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Investimentos

27 de Agosto de 2021 as 15:08:10



GOL - Resultado no 2º Trimestre /2021 - Busca de Liquidez e Foco em Eficiência


GOL  -  Resultado no 2º Trimestre/2021 
Voar é preciso
03.08.2021
por Renato Hallgren, CNPI
 
Em mares nunca navegados, o da pandemia do coronavírus, a Gol segue firme em sua estratégia de preservar a liquidez no seu balanço patrimonial e reforçar a credibilidade junto aos passageiros. 
 
O comprometimento financeiro dos acionistas nesse período culminou com a emissão de ações (R$ 607 milhões) para a reincorporação da Smiles, e o aumento de capital (R$ 423 milhões), resultando em uma injeção de mais de R$1,0 bilhão no balanço da companhia. 
 
A disciplina de capital se observa pela utilização de aeronaves, que atingiu de 8,0 horas/dia no 2T21 (+23,1% a/a), em linha com a retomada de demanda. Enquanto isso, a eficiência operacional se reflete na pontualidade de 96,3% dos horários demarcados de seus voos no mesmo período, de acordo com a Infraero. 
 
Essa combinação de busca por liquidez financeira e foco na eficiência operacional permitirá à companhia superar a crise enfrentada pelo setor aéreo, um dos mais afetados pela pandemia, e retomar a rota de crescimento a partir de 2022. Voar é preciso! 
 
A pandemia do coronavírus colocou o setor aéreo mundial em seu maior teste de stress. Barreiras sanitárias interromperam voos domésticos e internacionais por um período avassalador para as companhias aéreas ao redor do mundo.
 
Cada país conduziu estratégias diferentes de apoio e suporte ao setor, que é fundamental para o transporte de longa distância de pessoas e mercadorias. Foram liberados recursos financeiros, aquisições e fusões de companhias aéreas, e flexibilidade nas regulamentações operacionais do setor.
 
No Brasil, as companhias aéreas utilizaram-se de postergação de pagamento de tributos e tarifas aeroportuárias, redução de jornada e salários. 
 
O mercado financeiro contribuiu com novas emissões de dívidas (bonds e debêntures), postergando amortizações das obrigações de dívidas ao longo de 2020/2021. E, no caso da Gol, houve aporte de capital vindo do acionista controlador.
 
Ainda, aconteceram importantes negociações entre as companhias aéreas e as empresas proprietárias das aeronaves (os arrendadores), por meio das quais foram reestabelecidos novos parâmetros para pagamento do leasing das aeronaves. Um dos mais importantes acordos foi o estabelecimento do pagamento somente quando a aeronave estivesse em operação (power-by-the-hour).
 
Esse conjunto de medidas e esforços construiu pontes para que as companhias aéreas permanecessem solventes financeiramente e estáveis operacionalmente, sem prejudicar a dinâmica do setor aéreo no Brasil e no resto do mundo.
 
Com o avanço da vacinação, as barreiras sanitárias começam a ser reduzidas e a retomada dos voos voltam a reaquecer o mercado aéreo, demonstrando que há uma demanda reprimida por voos internacionais e nacionais. Essa demanda já pode ser observada em mercados asiáticos, Europa e nos EUA, com algumas companhias já registrando fluxo de passageiros nos níveis pré-pandemia.
 
No Brasil, não será diferente com relação à demanda por viagens de turismo e viagens corporativas. O ponto de atenção para os próximos trimestres deverá ser com relação ao preço dos combustíveis de aviação (CAV), que tem correlação com o preço do petróleo e com o dólar, ambos em patamares elevados.
 
A retomada por voos deverá pressionar os custos de combustíveis, leasing de aeronaves e ainda a folha de pagamento. Com isso, acreditamos que a recuperação financeira das companhias aéreas no Brasil poderá se estender para além de 2022, quando talvez poderemos começar a ver as companhias anunciando aumento de frota e estabelecendo estratégias claras de crescimento.
 
A Gol vem operando em mais de 400 voos/dia com 82 aeronaves, de uma frota total de 127 aeronaves. Foram devolvidas 19 aeronaves desde o início da crise, e mais três aviões deverão ser devolvidos no segundo semestre de 2021.
 
Antes da crise, a estratégia da Gol estava na flexibilidade da frota única, com a entrada do Boeing 737 MAX que oferece maior capacidade e autonomia de voo, e menor consumo de combustível. Somado a isso, os governos estaduais vinham travando uma disputa por capturar voos das companhias em troca da redução de impostos (ICMS sobre os combustíveis).
 
