Brasil tem que se integrar à "nova revolução industrial", diz ex-ministro
O ajuste fiscal que vem sendo promovido pelas autoridades econômicas do governo federal “vai na direção correta”, mas, para que o Brasil possa retomar o desenvolvimento, terá de se integrar à “nova revolução industrial”, afirmou em 07.05, o ex-ministro do Planejamento João Paulo dos Reis Velloso, presidente do Fórum Nacional.
Promovido pelo INAE Instituto Nacional de Altos Estudos, o evento chega à 27ª edição a partir de 2ª feira, 11.05, tendo como tema central a estratégia para o desenvolvimento do Brasil, a partir do aproveitamento de grandes oportunidades econômicas, sociais e culturais.
Com a presença de autoridades e especialistas de diversas áreas, o fórum se estenderá até o dia 14, na sede do BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, no Rio de Janeiro.
Reis Velloso destacou que é urgente fazer o ajuste fiscal, principalmente em relação às depesas.
"Já temos uma das maiores cargas tributárias do mundo. A carga de impostos do Brasil já é maior do que a dos EUA",
argumentou, ao ressaltar que a contenção de despesas deve ser enfatizada no ajuste fiscal, “porque é realmente muito importante”.
Em relação às despesas, o ex-ministo sugeriu diminuição no número de ministérios. Segundo Velloso, se o País conseguir se integrar à "nova revolução industrial", poderá aproveitar as grandes oportunidades que existem em tecnologias, em recursos naturais, por exemplo.
Com isso, ele acredita que o País poderá alcançar taxas consideradas de alto crescimento, em torno de 5% ou 6% ao ano.
A "nova revolução industrial" é a maior desde 1790, quando foi criado o sistema de fábricas. A proposta do Fórum Nacional se baseia em estudo do Instituto de Tecnologia de Massachusetts EUA, que destaca a existência de três forças propulsoras por trás da "nova revolução industrial".
"A primeira força aponta novos caminhos em termos de avanços industriais, de modo que hoje já é possível criar máquinas inteligentes, como robôs capazes de tomar decisões."
afirmou Velloso.
A segunda força está relacionada à universalização da digitalização “de praticamente tudo”, enquanto a terceira força se refere às inovações como a nanoeletrônica, que é a eletrônica do futuro e tende a ser uma das tecnologias do século 21.
Essas forças se relacionam umas com as outras e atuam entre si, e segundo o ex-ministro,
“deixa de existir aquela rigidez da separação entre indústria e serviço”.
O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, abrirá o 27º Fórum Nacional, abordando a estratégia de transformação do Brasil em país desenvolvido. A sessão terá como convidados especiais os ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa.
Os painéis de debates serão iniciados na 3ª feira, 12.05, pela manhã, com participações do ministro Armando Monteiro, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; e do presidente do IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, Jessé de Souza.