Focus: para 2015, IPCA subiu, taxa Selic estabilizada e PIB cedeu; e para 2016, IPCA ascendeu, taxa Selic igual e PIB inalterado.
O relatório semanal Focus do Banco Central, com as projeções de mercado (mediana), registrou as seguintes alterações em comparação com a semana anterior: o IPCA aumentou a 9,53% (9,46% antes) para 2015 (limite superior em 6,50%) e subiu a 5,94% (5,87% antes) para 2016; o PIB arrefeceu a -2,85% (-2,80% antes) para 2015 e se manteve em -1,00% para 2016; e a taxa Selic permaneceu em 14,25% a.a. para 2015 e em 12,50% a.a. para 2016.
Considerações:
- O PIB prosseguiu declinante pela décima segunda semana seguida, mas, pareceu reduzir seu ímpeto declinante 2015, Já para 2016, após oito semanas decaindo, ficou estável.
- O IPCA aumentou para 2015, após as elevações dos combustíveis na semana passada (gasolina +6,0% e óleo diesel em +4,0% nas refinarias); e para 2016, a inflação manteve sua trajetória ascendente, influenciada pelo patamar da taxa de câmbio esperada, que se mantém em R$4,00 tanto para este ano, quanto para o próximo.
- A taxa Selic conservou-se estacionada em 14,25% a.a. para 2015. Para 2016, depois de duas semanas subindo 25 pontos-base, parou em 12,50% a.a., aparentemente, dominada pela projeção da taxa de câmbio ter estacionado, no momento, em R$4,00.
- A taxa de câmbio (fim de período) para 2015 subiu pela quinta semana sucessiva, para R$4,00, em patamar similar ao de 2016, que não se movimentou.
O CDS (Credit Default Swap) de 5 anos (fonte: CBIN) do Brasil – derivativo usado pelo mercado como medida de risco-país – fechou a 447 pontos-base na sexta-feira (2), recuando 41 pontos-base frente aos 488 pontos-base do fechamento da sexta-feira anterior (25/out), após ter atingido 533 pontos-base no dia 28, revertendo o acumulando em outubro para baixa de 33 pontos-base.
Nos EUA, o payroll (criação de vagas na economia) foi de 142 mil em setembro, versus 136 mil em agosto (dado revisto de 173 mil) – consenso em 202 mil. A taxa de desemprego ficou estável em 5,1% em setembro (5,1% em agosto) – em linha com o consenso. Assim, os números aliviaram a percepção dos agentes sobre a possível alta da taxa de juros pelo Fed, colocando em dúvida a previsão para dezembro próximo, com parte do mercado passando a acreditar em elevação somente para o próximo ano.
O Copom decidiu, no dia 2 de setembro de 2015, manter a taxa básica de Juros (Selic) em 14,25%a.a., por unanimidade e sem viés, após sete altas consecutivas, que tiveram início em 29/10/2014 quando estava em 11,00% a.a. Em seu comunicado, citou:
“O Comitê entende que a manutenção desse patamar da taxa básica de juros, por período suficientemente prolongado, é necessária para a convergência da inflação para a meta no final de 2016”.
A próxima decisão está marcada o dia 21 de outubro de 2015.