Diário de Mercado em 12.05.2020
Ibovespa sucumbe às quedas das bolsas de Nova York
Comentário.
O índice brasileiro começou em alta, parecendo que seria um dia de trégua em relação à questão fiscal interna, que tem sido foco dos agentes, mesmo com os mercados externos não tendo boa performance. Internamente, os analistas consideraram que a ata do Copom pode ter sinalizado que a subsequente decisão do Copom, em 17 de junho próximo, poderá ser a última.
Externamente, na véspera, temores advieram do surgimento de novos casos em países asiáticos que pareciam já ter controlado o coronavírus. No dia, foi veiculado que senadores republicanos norte-americanos poderiam impor sanções contra a China, além de declarações não amistosas do presidente Donald Trump em relação ao acordo comercial sino-americano.
Neste panorama, nem mesmo as altas dos preços futuros para julho dos barris de petróleo, com tipo Brent fechando em US$ 29,98 (+1,18%) e o tipo WTI encerrando em US$ 26,33 (+4,98%), melhorou o humor dos investidores.
Os índices acionários de Nova York fecharam com firmes baixa e contaminaram as demais bolsas pelo mundo.
O dólar comercial reverteu a baixa inicial e avanço, fechando a R$ 5,8690 (+0,81%). Os juros futuros tiveram alta generalizada, subindo como um todo sua curva de estrutura a termo.
Ibovespa.
O índice principiou ascendente e ficou navegando ao redor da alta de 1,00% até por volta das 14h. Todavia, como as bolsas de Nova York foram cedendo, terminou acompanhando a trajetória baixista do S&P500. Ponderadamente, o setor de bancos foi destaque de queda.
O Ibovespa fechou na mínima do dia, aos 77.871 pts (-1,51%), acumulando -2,98% na semana, -3,27% no mês, -32,66% ano e -17,38% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da bolsa foi de R$ 23,0 bilhões, sendo R$ 20,5 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa B3
No dia 7 de maio, a Bovespa registrou saída líquida de R$ 324,980 milhões, acumulando retirada de -R$ 3,526 bilhão no mês (após saque líquido de -R$ 5,069 bilhões em abril). Em 2020, acumula saldo negativo de -R$ 72,932 bilhões (acima a saída líquida anual recorde de -R$ 44,517 bilhões em 2019).
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) abriu em baixa e ficou oscilando ao redor de R$ 5,77 (-0,89%) até o meio da tarde. A partir daí, ascendeu com a piora do humor externo. O Banco Central ofertou US$ 500 milhões em swap cambial na parte da tarde, vendendo US$ 455 milhões, para suprir liquidez ao mercado.
A moeda fechou a R$ 5,8690 (+0,91%), acumulando +2,23% na semana, +7,95% no mês, +46,29% no ano e +48,77% em 12 meses.
Risco-País
O risco-país (CDS Brasil de 5 anos) expandiu-se a 326 pts ante 314 pts ontem [+.3,82%] NE*
Juros.
Os juros futuros avançaram, levantando como um todo a sua curva de estrutura a termo. Os curtos estão precificando a divisão de apostas entre corte de 25 pts-base ou 50pts-base na taxa Selic na decisão do Copom em 17 de junho próximo. Destaque de alta para os contratos intermediários.
Assim fecharam as taxas em relação ao dia anterior:
DI julho/2020 em 2,80% de 2,76%;
DI outubro/2020 em 2,63% de 2,52%;
DI janeiro/2021 em 2,61% de 2,48%;
DI janeiro/2022 em 3,35% de 3,27%;
DI janeiro/2023 em 4,73% de 4,46%;
DI janeiro/2025 em 6,69% de 6,43%;
DI janeiro/2027 em 7,79% de 7,49%.
Agenda. vide página 3.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 3ª feira, 12.05.2020, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, integrante do BB Investimentos
(*) NE = Nota do Editor
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