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Investimentos

16 de Outubro de 2021 as 18:10:07



AMBEV Revisão de Preço Meta de Ações em Bolsa


AMBEV
Revisão de Preço
 
Inovando sem moderação: revisão de estimativas e novo preço-alvo
 
Outubro 2021
Por Mary Silva, CNPI e 
Melina Constantino, CNPI
 
Após incorporarmos os últimos resultados trimestrais no modelo financeiro de Ambev, revisamos nossas estimativas e projeções para os próximos anos, levando em consideração o bom momento comercial da empresa em meio à reabertura das economias no Brasil e nos países em que a empresa atua. 
 
Mesmo com as dificuldades impostas pela pandemia, as inovações, o mix favorável de produtos premium e a boa execução da estratégia comercial possibilitaram bons resultados para a Ambev nos últimos trimestres, com recuperação de participação de mercado e crescimento robusto de volumes e receita consolidada.
 
Por outro lado, a elevação de custos, principalmente em decorrência dos altos preços de commodities, o câmbio desfavorável e maiores despesas com distribuição, vendas e marketing, prejudicaram as margens operacionais, tendência que deve se manter para o consolidado do ano de 2021. 
 
Para o próximo ano, e considerando o avanço da vacinação e a desaceleração da pandemia, esperamos a continuidade desta retomada de volumes e receita, com a expectativa de que grandes eventos como o carnaval, shows e outras festividades possam ocorrer normalmente.
 
Entretanto, a elevação de custos e despesas deve continuar em ritmo mais forte do que a capacidade da companhia de repassar preços no curto prazo, visto que a pressão inflacionária tende a afetar negativamente o poder de compra do consumidor. 
 
Novo Preço-Alvo de Ações
 
Assim, ponderando todos os pontos, apresentamos nosso preço-alvo de R$18,50 para o final de 2022, com alteração da recomendação de Neutra para Compra.
 
As ações da Ambev negociam próximo da estabilidade no ano de 2021, com leve queda de cerca de 0,2%, enquanto o Ibovespa tem queda mais acentuada no período, de aproximadamente 4,9%.
 
A recuperação do volume das vendas e da receita consolidada, conforme comentamos nas divulgações de resultados do primeiro semestre do ano, e a perspectiva de reabertura das economias, com funcionamento normalizado de bares e restaurantes e expectativa do retorno da realização de shows, eventos e do carnaval em 2022, trouxeram perspectivas mais positivas para as ações da Ambev, principalmente diante da efetividade e da boa execução de sua estratégia de atuação durante a pandemia. 
 
Os resultados do terceiro trimestre, que estão previstos para serem divulgados no final deste mês (28/out), não devem trazer muitas novidades: esperamos a continuidade do crescimento de volumes e receita/hl, apesar da comparação anual mais difícil, pois o 3T20 foi de forte recuperação, e custos com insumos ainda elevados e não repassados integralmente aos preços de venda, que devem sofrer novos reajustes neste mês, mas o reflexo destes devem ser percebidos somente a partir do 4T21. 
 
Para os resultados do ano consolidado de 2021, esperamos também o efeito de maiores despesas administrativas, em razão de pagamento de remuneração variável aos executivos – que não ocorreu em 2020 – além da elevação de despesas com marketing, vendas e distribuição – esta última relacionada, também, à expansão das plataformas comerciais digitais, como o Zé Delivery e o BEES. 
 
Estratégia focada em inovação e otimização do mix de produtos
 
De acordo com a Ambev, a inovação se tornou um dos principais pilares do negócio da companhia, tanto em termos de produtos, como de relacionamento com os consumidores, de forma a entender suas preferências em diversas ocasiões de consumo.
 
No segmento de cervejas no Brasil, as inovações potencializaram o desempenho comercial no primeiro semestre de 2021, e representaram cerca de 20% do total do faturamento do 2T21, com a Brahma Duplo Malte como o grande destaque – o produto se tornou líder do segmento core plus no ano de seu lançamento.
 
As inovações não se restringiram às cervejas, outras categorias de bebidas, como as da família Beats, também tiveram novos lançamentos, assim como na categoria de bebidas não alcoólicas, com o lançamento nacional da bebida Natu, a versão do Guaraná Antárctica feito com ingredientes 100% naturais.
 
