A elevação da SELIC, a redução do credito às Pessoas Físicas e a inflação reduziram o consumo das familias
O consumo das famílias teve um recuo de 0,9% no 1° trimestre/2015, na comparação com o mesmo período de 2014. Essa é a primeira queda neste tipo de comparação desde o 3° trimestre/2003, quando o indicador também caiu 0,9%. O dado foi divulgado, nesta 5ª feira 29.05, pelo IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
A queda de 1,5% na comparação com o último trimestre de 2014 também foi a maior, desde o quarto trimestre de 2008, no auge da crise econômica mundial (2,1%).
“É uma conjuntura de fatores, a gente teve uma desaceleração da massa salarial real, ou seja, da renda do trabalhador e do emprego. As operações de crédito para as pessoas físicas tiveram queda em termos reais. E tivemos aumento da taxa básica de juros [Selic]. E houve uma aceleração da inflação. Isso tudo prejudicou o consumo das famílias”,
disse a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.
Outros dois componentes da demanda interna brasileira também tiveram queda nesses tipos de comparação. O consumo de governo recuou 1,3% na comparação com o trimestre anterior e 1,5% na comparação com o primeiro trimestre de 2014. Essa queda de 1,5% é a maior desde o quarto trimestre de 2000 (-2,8%), resultado que pode ser explicado pelo ajuste fiscal dos governos.
Já a Formação Bruta de Capital Fixo (investimentos) caiu 1,3% em relação ao trimestre anterior e 7,8% em relação ao primeiro trimestre do ano passado. A queda nos investimentos foi influenciada principalmente pelo recuo na importação, mas também por um desempenho negativo da construção.
A demanda externa, por outro lado, contribuiu positivamente para a economia brasileira, já que as exportações tiveram crescimentos de 5,7% na comparação com o 4º trimestre de 2014 e de 3,2% na comparação com o 1º trimestre/2014.