Diário do Mercado na 2ª feira, 06.04.2020
Ibovespa reage junto com índices acionários de Nova York
Comentário.
O índice doméstico teve um pregão de recuperação, superando mais do que a perda ocorrida na sexta-feira passada. A variação esteve sempre acima dos índices de Nova York até a hora e meia final, quando ocorreram realizações, encerrando em patamar próximo.
No exterior, houve melhoria em alguns países europeus em relação ao coronavírus, bem como a percepção dos investidores é que a tendência em Nova York segue dentro da trajetória agora estimada.
Também, o presidente norte-americano, Donald Trump, citou que poderá haver novos estímulos para pessoas físicas, caso necessário.
Os preços dos barris de petróleo recuaram, com perspectiva de queda da demanda e com o adiamento da reunião entre Arábia Saudita e Rússia para a próxima quinta-feira sobre a possibilidade de corte na produção: o futuro do tipo Brent para junho fechou a US$ 33,05 (-3,11%) e o futuro do tipo WTI para maio findou em US$ 26,08 (-7,97%).
Aparentemente, neste momento, a visão futura dos agentes em relação ao coronavírus parece estar se acomodando, mas o mercado ainda deverá permanecer sensível a quaisquer mínimas notícias adversas.
O dólar comercial registrou larga variação intradiária e fechou cotado a R$ 5,2900 (-0,66%). Os juros futuros curtos subiram, mas os intermediários e longos recuaram.
Ibovespa.
O índice já abriu em alta e passou boa parte da sessão não distante dos 75.000 (+7,85%), arrefecendo o movimento na hora e meia final e com variação final similar aos índices de Nova York.
O Ibovespa fechou aos 74.072 pts (+6,52%), acumulando +1,44% no mês, -35,95% ano e -23,72% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 21,6 bilhões, sendo R$ 19,6 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa B3
No dia 1º de abril, Bovespa registrou saída líquida de capital estrangeiro de R$ 874,185 milhões (após retirada líquida mensal recorde de R$ 24,207 bilhões em março). Em 2020, acumula saldo negativo de -R$ 65,211 bilhões (acima da retirada líquida recorde de -R$44,517 bilhões em 2019).
Agenda Econômica.
No Brasil, o IGP-DI oscilou +0,01% em fevereiro versus +0,09% em janeiro – consenso em -0,10%. Já seus subíndices variaram: o IPA-DI em +2,23% (-0,03% em janeiro); o IPC-DI em +0,34% (-0,01% em fevereiro); e o INCC-DI em +0,26% em (+0,33% em janeiro). O indicador passou a acumular +1,75% no ano e +7,01% em 12 meses.
A Anfavea informou que a produção de veículos foi de 189.958 unidades em março, variando -7,0% sobre fevereiro (204.200 unidades). As vendas de veículos foram 163.625 unidades em março oscilando -18,6% em relação a fevereiro (200.997 unidades).
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) seguiu decaindo após sua abertura, acompanhando o movimento da moeda no mercado internacional. Já na parte da tarde foi gradualmente reagindo, ascendendo mais na hora e meia final, mas findando em baixa ainda. O Banco Central atuou com em operações compromissadas no valor de US$ 1,194 bilhão.
A moeda fechou cotada a R$ 5,2900 (-0,66%), acumulando +1,81% no mês, +31,85% no ano e +36,66% em 12 meses.
Risco-País
O risco-país (CDS Brasil de 5 anos) cedeu para 345 pts ante 353 pts da sexta-feira passada.
Juros.
Os juros futuros curtos subiram, com ajustes de apostas que a taxa básica de juros possa recuar 50 pts-base na próxima decisão do Copom. Já o melhor panorama externo, com recuou do dólar, favoreceu o recuo das taxas intermediárias e longas. Assim findaram as taxas em relação ao dia anterior:
DI julho/2020 em 3,37% de 3,31%;
DI janeiro/2021 em 3,28% de 3,18%;
DI janeiro/2022 em 4,16% de 4,12%;
DI janeiro/2023 em 5,49% de 5,54%;
DI janeiro/2025 em 7,07% de 7,20%;
DI janeiro/2027 em 7,84% de 8,00%.
Agenda. vide página 3 do anexo.
Confira no anexo a íntegra do relatóriod e análise do comportamento do mercado na 2ª feira, 06.04.2020, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, do BB Invesimentos