Diário de Mercado na 5ª feira, 19.07.2018
Ibovespa recupera perdas nos minutos finais
Resumo.
A sessão da quinta-feira foi marcada por duas etapas distintas: a primeira, ao longo de praticamente todo o dia deu conta de uma predominante maior aversão ao risco, derivada de nova onda de temores com a guerra comercial EUA x China, além de indefinição diante do quadro eleitoral doméstico.
A segunda ocorreu já próxima ao fechamento, quando notícias consideradas auspiciosas no âmbito político foram ventiladas e rapidamente o quadro negativo visto até então na bolsa se inverteu.
O mercado de câmbio também teve sua própria dinâmica, ligada majoritariamente à troca de farpas entre EUA e China no front comercial, mas com destaque para a manifestação de Trump quanto à sua desaprovação com a atual política monetária do Fed. Embora volátil, a moeda acabou findando próxima à estabilidade, assim como os juros futuros e o CDS, mas estes repercutindo ainda o noticiário doméstico.
Ibovespa.
Após uma abertura estressante, quando os ativos expressavam pouco além do retorno dos temores com a guerra comercial EUA x China e de indefinição do cenário eleitoral, houve uma estabilização, e o Ibovespa pouco oscilou ao longo do restante do dia.
Aos minutos finais, no entanto, uma súbita disparada fez o índice recuperar as perdas, virar, e passar para o território positivo, o que foi atribuído a noticiário considerado positivo no âmbito político. A escalada foi dominada pela performance das empresas do setor financeiro, o de maior peso no índice, que fechou aos 77.486 pts (+0,16%), com volume financeiro preliminar da Bovespa de R$ 10,27 bilhões, sendo R$ 9,88 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 16 (último dado disponível), houve ingresso de R$ 747,66 milhões em capital estrangeiro na B3. O saldo em julho passou a somar ingresso de R$ 3,970 bilhões. Em 2018, o saldo ainda acumula saída líquida de R$ 5,976 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, a confiança industrial do CNI subiu a 50,2 pts em julho - ante 49,6 pts de junho - adentrando zona que demonstra confiança do empresário, apesar de ainda razoavelmente abaixo da média histórica (54,1 pts).
Nos EUA, o mercado de trabalho continua a dar sinais de aquecimento, dado que o número de novos pedidos de seguro-desemprego recuou na semana terminada em 14-jul para 207 mil, ná série com ajuste sazonal, frente 215 mil na leitura anterior – abaixo do consenso de 220 mil. Este é o patamar mais baixo desde dezembro de 1969.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) navegou em terreno de alta durante a maior parte da sessão, perdendo força e encerrando praticamente estável, à exemplo da véspera.
A divisa perdeu força após críticas do presidente norte-americano Donald Trump sobre a política de elevação dos juros pelo Fed. Em uma cesta com as principais moedas, o Real apresentou um dos melhores desempenhos ao lado do iene.
O dólar fechou cotado a R$ 3,8420 (-0,002%), acumulando recuo de -0,90% em julho, e alta de 15,90% no ano e de 22,01% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil 5 anos recuou a 238 pts, ante 242 pts da véspera.
Juros
Os juros futuros encerraram a sessão regular em baixa nas taxas de longo prazo, que acompanharam o enfraquecimento do dólar ante declarações de Trump sobre a política monetária do Fed. Já os vértices curtos e médios fecharam praticamente estáveis em compasso de espera com o resultado do IPCA-15 que será divulgado nesta 6ª feira, 20.07.
Para 6a. feira
No Brasil, o IPCA-15 de julho encerra a agenda com provável desaceleração em comparação com a leitura anterior (m/m), com forte incremento na comparação com jul/17.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise de comportamento de mercado na 5a. feira, 19.07,.2018, elaborado por RICARDO VIEITES, CNPI, e RAFAEL REIS, CNPI-P, ambos integrantes do BB Investimento.