As plataformas digitais Zé Delivery e BEES surgiram com o intuito de aumentar a conveniência para os consumidores, com proposta de entregar bebida gelada a preços acessíveis. No Brasil, a plataforma de entrega direta ao consumidor (“B2C”), Zé Delivery, está presente em mais de 200  cidades, nos 27 estados, e entregou cerca de 29 milhões de pedidos no primeiro semestre de 2021, enquanto os pedidos do ano de 2020 inteiro totalizaram 27 milhões.
 
O aplicativo tende a deixar de ser uma startup para virar uma plataforma omnichannel, já que a reabertura de bares e restaurantes tende a levar o consumidor de volta ao consumo fora da residência. 
 
Neste sentido, de acordo com os comentários recentes da administração, o Zé Delivery pode atuar como uma empresa de tecnologia, concedendo cupons e descontos para serem utilizados nos estabelecimentos, por exemplo. 
 
O objetivo da companhia é melhorar a qualidade do serviço prestado pelo aplicativo, estabelecer parcerias e aproveitar a sua capacidade logística de distribuição. Já existem iniciativas parecidas em outros países em que a companhia atua, como o Appbar, na Argentina, e o Colmapp, na República Dominicana. 
 
Já o BEES é a plataforma digital de vendas para clientes varejistas (“B2B”), permitindo que eles façam um pedido com apenas três cliques. No 2T21, o BEES atingiu R$9,0 bilhões em volume bruto de vendas (GMV), com cerca de 70% da base de clientes ativos já utilizando a plataforma, e atingiu a melhor classificação NPS de todos os tempos.
 
A usual disciplina financeira da Ambev continua como um de seus pontos fortes e de suas prioridades para o curto prazo, com foco em proteger a liquidez em cenários de incerteza, e direcionar os investimentos para as inovações. 
 
Mesmo com o retorno do funcionamento de bares e restaurantes, as novas tendências, que foram aceleradas pela pandemia, como o crescimento do e-commerce, a busca por maior comodidade e maior consumo dentro da residência, devem permanecer e exigir mais efetividade na precificação, por exemplo, dos produtos do canal off-trade, composto principalmente por supermercados, em busca de maior rentabilidade, além da necessidade de boa gestão de mix de vendas – priorizando produtos de maior valor agregado (premiums).
 
Do ponto de vista de alavancagem, a empresa encerrou o primeiro semestre com dívida bruta de R$ 3,0 bilhões, patamar inferior à sua posição robusta de caixa e disponibilidades, de R$ 14,4 bilhões, resultando em um caixa líquido de R$ 11,4 bilhões. 
 
Com relação aos dividendos, a atual política da empresa prevê a distribuição de 40% sobre o lucro líquido anual ajustado, porém a Ambev tem distribuído percentuais superiores de proventos nos últimos anos. Entendemos que a posição confortável de caixa e a baixa alavancagem possibilitarão à companhia que continue distribuindo grande parte de seu lucro, adicionando esta atratividade, do retorno com dividendos, ao investimento em ABEV3 e potencializando o retorno total ao acionista.
 
Revisão de estimativas e preço-alvo 2022E
 
Tese de investimento. 
 
Os principais pilares de nossa tese de investimentos da Ambev são: 
 
(i)    a boa execução da estratégia de crescimento e ganho de participação de mercado, com foco em inovação, por meio de lançamentos contínuos de novos produtos, em diferentes categorias, e novos meios de atender às necessidades de clientes e consumidores; 
 
(Ii) reabertura das economias e retomada do consumo em bares e restaurantes, impulsionando as vendas no canal on-trade, que foi bastante afetado pela pandemia, assim como a expectativa de realização do carnaval, shows e demais eventos em 2022; 
 
(Iii) recuperação gradual de margens operacionais, apesar da continuidade de pressão de custos com matériaprima (commodities), além de maiores despesas com vendas, distribuição e marketing, ao menos até o primeiro semestre de 2022; e (iv) disciplina financeira da companhia.
 
