Diário do Mercado na 6ª feira, 15.02.12019
Bolsa cai mesmo com otimismo externo
Comentário.
Apesar do bom humor nos mercados internacionais, em decorrência dos aparentes avanços em direção a um acordo comercial entre EUA e China, os investidores operaram com cautela no mercado interno, aproveitando para realizar parte dos lucros da véspera (+2,3%), enquanto aguardam novas informações acerca do novo projeto de reforma da previdência.
Depois de operar quase todo o pregão no campo negativo, o Ibovespa terminou o dia aos 97.525 pts (-0,50%). O dólar comercial, apesar da volatilidade no início do pregão, fechou novamente em queda, cotado a R$ 3,70 (-0,38%) em linha com o movimento global de desvalorização da divisa.
Ainda na onda de euforia da véspera, com a divulgação de alguns pontos da reforma, os juros futuros recuaram junto com o dólar, devolvendo prêmios ao longo de toda a curva, principalmente nos vencimentos de longo prazo.
Ibovespa.
As ações ordinárias da Kroton e da Estácio lideraram as perdas com quedas acentuadas de 6,21% e 5,20%, respectivamente. Já em termos ponderados, Bradesco e Itáu foram os recuos mais relevantes. Dentre as maiores altas percentuais do índice, o destaque é para ações da Marfrig, com alta de 3,94.
O Ibovespa encerrou o pregão aos 97.525 (-0,50%), acumulando alta de 0,14% no mês, 10,97% no ano e 15,7% em 12 meses.
O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de aproximadamente R$ 15 bilhões, sendo R$ 14,4 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 13 de fevereiro (último dado disponível), houve um ingresso líquido de capital estrangeiro de R$ 655,8 milhões, aumentando o saldo positivo do ano para R$ 1,3 bilhão.
Agenda Econômica.
O IGP-10, medido pela FGV, apresentou uma alta de 0,40% em fevereiro ante uma queda de 0,26% no mês anterior. No acumulado de 12 meses, o índice subiu para 6,98%. A alta foi influenciada, principalmente, pela evolução dos preços no atacado.
O IBC-Br, divulgado pelo Banco Central, apresentou uma alta de 0,21% em dezembro, na série dessazonalizada. No ano de 2018, o indicador, considerado uma prévia do PIB, acumulou uma alta de 1,15%.
Nos EUA, a produção industrial recuou 0,6% em janeiro contra uma previsão de alta de 0,1%. Já na Europa, a balança comercial da zona do euro apresentou superávit de 15,6 bilhões de euros, um pouco abaixo valor verificado em novembro (15,8 bi).
Câmbio e CDS.
O dólar operou de forma volátil durante boa parte da sessão, firmando-se em queda a partir do meio da tarde. No exterior, a divisa teve comportamento misto, mas com majoritária desvalorização frente às moedas principais.
O dólar comercial (interbancário) encerrou em R$ 3,7050 (-0,38%), acumulando alta de 1,28% no mês, queda de -4,39% no ano e uma valorização de 14,74% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil de 5 anos caiu a 163 pontos, ante 167 pontos a última sessão.
Juros.
Os juros futuros encerraram a sessão novamente em baixa, notadamente nos vértices de médio e longo prazos. A queda reflete as novidades da véspera sobre o projeto da previdência e uma melhora no noticiário sobre um princípio de crise política. Houve contribuição, também, do exterior, com o aparente avanço nas negociações da guerra comercial entre EUA e China.
Para semana que vem.
No Brasil, ganham relevo as divulgações do IPCA-15 e Pnad Contínua (emprego), bem como têm grande importância a criação de vagas formais (Caged) e a arrecadação federal de impostos, ambos referentes a janeiro.
Já no exterior, destaque para a ata da última reunião do Fomc, prévias dos PMIs Manufatura e PIB alemão.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 6ª feira, 15.02.2019, elaborado por Ricardo Vieites, CNPI, e Richardi Ferreira, CNPI, integrantes do BB Investimentos.