Diário de Mercado - 22 de outubro 2018
Ibovespa recupera os 85 mil pts compelido pela China
Comentário.
Em dia de agenda esvaziada, o índice doméstico prosseguiu o avanço da última sexta- feira. Todavia, vale ressaltar que sua trajetória diária permanece oscilante ao redor dos 84.500 pts desde o recente dia 8 de outubro.
O motivador do melhor humor do mercado no dia foi a notícia que a China deverá incrementar um pacote de estímulos para sua economia e também medidas de flexibilização da lei para que empresas listadas em bolsas locais possam recomprar suas ações – a percepção dos agentes foi favorável e os mercados acionários chineses encerraram com firme evolução pelo segundo pregão consecutivo.
O fato singular é que, de acordo com o último dado divulgado, continua a saída de capital estrangeiro, bem como, este tipo de investidor inverteu sua tendência de comprado para vendido em contratos futuros do Ibovespa – ou seja, o investidor local é que está dando sustentação ao índice. Já no mercado de câmbio, o dólar comercial tornou a ceder abaixo de R$ 3,70 e os juros futuros acompanharam esta mesma tendência.
Ibovespa.
O índice abriu a sessão com firme alta, refletindo, principalmente, notícias sobre um pacote de estímulos à economia chinesa, bem como o otimismo dos investidores em relação ao quadro eleitoral.
Por conseguinte, os ganhos se mantiveram durante a sessão e o Ibovespa renovou máximas a caminho do fim da sessão. Petrobras, Vale e bancos puxaram a alta, do mesmo modo que o setor siderurgia, que registrou fortes avanços. Na outra ponta, Embraer e Ambev lideraram as perdas.
O Ibovespa fechou aos 85.596 pts (+1,63%), acumulando alta 7,88% no mês, 12,03% no ano e 12,05% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 11,6 bilhões, sendo cerca de R$ 11,2 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 18 (último dado disponível), houve saída líquida de capital estrangeiro em R$ 781,993 milhões da bolsa, acumulando agora saldo negativo em outubro de R$ 1,075 bilhão. Em 2018, o saldo de capital estrangeiro é negativo em R$ 781,186 milhões.
Agenda Econômica.
A balança comercial semanal brasileira apresentou um superávit de US$ 1,408 bilhão na terceira semana de outubro. De acordo com o Mdic o valor registrado é resultado de US$ 5,334 bilhões (+19% ante set/17) em exportações e de US$ 3,925 bilhões em importações (+13,9% ante set/17).
No mês de outubro, o saldo é de US$ 4,586 bilhões, já em 2018, o superávit é de US$ 48,900 bilhões, apresentando uma queda de 14% em relação ao mesmo período de 2017. A projeção do governo para este ano é de aproximadamente US$ 50 bilhões.
De acordo com o Caged, o saldo líquido de empregos formais em setembro é superavitário em 137 mil vagas, ainda sem ajuste sazonal, melhor resultado para o mês desde 2013. O resultado veio acima do consenso Bloomberg (+77 mil). Em 2018, foram gerados 719 mil empregos formais, na série com ajuste sazonal.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) teve novo recuo nesta segunda-feira, na contramão do fortalecimento da divisa norte-americana no exterior. O real registrou o melhor desempenho na cesta Bloomberg com 24 das principais moedas mundiais.
O dólar findou cotado a R$ 3,6870 (-0,75%), acumulando queda de 8,96% no mês, já no ano, a divisa acumula ganhos de 11,22% e de 15,62% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil de 5 anos recuou a 212 pts, ante 216 na última sexta-feira.
Juros.
Os juros futuros encerraram a sessão regular em queda, na esteira do recuo do dólar e do otimismo, na ótica dos agentes, com a possível retomada da agenda de reformas.
O DI para janeiro 2019 fechou em 6,47% ante 6,48% do último ajuste. Para janeiro de 2020 o DI foi de 7,55% para 7,44%. Já o DI para janeiro de 2025 teve um recuo de 10,16% para 9,94%.
Para a semana.
No Brasil, destaques para o IPCA-15 de outubro com divulgação na terça-feira (23) e para os dados de crédito do SFN na sexta-feira (26). Ademais, a criação de vagas formais na economia (Caged) e os dados fiscais de arrecadação e o resultado primário do governo central, ambos referentes à setembro, serão publicados no decorrer da semana.
No exterior, ganham relevo os PMIs Manufatura de França, Alemanha, zona do euro e EUA, todos na quarta-feira (24). Já na quinta (25), no BCE, haverá nova decisão sobre as taxas de juros e fechando a semana, na 6ª feira, 26.10, a divulgação do PIB norte-americano estará no foco dos investidores.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 2ª feira, 22.10.2018, elaboraddo por HAMILTON ALVES, CNPI-T, e RICARDO VIEITES, CNPI, ambos integrantes do BB Investimentos.
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