O ministro das Finanças da Alemanha, Olaf Scholz, avaliou que a economia alemã deverá perder força nos próximos anos.
O ministro das Finanças alemão, o social-democrata Olaf Scholz, alertou que os Os "anos de vacas gordas" chegaram ao fim na Alemanha, que há muitos anos tem contado com receitas de impostos acima do esperado.
"Os bons tempos em que o Estado recebia mais impostos do que esperava chegaram ao fim", afirmou Scholz em entrevista ao jornal Bild am Sonntag. "Os anos de vacas gordas acabaram. De agora em diante, não espero mais qualquer excedente orçamental imprevisto."
Desde 2014, o governo alemão gastou menos do que arrecadou com impostos em todos os anos fiscais. As causas desse superavite têm sido o forte crescimento econômico e os altos salários e as taxas de emprego recordes.
O alerta foi dado pela contração da economia alemã no 3º trimestre/2018, o que levou o governo a reduzir a previsão de crescimento econômico do país para 1,5%, em 2018, abaixo da expansão de 2,2% observada em 2017.
O parlamentares alemães têm pressionado seu governo a aumentar os investimentos públicos ou realizar cortes nos impostos. mas a ortodoxia econômica tem sido mantida pelo governo alemão.
Contudo, há os que acreditam que essa desaceleração origina-se das recentes tensões comerciais entre os EUA e a China, dos problemas na indústria automobilística alemã e da incerteza quanto à saída do Reino Unido da União Europeia.
A despeito dessa visão de causas mais recentes para o problema de perda de fôlego da economia alemã, é fato que o rigor orçamentário é marca da gestão econômica alemã que se expressa, nestes dias, por exemplo, na crise de prontidão das forças armadas da Alemanha. De um total de 130 caças Eurofighter Typhoon de propriedade da força aérea alemã, apenas 20 se encontram disponíveis para pronta utilização, os demais 110 permanecem no aguardo de manutenção e peças de reposição. O mesmo acontece com os 320 modernos tanques Leopard 2 (main battle tanks), que tem apenas 30 prontamente disponíveis. E, também, dos 6 submarinos modernos e das 10 fragatas de 7 mil toneladas, nenhum desses dois importantes meios de defesa se encontra disponível neste exato momento. Se a ampla maioria dos meios de defesa alemães se encontra parada, no aguardo de manutenção e de peças de reposição, o que dizer das 20.000 vagas em aberto de oficiais das forças armadas alemãs ?
A incrível condição precária das forças armadas alemãs teve impulso inicial em 1990, na ocasião da unificação alemã, que exigiu grande esforço econômico da antiga Alemanha Ocidental para acolher a Alemanha Oriental em uma única nação. Esse quadro agravou-se a partir de 2005, ano do início da gestão Angela Merkel como a grande chanceler alemã, que em razão de sua inegável liderança, pode ter priorizado o processo de negociação política em detrimento da aplicação da técnica dissuasória militar.
Contudo, a espetacular crise econômica mundial, de 2007-2008 parece ter sido determinante para esse quadro, ao ponto de, neste momento, também o Reino Unido estar se desfazendo de seus meios de defesa em razão de grande dificuldade de manter os gastos de manutenção de sua poderosa esquadra naval.
Parece assustador o quadro da principal economia da Europa, notamente neste momento em que especialistas anteveem para breve uma nova crise econômica a afligir o capitalismo, ainda mais intensa que aquela de 2007-2008. .
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