Lojas Americanas - Resultado no 4º trimestre/2020
Neutro; trimestre novamente impactado por restrições ao comércio físico
Os resultados referentes ao 4T20 da Lojas Americanas vieram neutros, em nossa opinião. Mais uma vez, as restrições ao comércio impostas visando à contenção do alastramento do Covid-19 cobraram um pedágio sobre a receita da companhia. Apesar disso, merece destaque a força que a companhia possui para manter sua alavancagem operacional mesmo diante de um cenário de queda de vendas e margem bruta mais pressionada.
Desempenho das Ações.
Os papéis de LAME4 apresentam uma queda de 10,4% nos últimos doze meses, influenciado pelos impactos que pandemia do Covid-19 vem causando na receita da companhia. Apesar desse desempenho negativo e considerando também que as restrições ao comércio físico deverão seguir pressionando o resultado nos próximos meses, vemos a Lojas Americanas como uma companhia ímpar no que diz respeito à a produtividade em loja mesmo frente um ambiente desafiador.
Além disso, a potencial combinação operacional de negócios com o seu braço digital, a B2W Digital, deve criar sinergias hoje não consideradas em nosso preçoalvo, como a redução em despesas devido à combinação de gastos com logística.
Dessa forma, mantemos nossa recomendação de Compra para LAME 4 e mantemos nosso preço-alvo para o final de 2021 em R$ 35,30.
Desempenho econômico-financeiro (Controladora).
A receita líquida do 4T20 totalizou R$ 4,1 bilhões, o que representa uma queda de 4,8% a/a, mas 2,3% acima das nossas estimativas. Esse resultado decorre do aumento no número de casos de Covid-19 no mês de dezembro, o que fez com que 11% da área de vendas das lojas ficasse fechada durante o trimestre em função das restrições ao comércio físico.
Nesse contexto, as vendas mesmas lojas (SSS, na sigla em inglês) atingiu -5,2% no trimestre, mesmo com as lojas de rua entregando SSS positivo de 5,8%.
A margem bruta atingiu 36,8% (-1,1 p.p. a/a e -0,2 p.p. r/e) em razão de ajustes realizados no sortimento, priorizando itens essenciais, que ganharam representatividade no mix de vendas e pressionaram a margem. Já a margem EBITDA Ajustada veio em 24,2% (-0,3 p.p. a/a e -0,1 p.p. r/e), com o rígido controle de despesas e renegociações de aluguéis compensando parcialmente a queda de margem bruta.
Por fim, a margem líquida atingiu 9,7%, um bem vindo aumento de 0,5 p.p. a/a e +0,1 p.p. r/e, favorecida pela otimização da estrutura de capital da companhia e consequente redução do resultado financeiro líquido como percentual da receita líquida, de -6,1% no 4T19 para -3,4% no 4T20.
Ainda a respeito da otimização da estrutura de capital da Lojas Americanas, pontuamos que a controladora finalizou o ano com um caixa líquido de R$ 609 milhões, ante uma dívida líquida de R$ 3,3 bilhões em 2019.
No consolidado, o caixa líquido totaliza R$ 6,3 milhões em 2020, ante uma dívida líquida de R$ 2,2 milhões em 2019, em decorrência da operação de follow-on da Lojas Americanas, com subsequente aumento de capital da B2W e a emissão de Bonds no mercado internacional.
Confira no anexo a íntegra do relatório a respeito preparado por
GEORGIA JORGE, analista do BB Investimentos
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