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Investimentos

Terça-Feira, Dia 13 de Outubro de 2020 as 13:10:34



CONEXÃO MERCADO - Análise Semanal em 09.10.2020


CONEXÃO MERCADO - Análise Semanal em 09.10.2020
 
Roger Marçal – Macro Estrategista Chefe
Clara Pereira Cerqueira
Adriana dos Santos Lima
do BB DIMEF Cenários Financeiros
MERCADOS EXTERNOS
 
Retrospectiva Semanal
 
 Expectativa positiva para acordo por novo pacote fiscal nos EUA, além do retorno de Trump à Casa Branca após 3 dias de internação hospitalar por covid-19, garantiram um viés otimista e propenso ao risco nesta semana, a despeito das incertezas que ainda permeiam o cenário.
 
 Na ata do FOMC, evento mais esperado da semana, os dirigentes do FED avaliaram que apesar da melhora na atividade econômica, os níveis de atividade pré-pandemia ainda não foram alcançados e que existem riscos significativos no médio prazo. Estimam também que a retomada dependerá do ritmo de evolução da pandemia. Além disso, ressaltaram que se ajuda fiscal não vier, a recuperação poderá desacelerar.
 
 Quanto aos dirigentes, reiteraram em seus discursos todo o apoio ao que for necessário p/ a recuperação econômica, a manutenção dos juros nos patamares atuais até que as metas de inflação e emprego máximo sejam alcançadas de forma sustentável. Todos também reiteraram pedidos por mais apoio fiscal.
 
 A ata do BCE, destacou que a instituição está pronta p/ ajustar todos os seus instrumentos e que segue monitorando os impactos da valorização do euro ante o dólar. A presidente do BCE, Lagarde, disse que a recuperação do bloco será incompleta, incerta e desigual, e que a instituição está preparada p fornecer mais estímulos, se necessário.
 
 Em relação ao pacote fiscal, a semana iniciou com declarações esperançosas por parte da democrata Nancy Pelosi, presidente da Câmara, passou por momento de estresse após Trump dizer que as negociações estavam interrompidas e que mais estímulos fiscais só após ele ser reeleito, e voltaram à perspectiva positiva quando Trump voltou atrás no que havia dito. Os republicanos aceitaram aumentar o valor do pacote (de US$ 1,2 p/ US$ 1,8 tri), mas ainda abaixo do almejado pelos democratas (US$ 2,2 tri).
 
    Quanto aos indicadores divulgados, nos EUA, o PMI e ISM de serviço vieram mistos, os novos pedidos de seguro desemprego vieram acima do estimado; na Europa, vendas no varejo superaram estimativas, e os PMIs desaceleraram, mas com resultados acima dos previstos, encomendas à indústria na Alemanha surpreenderam com alta acima da expectativa, mas houve queda inesperada da produção industrial.
 
No Reino Unido, a produção industrial também veio bem abaixo da previsão. Na China, o PMI de serviços superou estimativas.
 
 O petróleo registrou forte recuperação na semana, com notícias de interrupção de produção na Noruega, mais um furacão se aproximando do Golfo do México.
 
 No noticiário do coronavírus, França decidiu fechar os bares e adotar outras medidas após pico de infecção entre jovens de 20 a 30 anos; a Alemanha voltou a registrar número de infecções preocupantes; Madri decretou novo lockdown; e EUA e Rússia registraram novos recordes de infectados. No mais, o presidente da OMS disse que é possível que uma vacina contra a covid-19 fique pronta ainda em 2020.
 
 O setor de tecnologia nas bolsas voltou a operar apreensivo, após a Câmara dos EUA considerar que a gigantes do setor cometeram abuso de poder de monopólio e defenderam reformas nas leis antitruste e reestruturação nas empresas. Já o setor aéreo oscilou entre o temor por demissões e falências no setor, e ânimo por promessa de socorro por parte do governo.
 
 Bolsas: Em NY e Europa, os índices subiram, com perspectivas de mais estímulos.
 
 Câmbio: O índice DXY mostrou queda do dólar ante principais. A moeda americana também enfraqueceu ante emergentes, exceto pesos chileno e argentino e lira turca.
 
 Juros: As yields dos treasuries fecharam a semana em alta forte em toda a curva.
 
Perspectiva Semanal
 
 A semana vindoura é mais curta por conta do feriado do Columbus Day nos EUA, que mantém os mercados locais fechados já na segunda-feira. Além da agenda econômica robusta, as atenções dos investidores estarão voltadas para o desenrolar das discussões sobre o pacote estímulos nos EUA, eleições americanas e avanço dos casos de infecções por coronavírus no mundo.
 
