Agência de classificação de risco reduz nota da Petrobras e mais 30 empresas
Um dia após o rebaixamento da nota de crédito do Brasil, a agência de classificação de risco Standard & Poor's retirou o grau de investimento da Petrobras.
A empresa foi rebaixada de BBB-, o último degrau nas notas de países considerados seguros para investir, para BB. A nota está um degrau abaixo da que foi concedida ao país. O Brasil foi rebaixado de BBB- para BB+.
Além da Petrobras, a Standard & Poor's rebaixou as notas de 30 empresas como resultado do rebaixamento do Brasil. Entre elas, estão Eletrobras e Itaipu. Ambas tiveram a nota reduzida em um degrau, para BBB-, com perspectiva negativa. Isso significa que as duas mantêm o grau de investimento, mas há possibilidade de revisão para baixo.
“O rebaixamento da Eletrobras, de Itaipu e da Petrobras está em linha com nosso critério para entidades relacionadas ao governo”,
justificou, em nota, a agência de classificação de risco.
No caso de algumas empresas brasileiras, a Standard & Poor's optou por não rebaixar a nota de crédito. No comunicado divulgado nesta quinta-feira, a agência informa que manteve o rating com perspectiva estável para seis companhias.
Destaca também que manteve o rating com perspectiva negativa para três empresas. Por fim, revisou a perspectiva de 14 companhias para negativa e colocou ratings em vigilância, com implicações negativas, para seis empresas.
A Petrobras se manifestou, por meio de nota, sobre o rebaixamento de sua posição pela agência Standard & Poor's, dizendo que seus financiamentos não possuem cláusulas atreladas ao rating (avaliação de risco) das agências classificadoras de risco e que a reclassificação não provocará alterações nos contratos vigentes.
“A Petrobras tem adotado um conjunto de medidas internas de melhoria de seus processos produtivos e de gestão, de modo a reduzir custos e, com isso, conquistar maior competitividade. Até 2019, a companhia projeta obter redução de custos operacionais da ordem de US$ 12 bilhões. Dentre as medidas adotadas, destacamos a redução do volume de investimentos (Capex) e a priorização do segmento de exploração e produção conforme previsto no novo Plano de Negócios.”
A Eletrobras e o BNDES foram procurados para comentarem o rebaixamento de suas notas, mas até a publicação desta matéria ainda não haviam se pronunciado.
São as seguintes as empresas rebaixadas pela Standard & Poor's:
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Eletrobras-Centrais Elétricas Brasileiras S.A.
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Itaipu Binacional
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Samarco Mineração S.A.
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Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobras)
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Votorantim Participações S.A.
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Votorantim Industrial S.A.
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Votorantim Cimentos S.A.
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Companhia de Gás de São Paulo (Comgás)
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Companhia Energética do Ceará (Coelce)
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Elektro Eletricidade e Serviços S.A. (Elektro)
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Transmissora Aliança de Energia Elétrica S.A. (Taesa)
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Neoenergia S.A.
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Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba)
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Companhia Energética do Rio Grande do Norte (Cosern)
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Companhia Energética de Pernambuco (Celpe)
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Atlantia Bertin Concessões S.A. (AB Concessões)
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Rodovia das Colinas S.A.
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Triângulo do Sol Auto-Estradas S.A.
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Arteris S.A.
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Autopista Planalto Sul S/A.
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CCR S.A.
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Autoban - Concessionaria do Sistema Anhanguera-Bandeirantes S.A.
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Concessionária da Rodovia Presidente Dutra S.A.
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Rodonorte Concessionária de Rodovias Integradas S.A.
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Ecorodovias Concessões e Serviços S.A.
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Concessionária Ecovias dos Imigrantes S.A.
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Santos Brasil Participações S.A.
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AmBev - Companhia de Bebidas das Américas (AmBev)
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Globo Comunicação e Participações S.A. (Globo)
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Multiplan Empreendimentos Imobiliários S.A. (Multiplan)
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Ultrapar Participações S.A. (Ultrapar)