Focus: para 2015, IPCA “de lado”, taxa Selic inalterada e PIB baixou; e para 2016, IPCA aumentou, taxa Selic igual e PIB cedeu.
O relatório semanal Focus do Banco Central, com as projeções de mercado (mediana), registrou as seguintes movimentações em comparação com a semana anterior: o IPCA quase estável em 9,28% (9,29% antes) para 2015 (limite superior em 6,50%) e aumentou a 5,64% (5,58% antes) para 2016; o PIB declinou a -2,55% (-2,44% antes) para 2015 e baixou a -0,60% (-0,50% antes) para 2016; e a taxa Selic permaneceu em 14,25% a.a. para 2015 e em 12,00% a.a. para 2016.
Considerações:
- O PIB para 2015 decaiu, pela nona semana seguida. Para 2016, manteve a tendência declinante pela sexta semana consecutiva.
- O IPCA seguiu rondando a casa dos 9,30% para 2015. Já para 2016, avançou em sequência pela sexta semana, provavelmente, associada à ascensão da expectativa do dólar para o final 2016, que subiu de R$3,70 para R$3,80.
- A taxa Selic se manteve estacionada em 14,25% a.a. para 2015 e em 12,00% a.a. para 2016.
Pela segunda semana sucessiva, a taxa de câmbio (fim de período) mostrou elevação tanto para 2015, quanto para 2016, teoricamente, afetando as projeções de inflação nos modelos utilizados pelos agentes.
No cenário internacional, o CDS (Credit Default Swap) de 5 anos – derivativo que o mercado financeiro emprega como medida de risco-país – alcançando 395 pontos-base (379 pontos-base na semana anterior), em nível idêntico ao de 10 de março de 2009, com alta de 214 pontos-base no ano (201 pontos-base em 31/12/2014) e de 44 pontos-base em setembro (351 em 31/08/2015).
Na semana passada, na noite do dia 9 de setembro, a agência internacional de rating S&P rebaixou a classificação do Brasil para BB+, de BBB- antes, mantendo a perspectiva negativa para a nota. Assim, o País passou da escala de grau de investimento para grau de não investimento.
Externamente, as atenções dos agentes estão voltadas para a decisão do Fed sobre a taxa de juros, na próxima 5ª feira, 17.09.
Neste momento, a probabilidade implícita nas taxas dos Fed Funds é de 70% para manutenção no atual nível, entre 0% e 0,25%, contra 30% de elevação para 0,50%. Agora, a visão de mercado se consolidou para alta somente a partir de dezembro próximo.
O Copom decidiu, no dia 02.09.2015, manter a taxa básica de Juros (Selic) em 14,25%a.a., por unanimidade e sem viés, após sete elevações consecutivas, que tiveram início em 29 de outubro de 2014, quando estava em 11,00% a.a.
Em seu comunicado, o órgão citou:
“Avaliando o cenário macroeconômico, as perspectivas para a inflação e o atual balanço de riscos, o Copom decidiu, por unanimidade, manter a taxa Selic em 14,25% a.a., sem viés. O Comitê entende que a manutenção desse patamar da taxa básica de juros, por período suficientemente prolongado, é necessária para a convergência da inflação para a meta no final de 2016”.
A próxima decisão do comitê está marcada o dia 21.10.2015.
Confira no anexo a íntegra do estudo elaborado pelos analistas de investimentos do BB INVESTIMENTOS