 Nos EUA, na agenda de indicadores, destaque para o CPI e PPI de setembro, que devem apontar uma leve desaceleração. Também serão divulgados indicadores de atividade, vendas a varejo e produção industrial, ambos de setembro, cujas expectativas são de melhora em relação ao mês anterior. No mais, os investidores devem seguir atentos aos números dos pedidos semanais de seguro desemprego, que vêm apontando certo arrefecimento nas últimas semanas.
 
 Ainda nos EUA, estão programados diversos discursos de membros do Fed (Clarida, Kaplan, Quarles e Kashkari), cujas falas devem seguir a linha de que novos estímulos fiscais são necessários para dar suporte à recuperação econômica.
 
 No mais, teremos o início da temporada de divulgação dos balanços corporativos referentes ao terceiro trimestre de 2020, destaque para o setor financeiro (JP Morgan e Goldman Sachs).
 
 Na próxima quinta-feira (15) está programado o segundo debate entre Trump e Biden, que por ser virtual, dado que Trump foi diagnosticado com covid-19, tem sido criticado pelo presidente americano, que afirmou inclusive que nesses moldes não irá participar. Caso a ausência de Trump seja confirmada, Biden realizará um evento ao vivo respondendo perguntas de eleitores. A decisão de não participar do debate pode prejudicar ainda mais o desempenho do presidente na eleição, dado que encontra-se atrás de seu opositor nas últimas pesquisas divulgadas.
 
 Na Europa, as preocupações com a segunda onda da pandemia devem continuar ocupando os debates. Neste sentido, os dados da produção industrial do bloco de agosto podem mostrar alguma desaceleração. Na Alemanha, destaque para o CPI de setembro e índice Zew de percepção econômica de outubro.
 
  Na China serão divulgados os números da balança comercial de setembro (esp. 59,25; ant. 58,93bi) e os indicadores de inflação (CPI e PPI) referentes à setembro.
 
 Diante do exposto, apesar dos diversos pontos de incertezas que pairam sobre o cenário global, acreditamos que o viés positivo diante da possibilidade de novos estímulos fiscais nos EUA, mesmo que de forma direcionada e reduzida, deva manter o otimismo dos investidores. Estes permanecem ávidos por mais estímulos, para apoiar suas alocações em ativos mais arriscados num ambiente de ampla liquidez global e juros baixos. No entanto, vale ressaltar o avanço do coronavírus no mundo, podendo trazer novas medida restritivas e a proximidade da eleição americana (inclusive para a liberação do pacote de estímulos) que pode trazer volatilidade e certa cautela nos mercados.
 
Expectativas para a próxima semana
 
 Dólar contra: Principais: Queda (pacote fiscal nos EUA / Contrapontos: avanço da pandemia na Europa + força relativa da economia americana) Emergentes: Queda (maior busca por ativos de maior risco)
 
 Taxas dos Treasuries: Alta (pacote fiscal + indicadores positivos / Contrapontos: impasses sobre pacote fiscal + indicadores fracos + incertezas políticas)
 
 Bolsas: Alta (pacote fiscal + juros baixos + ampla liquidez / Contrapontos: impasse sobre o pacote + indicadores ruins + balanços ruins + patamares técnicos)
 
 
MERCADOS INTERNOS
 
Retrospectiva Semanal
 
 No Brasil, mais uma semana marcada pela volatilidade, mas no geral o viés foi mais positivo, diante de algumas sinalizações no campo político para comprometimento com o regime fiscal local e manutenção da expectativa para o pacote de estímulos americano.
 
 Logo no início da semana, destaque para reuniões e reaproximação entre Maia e Guedes afinando o discurso de que o novo programa social Renda Cidadã ficará dentro das regras do Teto de Gastos, além de mostrarem que o caminho para abrir espaço no orçamento será através de corte gastos, trouxe um alívio para os mercados.
 
 No entanto, os agentes se mantiveram cautelosos com as questões fiscais pela ausência de definição para pontos relevantes do orçamento 2021 e no aguardo da indicação da fonte de financiamento do programa Renda Cidadã, o que só deve ocorrer após as eleições municipais de novembro.
 
 Outro ponto de incômodo para os investidores foi a não formação da Comissão Mista do Orçamento, que foi prorrogada, mais uma vez, para a próxima semana, por falta de acordo político para a presidência do colegiado. Cabe ressaltar que se constituir a comissão é importante para a oficialização dos relatores das medidas e marcação da tramitação da agenda para as reformas.
 