Nesse momento, ainda que o maior foco seja na preservação de liquidez e eficiência operacional, a Gol vem demonstrando maior interesse em explorar rotas regionais. Recentemente, anunciou a aquisição da MAP Linhas Aéreas (“MAP”), cuja estratégia está no mercado de transporte aéreo regional, com destaque para a região Amazônica do Brasil.
 
Permanecemos otimistas com a tese de investimento da Gol para o longo prazo, ainda que os desafios prevaleçam nos próximos trimestres, em especial a volatilidade cambial e a alta na cotação do petróleo. 
 
Em linhas gerais, entendemos que a companhia mostrou competência operacional na maior crise do setor aéreo mundial, e sairá mais forte dessa crise do que quando entrou.
Com isso, reafirmamos nossa recomendação de Compra para as ações da GOLL4, com preço alvo para o final de 2022 de R$ 33,0.
 
A ações da GOLL4 vêm apresentando bastante volatilidade ao longo dos últimos doze meses. O setor aéreo tem correlação negativa com as variáveis de petróleo e cambio. 
 
Além disso, aqui no Brasil, as ações do setor tendem a acompanhar os movimentos das ações das companhias aéreas listadas nos EUA.
 
Em 2021, as ações da Gol apresentam queda de ~17% contra uma valorização de ~50% do preço do WTI (West Texas Intermediate), uma referência para a cotação do petróleo. Adicionalmente, a cotação do dólar se manteve acima dos R$ 5,00 na maior parte do ano de 2021, colocando ainda mais pressão nas cotações da Gol.
 
Além das variáveis financeiras, o Brasil enfrentou a segunda onda da pandemia no 2T21, enquanto a maioria dos países asiáticos, europeus e os EUA reabriam suas fronteiras e o fluxo de passageiros nos aeroportos retomavam os níveis pré pandemia.
 
Com o avanço do programa de vacinação brasileiro e a respectiva recuperação da demanda por voos domésticos e internacionais, acreditamos na valorização dos papéis do setor aéreo nos próximos trimestres.
 
Desempenho operacional e financeiro no 2T21
 
A Gol apresentou um resultado neutro no 2T21, período sazonalmente mais fraco para as companhias aéreas; além disso, no Brasil, tivemos um período de redução de mobilidade em função da segunda onda do coronavírus.
 
No ano passado, o segundo trimestre foi o pior período da pandemia, com forte impacto no setor aéreo, deixando mais fraca a base de comparação para o mesmo período de 2021. Com isso, o número de Passageiro-Quilômetro Transportado Pago (RPK) apresentou alta de 344% a/a, totalizando 3,4 bilhões (-63% vs. 2T19).
 
A taxa de ocupação média no segundo trimestre ficou em de 85,1%, o que representa uma alta de +7,0 p.p em relação ao 2T20. A GOL transportou 2,9 milhões de passageiros no 2T21, (+366% a/a); no entanto, essa quantidade de passageiros transportados representa apenas 36% do fluxo de passageiros transportados no 2T19 (período normalizado).
 
Com efeito, a receita líquida no 2T21 atingiu R$1,0 bilhão, (+187% a/a) e queda 67% em relação ao período pré pandemia. As receitas de transportes e outras totalizaram R$ 141 milhões, equivalente a 13,7% das receitas totais.
 
No 2T20, a despesa de variação cambial da Gol havia sido de R$ 473 milhões, enquanto no 2T21, a companhia obteve uma receita de variação cambial no valor de R$ 1,9 bilhão. Excluindo variações cambiais e outras despesas líquidas não recorrentes, o prejuízo líquido após participação de minoritários foi de R$1,2 bilhão. 
 
A Gol revisou suas estimativas para o 2S21, com aumento no número de rotas domésticas de 159 para 168. A frota média operacional foi redimensionada para 102 aeronaves, versus 110 estimadas anteriormente. Com relação às estimativas financeiras, a companhia reduziu sua estimativa de receita líquida de R$ 6,0 bilhões no segundo semestre para R$ 5,4 bilhões, e o EBITDA de R$ 2,0 bilhões para R$ 1,7 bilhão no mesmo período.
 
Por fim, a Gol estima encerrar o ano de 2021 com R$ 4,2 bilhões de liquidez que incluem caixa, aplicações financeiras, caixa restrito, contas a receber e depósitos.
 
Confira no anexo a íntegra do relatório a respeito, elaborado
por RENATO HALLGREN, CNPI

Clique aqui para acessar o aquivo PDF

Fonte: RENATO HALLGREN, CNPI





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