessoa física desceu a 5,0% em março, contra 5,1% em fevereiro. Nos EUA, os pedidos de bens duráveis cresceram 2,6% em março, ante avanço de 3,5% em fevereiro – acima do consenso de 1,4%.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial abriu ascendente e superou o patamar “divisor de águas” de R$ 3,50 ainda pela manhã. E seguiu operando um pouco mais baixo, mas não distante desta cotação até o meio da tarde.
Todavia, com citações do presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, nas quais mencionou que o órgão agirá quando for preciso, tendo contratos de swap cambial e reservas disponíveis para atuar, o dólar terminou se desvalorizando.
A moeda, após cinco pregões consecutivos de altas, fechou cotada a R$ 3,4760 (-0,29%), acumulando +1,97% na semana, +5,24% em abril, 4,86% no ano e +9,55% em 12 meses. O risco medido pelo CDS Brasil 5 anos permaneceu em 172 pts, igual a pontuação da véspera.
Juros.
Na 4ª feira os contratos subiram na esteira do comportamento altista do dólar junto com a subida da taxa de juros dos títulos do Tesouro norte-americano acima de 3,0%.
Já na 5ª feira ocorreu o movimento inverso nas taxas ao longo de toda a curva da estrutura a termo da taxa de juros, com os vértices mais longos registrando os maiores recuos. Neste momento, com as perspectivas em relação ao Banco Central do Brasil já precificadas, o cenário externo passou a ser mais preponderante.
Para a sexta-feira.
Brasil: IGP-M, taxa de desemprego nacional (PNAD contínua) e dívida federal total;
EUA: índice de custo de emprego, PIB, consumo pessoal, principais gastos pessoais e índice de confiança do consumidor da Universidade de Michigan;
França: PIB e núcleo IPC;
Reino Unido: PIB.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 5ª feira, 26.04.2018, elaborado por RICARDO VIEITES, CNPI, e HAMILTON MOREIA ALVES, CNPI-T, ambos da equipe do BB Invesimentos