Principais Riscos: 
 
(i)   reabertura das economias, no Brasil e nos países em que a companhia atua, em ritmo mais lento do que o esperado; 
 
(ii)   competição e estratégia comercial de concorrentes limitando reajuste de preços e ganho de participação de mercado da Ambev; 
 
(iii)   incapacidade de repasse de preços e deterioração das margens em magnitude maior do que o esperado; e 
 
((iv) piora de indicadores macroeconômicos e menores níveis de confiança do consumidor.
 
Valuation.
 
Nossa avaliação é baseada no modelo de desconto de fluxo de caixa, com custo ponderado de capital (WACC) de 11,4% e crescimento na perpetuidade (g) de 5,5%. Nosso preço-alvo para 2022 é de R$18,50, com alteração de recomendação de Neutra para Compra, devido ao potencial de valorização em relação ao preço-corrente. 
 
Continuamos monitorando os desafios de rentabilidade no curto prazo da empresa, que resultaram em  projeções de múltiplos ligeiramente acima das médias históricas da própria companhia. 
 
ESG
 
De acordo com a Refinitiv, o rating ESG combinado da Ambev é B-, com base nos dados do Relatório de Sustentabilidade de 2020, sendo B+ no pilar Ambiental, B- no aspecto Social e Cno pilar Governança, e representa uma melhora em relação à 2019, quando a companhia possuía rating C. 
 
Para mais informações sobre o rating ESG mencionado acima, acesse a Seleção BB ESG.
 
Projetos e Iniciativas da Empresa
 
Em junho de 2021 a Ambev promoveu um evento sobre ESG e destacou as diversas iniciativas e projetos em andamento na companhia:
 
No pilar Governança, destaque para metas ligadas a ESG para os diretores e executivos de diferentes áreas, além de apresentação de novos membros do Conselho de Administração, visando maior diversidade na sua composição, entre eles duas mulheres: Lia Matos e Claudia Woods.
 
➢ No pilar Ambiental, dentro da matriz de materialidade definida pela companhia, além dos aspectos globais sobre o assunto, o foco esteve nos temas: água, embalagem circular e mudanças climáticas. 
 
Nos últimos 18 anos, a Ambev reduziu em 55% o seu consumo de água para produção de cerveja, passando de 5,36 litros para 2,43 litros de água para cada 1,0 litro de cerveja produzida. Até 2025, a meta da empresa é utilizar menos do que 2,0 litros de água na produção. Em relação à embalagem circular, 47% das garrafas de vidro da Ambev são feitas com material reciclado, e a meta é chegar a 51% já em 2022. 
 
Para as garrafas pet, este percentual está em 33% atualmente, com meta de atingir 50% no ano que vem, e 77% para as latas, sendo que o atual é de 74%. 
 
Outra meta ambiciosa nesta frente se refere ao compromisso de eliminar a poluição plástica das embalagens até 2025 por meio da reciclagem do material. No assunto “mudanças climáticas”, o compromisso da Ambev é ter 100% da energia elétrica comprada proveniente de fontes renováveis e reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 25% até 2025.
 
Obs.: Em 30/09, a Ambev anunciou sua primeira cervejaria e a primeira maltaria carbono neutro. A cervejaria de Ponta Grossa (PR) e a maltaria de Passo Fundo (RS) reduziram 90% das emissões de gás carbônico e os 10% restantes foram neutralizados.
 
➢ Na frente Social, a companhia destacou algumas iniciativas no combate à Covid-19, como a operacionalização de 100 leitos de hospital, doação de máscaras, álcool em gel, caixas térmicas para armazenamento de vacinas, entre outros.
 
O projeto da água AMA, que reverte todo o lucro das vendas em projetos sociais para levar o acesso à água potável para quem precisa, também possui uma meta: elevar de 223 mil pessoas beneficiadas, em 2020, para 1,0 milhão de pessoas até 2025.
 
Confira no anexo a íntegra do relatório de análse a respeito, elaborado por
MARY SILVA, CNPI, analista senior do BB Investimentos

Clique aqui para acessar o aquivo PDF

Fonte: MARY SILVA, CNPI, analista senior do BB Investimentos





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