O jornal O Estado de São Paulo noticia que o ministro do STF, Alexandre de Moraes, enviou à Procuradoria-Geral da República uma notícia-crime apresentada pela deputada Maria Perpétua de Almeida contra o presidente Jair Bolsonaro e seus filhos Eduardo Bolsonaro, deputado federal, e Flávio Bolsonaro, senador.
A fundamentação apresentada está na existencia de uma rede de contas e perfis falsos ligados a integrantes dos gabinetes da família Bolsonaro, derrubada pelo Facebook por "comportamento inautêntico coordenado".
O envio à PGR aconteceu na 3ª feira, 21.07.
Por meio do pedido de notícia-crime, a deputada Maria Perpétua solicita que o procedimento seja apensado ao inquérito das fake news, que investiga notícias falsas e ofensas contra o Supremo Tribunal Federal. A parlamentar solicita, também, que sejam solicitadas ao Facebook, todas as informações relativas à investigação que identificou e removeu 35 contas, 14 páginas e 1 grupo no Facebook e 38 contas no Instagram por ‘comportamento inautêntico coordenado’.
No Brasil, o material investigado pela plataforma identificou pelo menos cinco funcionários e ex-auxiliares que disseminavam ataques a adversários políticos de Bolsonaro. Na lista está Tercio Arnaud Thomaz, que é assessor do presidente e integra o chamado ‘gabinete do ódio’, núcleo instalado no terceiro andar do Palácio do Planalto.
A Polícia Federal já havia pedido acesso aos dados da investigação do Facebook. O ministro Alexandre de Moraes atendeu o pedido e autorizou a diligência em dois inquéritos sigilosos que correm no STF: o das fake news e o dos atos antidemocráticos.
Alexandre de Moraes apontou indícios, em maio ultimo, de que um grupo de empresários atuava de maneira velada financiando a disseminação de notícias falsas e conteúdo de ódio contra integrantes da Corte e outras instituições. O ministro também definiu como ‘associação criminosa’ o grupo do ‘gabinete do ódio’.
Um possível compartilhamento de provas de tal investigação com o TSE Tribunal Superior Eleitoral pode ‘turbinar’ ações que podem levar à cassação do presidente Jair Bolsonaro e do seu vice, Hamilton Mourão.
FONTE: O ESTADO