Focus: para 2015, IPCA “de lado”, taxa Selic inalterada e PIB cedeu;
e para 2016, IPCA “de lado”, taxa Selic igual e PIB baixou.
O relatório semanal Focus do Banco Central, com as projeções de mercado (mediana), registrou os seguintes comportamentos em comparação com a semana anterior: o IPCA quase estável a 9,28% (9,29% antes) para 2015 (limite superior em 6,50%) e quase inalterado em 5,51% (5,50% antes) para 2016; o PIB decaiu a -2,26% (-2,06% antes) para 2015 e diminuiu a -0,40% (-0,24% antes) para 2016; e a taxa Selic ficou estacionada em 14,25% a.a. para 2015 e em 12,00% a.a. para 2016.
Considerações:
- O PIB, em campo negativo, decaiu pela sétima semana consecutiva para 2015 e cedeu pela quarta semana seguida para 2016;
- O IPCA, sumariamente, para 2015 prosseguiu rondando os 9,30% e para 2016, seguiu circundando os 5,50%;
- A taxa Selic permaneceu estacionada em 14,25% a.a. para 2015 e em 12,00% a.a. (mediana) para 2016.
Resumidamente, no cenário doméstico, basicamente, a única variável que denotou variação significativa foi o crescimento, que permaneceu em tendência declinante tanto para 2015, como para 2016, nas projeções de mercado.
Assim, uma aparente sinalização dos agentes é que ainda não se procedeu a uma revisão do cenário como um todo, mesmo já estando no final do segundo mês do segundo semestre, mas, que a preocupação maior permaneceu recaindo sobre o crescimento.
No panorama internacional, os temores em relação à desaceleração da economia chinesa chegaram a dar uma trégua ao longo da semana passada.
Entretanto, tornaram a voltar ao escopo dos temores dos agentes, de modo mais contundente, pois aumentaram as preocupações sobre o foco central dos investidores, que é a possibilidade do início do ciclo de elevação das taxas de juros pelo Fed, já no próximo mês nos EUA.
No momento, a chance de alta de 25 pontos-base, para 0,50% a.a., em 17 de setembro, situa-se em 40%, versus 60% pela manutenção.
Todavia, na semana anterior chegou a ser de tão somente 26%. Ademais, antes da decisão do Fed haverá a divulgação, entre outros indicadores relevantes, da criação de vagas na economia (payroll), que poderá ser um “divisor de águas” na percepção de mercado sobre os juros, além da taxa de desemprego, produtividade não agrícola, custo de mão de obra e Livro Bege do Fed (com condições atuais da economia norte-americana).
Os investidores também aguardam declarações de membros do Fed com alguma sinalização. Enfim, nada definitivo ainda sobre a taxa de juros nos EUA.
O COPOM decidiu por unanimidade, no dia 29 de julho de 2015, elevar a taxa básica de juros em 50 pontos-base, para 14,25% a.a., sem viés - que era consenso de mercado, voltando ao patamar idêntico ao de agosto de 2006. Em seu comunicado, o comitê citou:
"manutenção desse patamar da taxa básica de juros, por período suficientemente prolongado, é necessária para a convergência da inflação para a meta no fim de 2016".
Esta foi a sétima alta consecutiva, que teve início em 29 de outubro de 2014, quando estava em 11,00% a.a. A subsequente decisão do comitê está marcada para a próxima quarta-feira (2/setembro).
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do BOLETIM FOCUS,
elaborado por especialistas do BB INVESTIMENTOS