Diário do Mercado na 2ª feira, 10.08.2020
Ibovespa oscila, mas blue chips garantem a alta no dia
Comentário.
O índice doméstico denotou mais um pregão volátil, que vem sendo a tônica neste primeiro decêndio de agosto. Em verdade, desde o recente dia 17 de julho, o Ibovespa vem oscilando ao redor dos 103.500 pts.
Internamente, se sobressaíram novamente no Congresso as questões fiscais, incluindo discussões sobre a reforma tributária, extensão por um período maior do auxílio emergencial e a manutenção de teto de gastos para o próximo ano.
As altas do preço do minério e do petróleo ajudaram a impulsionar os ganhos nos papéis da Vale e da Petrobras, que, por sua vez, apoiaram a elevação do índice na parte da tarde.
Externamente, no final de semana, sem acordo entre republicanos e democratas no Congresso norte-americano, o presidente dos EUA, Donald Trump, assinou decretos de estímulos econômicos, melhorando o humor dos agentes. Todavia, ainda existe necessidade de acordo entre os partidos para medidas mais robustas de incentivo para a economia local.
Neste panorama, os índices S&P500 e Dow Jones avançaram, mas recuou o índice de tecnologia Nasdaq, que havia batido vários recordes históricos de pontuação na semana passada, apresentando sua segunda sessão consecutiva de realizações de lucros.
De outra mão, os preços dos barris de petróleo para outubro subiram, com o tipo Brent indo a US$ 44,96 (+1,26%) e o tipo WTI passando a US$ 42,17 (+1,64%).
O dólar comercial terminou seguindo de novo o exterior, subindo para R$ 5,4640 (+0,98%). Os juros futuros curtíssimos ficaram quase estáveis, mas o restante da curva subiu.
Ibovespa.
O índice abriu ascendente, mas, ainda pela manhã, virou para campo negativo, decaindo até a primeira hora da tarde, chegando a ter baixa de quase -1,5%. Depois, reagiu e operou positivo nas duas horas finais da sessão. Ponderadamente, as ações da Vale e da Petrobras foram destaques de contribuição para garantir a elevação no dia. Depois, o setor de bancos.
O Ibovespa fechou aos 103.444 pts (+0,65%), acumulando agora +0,52 no mês, -10,55% ano e -0,53% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 25,0 bilhões, sendo R$ 22,5 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa B3
No dia 6 de agosto, a Bovespa registrou retirada líquida de R$ 5,257 milhões em capital estrangeiro, acumulando R$ R$ 3,201 bilhões no mês (saída líquida de R$ 8,408 bilhões em julho). Em 2020, o saldo negativo agora está em -R$ 81,711 bilhões (acima a saída líquida anual recorde de -R$ 44,517 bilhões em 2019).
Agenda Econômica.
No Brasil, a primeira prévia de agosto do IGP-M (inflação ao atacado) variou +1,46% versus +1,18% na primeira prévia de julho – consenso em +1,24%. O indicador passou a acumular +8,27% no ano e 11,61% em 12 meses.
Assim oscilaram seus subíndices: IPA-M em +1,85% (+1,56% antes); o IPC-M em +0,32% (+0,47% antes; e o INCC-M em +1,26% (+0,19% antes).
Câmbio e CDS.
O dólar teve seu comportamento influenciado pelo panorama doméstico percebido pelos investidores, mas, mais uma vez, prevaleceu a valorização da divisa no mercado internacional.
A moeda fechou cotada a R$ 5,4640 (+0,98%), acumulando +4,73% no mês, +36,19% no ano e +38,68% em 12 meses.
Risco-País
O risco-país (CDS Brasil de 5 anos) cedeu para 213 pts frente a 217 pts da sexta-feira passada.
Juros.
Os juros futuros curtíssimos ficaram quase inalterados, mas os demais subiram, se sobressaindo as taxas mais longas. A elevação do dólar influenciou na sessão. Assim fecharam as taxas em relação a sessão anterior:
DI set/2020 em 1,90% de 1,904%;
DI outubro/2020 em 1,885% de 1,888%;
DI Janeiro/2021 em 1,88% de 1,87%;
DI Janeiro/2022 em 2,69% de 2,65%;
DI janeiro/2023 em 3,81% de 3,76%;
DI janeiro/2025 em 5,48% de 5,40%;
DI janeiro/2027 em 6,44% de 6,35%.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 2ª feira, 10.08.2020, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e RENATO ODO, CNPI-P, inetgrante do BB Investimentos