 Na agenda de dados, o IGP-DI (Set) desacelera a 3,30% ante uma alta de 3,87% em agosto. No acumulado em 12 meses, a inflação no atacado atingiu 18,44%. Apesar da desaceleração do índice, o IPC e o INCC continuaram acelerando.
 
 Dólar: Queda, com muita volatilidade, oscilando entre notícias sobre as questões no âmbito fiscal local. Porém, o enfraquecimento da divisa americana no ambiente externo contribuiu para o viés de baixa em relação ao fechamento da semana anterior.
 
 Juros: Baixa em todos os prazos da ETTJ, retirando parte dos prêmios de risco que tinham sidos embutidos na semana anterior, refletindo certo alívio na cena política com sinalização mais positivas para a agenda de reformas. A mudança de estratégia nos leilões do Tesouro Nacional, que ofertou LFT com prazos curtíssimos, negando referendar os prêmios solicitados pelo mercado, também, influenciaram para um ajuste de baixa da curva.
 
► Ibovespa: Segue para fechar em alta, se recuperando após ter atingido o nível de 93,5 mil pts, na última semana. Expectativa referente aos estímulos nos EUA e certo arrefecimento dos ruídos políticos internos ajudaram para valorização do índice. Destaque positivo para ações da Petrobras e setor financeiro.
 
Perspectiva Semanal
 
 No Brasil, os mercados devem seguir uma tendência mais positiva esperada para o ambiente internacional, mantendo as volatilidades diárias, dado a expectativa para possível acordo do pacote de estímulos americano e no aguardo de fatos sobre o quadro fiscal doméstico.
 
 Internamente, a expetativa de que o avanço das matérias no âmbito fiscal, com foco em relação ao orçamento de 2021, na fonte de financiamento do Renda Cidadã, além da tramitação de reformas só devam ser deliberadas após o processo eleitoral municipal em novembro, deve limitar uma recuperação mais consistente dos ativos.
 
 A indefinição sobre esses temas citados, mantém espaço para especulações e
debates referente à eventual prorrogação das medidas que foram adotadas para
tentar mitigar os efeitos da crise sanitária neste ano para o próximo ano, o que
resultaria em severos impactos fiscais.
 
 Contudo, boa parte das incertezas já foram precificadas pelos investidores e a ampla liquidez global, em conjunto de um panorama mais propício para os emergentes no exterior, contribui para um ajuste positivo nos mercados em uma semana esvaziada de eventos.
 
 Além disso, o tom mais ameno das lideranças políticas, encabeçada pelo presidente da Câmara, Rodirgo Maia, sinalizando andamento na agenda de reformas com visão de corte de gastos colabora para arrefecimento dos ruídos locais.
 
 Na agenda de indicadores, destaque para:
 
(i)    IPC-S e IPC-FIPE (2ªQuad/Out);
(ii)   IGP-10 (Out);
(iii)  IBC-Br (Ago); e
(iv)  Pesquisa Mensal de Serviços (Ago)
 
 O IGP-10 (Out) tende a desacelerar referente ao resultado de 4,34% de setembro, com menor pressão do minério de ferro e alguns grãos.
 
Expectativas para a próxima semana:
 
 Dólar: Queda frente ao real, em linha com o movimento externo + alívio domésticos + ajuste técnico -> Contraponto: posição de hedge cambial + continuidade dos ruídos locais + frustração com pacote de estímulos americano.
 
 ETTJ: Estabilidade nos vértices mais curtos, precificando cenário base de
manutenção de juros, e baixa para os vértices médios e longos (incluindo DI
janeiro/23), refletindo melhora da ambiente global + desvalorização do dólar + alivio local -> Contraponto: retorno da cautela fiscal + piora da cena da externa. No mercado de juros, ressalta-se que os leilões de papéis do Tesouro Nacional tem ajudado a influenciar o movimento da ETTJ.
 
 Ibovespa: Alta, acompanhando as bolsas globais e commodities + abrandamento momentânea das preocupações fiscais locais + ampla liquidez -> Contraponto: retorno da cautela fiscal + piora da cena da externa.
 
Confira no anexo a íntegra do relatório a respeito, elaborado por Roger Marçal – Macro Estrategista Chefe, Clara Pereira Cerqueira, Adriana dos Santos Lima, do BB DIMEF Cenários Financeiros.

Clique aqui para acessar o aquivo PDF

Fonte: Roger Marçal, Macro Estrategista Chefe, Clara Pereira Cerqueira, Adriana dos Santos Lima, do BB DIMEF Cenários Financeiros.





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