Comportamento do Mercado na 3ª feira, 16.02.2016
China e petróleo imprimem volatilidade aos mercados
China
Na Ásia os mercados majoritariamente em alta após a surpresa positiva com o número de novos empréstimos na China, que somaram 2,51 tri de yuans em janeiro, o maior valor para um únicos mês, e acima da previsão de 1,9 tri de yuans.
É a segunda boa notícia em sequência depois do retorno do feriado prolongado. Ontem o PBoC (banco central chinês) fixou a taxa de câmbio com uma valorização de 1,31%, e o presidente da instituição afirmou que não vê motivos para desvalorização do yuan. A bolsa de Xangai teve ganhos de 3,29%.
A bolsa de Tóquio subiu 0,20%.
Petroleo
Mais tarde, enquanto os mercados estavam abertos na Europa, veio a notícia de que alguns dos principais países produtores de petróleo (Arábia Saudita, Rússia Venezuela e Qatar) negociam um congelamento da produção da commodityaos níveis de janeiro.
No entanto, os investidores reagiram com ceticismo ao acordo, já que um corte na produção seria mais apropriado para conter a queda nos preços. Outro fator quecoloca em dúvida o impacto real do acordo foi a ausência do Irã nas negociações. Essa indefinição trouxe volatilidade nos preços do barril de petróleo, que abriu em alta em Londres, porém virou para uma baixa de 3,62% na ICE (contrato futuro para abril).
Europa e EUA
As bolsas da Europa também reagiram mal à pesquisa de expectativas dos consumidores da Alemanha e também à inflação ao consumidor no Reino Unido (-0,8% em janeiro, ante estimativa de -0,7%).
Em Nova Iorque, às 18h20, as bolsas operavam em alta de 0,65%, enquanto o índice DAX (Alemanha) fechou em baixa de 0,78%. Em Nova Iorque, às 18h20, o Dow Jones subia 1,29%, enquanto o S&P 500 ganhava 1,51%.
Brasil
No cenário doméstico, o principal indicador de hoje foi o relatório de vendas no varejo referente ao mês de janeiro, que mostrou queda de 2,7% na comparação mensal (conceito restrito, que exclui automóveis) e 4,3% em termos anuais.
BMF Bovespa
Na Bovespa, o movimento foi de compra desde a abertura dos negócios, apoiado na continuidade da melhora do humor externo. O destaque mais uma vez foram as empresas do setor de siderurgia e mineração, que se beneficiam do noticiário positivo vindo da China:
Gerdau PN (R$ 4,1; 8,18%),
Siderurgica Nacional ON (R$ 4,43; 8,05%),
Metalurgica Gerdau PN (R$ 1,4; 7,69%) e
Vale ON (R$ 11,29;7,42%).
Adicionalmente, empresas exportadoras como Fibria ON (R$ 40,62; 7,95%) e Suzano PN (R$ 14,75; 6,58%) se beneficiaram com o fortalecimento do dólar.
O setor bancário também ajudou a puxar o índice, apesar da perda de fôlego no final do pregão.
Petrobras, que chegou a subir durante a manhã, virou para queda com a queda nas cotações do petróleo, fechando em baixa de 2,18% (ON), a R$ 6,29. A PN teve baixa de 1,77%, fechando R$ 4,44. No final, o índice fechou em alta de 2,13%, a terceira consecutiva, a 40.947 pontos.
Câmbio e Juros Futuros
O dólar subiu, acompanhando o desempenho da moeda no exterior, e fechou em alta de 1,83%, a R$ 4,07. Já os futuros caíram na BM&F, principalmente na ponta curta da estrutura a termo, que sofre maior influência da política monetária.
Os dados do varejo de dezembro confirmam a ausência de pressão inflacionária pela lado da demanda, fazendo com que o mercado mantenha a aposta de estabilidade da taxa Selic ao longo de 2016.
Confira no anexo a íntegra do relatório sobre o comportamento do mercado na 3ª feira, 16.02.2016, elaborado por FÁBIO CESAR CARDOS0, CNPI-P, analista de investimentos do BB INVESTIMENTOS.