Diário do Mercado na 4ª feira, 18.09.2019
Ibovespa encerra “de lado”, acompanhando bolsas de Nova York
Comentário.
O índice brasileiro, em dia de vencimento de opções sobre o índice, operou literalmente colado na trajetória do índice S&P500.
Os agentes atuaram em compasso de espera, aguardando a decisão sobre juros pelo Fed nos EUA, na qual a instituição ratificou o corte esperado pelo mercado de 25 pts-base, mas terminou deixando em aberto futuras movimentações, tanto para cair, como para subir a taxa ainda este ano.
Também, o Fed prosseguiu com compras de títulos, que agora somam US$ 128 bilhões em dois dias, através de “REPO” (espécie de operação compromissada) para injetar liquidez no mercado.
Internamente, após estarem fechados os mercados, o Banco Central cortou a taxa Selic em 50 pts-base, para 5,50% a.a., por unanimidade. O órgão sinalizou que existe espaço para a continuidade do afrouxamento monetário, indicando também que suas projeções de inflação permanecem abaixo do centro da meta tanto para este ano (4,25%), como para 2020 (4,00%).
No Brasil, o dólar comercial fechou cotado a R$ 4,1030 (+0,64%). Nos juros futuros, as taxas curtíssimas caíram e as demais fecharam entre pequenas altas e baixas, esperando Copom.
Ibovespa.
O índice seguiu as movimentações baixistas do índice S&P500 ao longo do pregão, reagindo conjuntamente nas duas horas finais de negócios.
O Ibovespa encerrou aos 104.531 pts (-0,08%), acumulando +1,00% na semana, +3,36% no mês, +18,94% no ano e +33,48% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$12,9 bilhões (R$ 26,409 bilhões com o vencimento de opções sobre o Ibovespa), sendo R$ 12,2 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 16 de setembro (último dado disponível), houve entrada líquida de R$ 1,482 bilhão em capital estrangeiro na Bovespa, tornando o saldo no mês positivo em R$ 364,974 milhões. Em 2019, a saída líquida acumulada passou a -R$ 20,864 bilhões.
Agenda Econômica.
Nos EUA, o Fomc decidiu cortar a taxa de juros em 25 pts-base, para o intervalo entre 1,75% e 2,00%. O presidente do Fed citou que “a inflação continua correndo abaixo de 2%” – ou seja, inferior à meta estabelecida. Ademais, o comunicado do comitê indicou que o mercado de trabalho permanece forte e a atividade econômica prossegue crescendo em ritmo moderado.
Vale ressaltar que, neste momento, entre os 17 integrantes do Fomc, 7 mostram-se favoráveis a mais uma redução de 25 pts-base, 5 pontuam manutenção no atual patamar e 5 esperam alta de 25 pts-base, até o final deste ano ainda..
Câmbio e CDS.
A divisa norte-americana findou cotada em alta ante ao real. O movimento acompanhou o mercado internacional, no qual a moeda dos Estados Unidos se valorizou ante as demais, após citações do Fed, que não clarificaram a possibilidade de continuidade de reduções da taxa de juros o longo do próximo ano.
A moeda fechou cotada a R$ 4,1030 (+0,64%), variando +0,42% na semana, -0,94% no mês, +5,88% no ano e -0,99% em 12 meses.
Risco País
O risco-país medido pelo CDS Brasil 5 anos ficou estável em 120 pts.
Juros.
Os juros futuros encerraram a sessão regular em queda no curtíssimo prazo, repercutindo as apostas do mercado em relação à decisão do Copom, e as demais refletindo mais ajustes, com fechamentos divergentes.
Em relação à sessão anterior, assim fecharam: DI janeiro/2020 em 5,19% de 5,20%; DI janeiro/2021 em 5,22% de 5,21%; DI janeiro/2023 estável em 6,27%; DI janeiro/2025 em 6,83% de 6,84%; DI janeiro/2027 em 7,16% de 7,17%.
Agenda.
Brasil: Confiança industrial/CNI;
EUA: vendas de casas usadas,índice antecedente;
Reino Unido: Taxa de juros (BoE);
Japão: Banco do Japão (BOJ) - Taxa de Juros.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamentodo mercado na 4ª feira, 18.09.2019, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, integrante do BB Investimentos