Diário do Mercado na 2ª feira, 18.02.2019
Bolsa tem novo recuo em dia de liquidez reduzida
Comentário.
O feriado nos EUA limitou os negócios locais contribuindo para que a cautela oriunda do cenário político doméstico predominasse na bolsa, que fechou abaixo dos 97 mil pts (-1,04%).
Os ativos brasileiros foram penalizados enquanto operavam em compasso de espera com as definições sobre a Secretaria-Geral da Presidência, ao passo que os investidores receavam uma dificuldade maior na articulação política pela aprovação da reforma da previdência.
Apresentou-se também oportunidade para realização de lucros após os ganhos da semana anterior. No mercado de câmbio, o dólar registrou alta de 0,78%, valendo R$ 3,73. Na mesma esteira, os juros futuros agregaram prêmios, especialmente nos vencimentos de médio e longo prazos.
Ibovespa.
Em dia de exercício de opções sobre ações, o principal índice doméstico operou em baixa durante toda a sessão, encerrando abaixo dos 97 mil pts. As blue chips recuaram em peso, com destaque para os firmes recuos de Bradesco e Vale.
Apenas 20 dos 65 papéis do índice avançaram. As varejistas Via Varejo e Magazine Luiza lideraram os ganhos, ainda sem reverter o desempenho negativo no mês.
O Ibovespa encerrou o pregão aos 96.509 (-1,04%), acumulando recuo de 0,91% no mês, alta de 9,81% e de 15,7% no ano e em 12 meses, respectivamente. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 17,4 bilhões, sendo R$ 10 bilhões no mercado à vista e R$ 7 bilhões em opções.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 14 de fevereiro (último dado disponível), houve retirada líquida de capital estrangeiro em R$ 275 milhões, aumentando o saldo negativo de fevereiro para R$ 420 milhões. Já 2018 ainda tem superávit de R$ 1,1 bilhão.
Agenda Econômica.
O IPC-Fipe desacelerou em relação a primeira medição de fevereiro (0,66%), e apresentou inflação de 0,58% na segunda quadrissemana de fevereiro. As categorias que aceleraram no período foram: Habitação (0,39% para 0,46%), Saúde (0,25% para 0,37%) e Vestuário (0,26% para 0,31%). Já os dados do IPC-S registraram uma desaceleração a 0,34% (de 0,53%), segundo a FGV. O grupo que mais contribuiu para a desaceleração foi Educação, Leitura e Recreação (1,73% para 0,40%).
Câmbio e CDS.
A divisa norte americana apresentou uma forte valorização sobre o real, que obteve o pior desempenho entre as moedas emergentes, em dia de liquidez reduzida pelo feriado nos EUA. O movimento refletiu, também, o mal-estar doméstico que predominou durante toda a sessão.
O dólar comercial (interbancário) encerrou em R$ 3,7340 (+0,78%), acumulando alta de 2,08% no mês, queda de -3,64% no ano e uma valorização de 15,78% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil de 5 anos caiu a 162 pontos, ante 163 pontos a última sessão.
Juros.
Os juros futuros encerraram a sessão regular em alta, principalmente nos contratos de longo e médio prazo, os contratos de curto prazo encerraram próximos ao último ajuste. A alta dos juros reflete o tom de cautela doméstico e o fortalecimento do dólar frente ao real.
O DI para 2020 fechou em 6,39% frente 6,37% do último ajuste. O DI para janeiro de 2021 passou de 6,93% para 7,00% hoje. O DI para janeiro de 2023 subiu de 8,02% para 8,12%. O DI para janeiro de 2025 avançou de 8,53% para 8,66%.
Para a semana.
No Brasil, ganham relevo as divulgações do IPCA-15 e Pnad Contínua (emprego), bem como têm grande importância a criação de vagas formais (Caged) e a arrecadação federal de impostos, ambos referentes a janeiro. Já no exterior, destaque para a ata da última reunião do Fomc, prévias dos PMIs Manufatura e PIB alemão.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 2ª feira, 18.02.2019, elaborado por RICARDO VIEITES, CNPI, integrante do BB Investimentos.