Comportamento do Mercado na 6ªfeira, 19.02.2016
Dia de realização de lucros
A terceira semana de fevereiro terminou com saldo favorável para os mercados. Contribuíram para este ambiente as medidas adotadas pelo PBoC para conter a desvalorização do yuan no retorno do feriado prolongado (valorização de 1,31%) e também a recuperação dos preços do petróleo depois que os principais países produtores se reuniram para adotar redução da produção mundial.
Valorização das Commodities
O minério de ferro negociado na China terminou a semana com valorização de 8,8%, a US$ 47,00 a tonelada seca na China. O petróleo teve valorização de 8,94% na semana (WTI).
As ações seguiram sua correlação com o petróleo, e também tiveram fortes ganhos na semana: o índice MSCI subiu 3,49%. Na sessão de hoje a escrita se manteve, e a queda de 3,67% no barril (futuro WTI para março) foi acompanhada de queda na Europa e nos EUA.
A divulgação da inflação ao consumidor em janeiro também esfriou os ânimos, ao colocar de volta na mesa a agenda de normalização de juros pelo Federal Reserve (FED). O índice de preços permaneceu inalterado em janeiro, ante um estimativa de -0,1%. Já o núcleo, que exclui do cálculo energia e transportes, subiu 0,3%, ante estimativa de alta de 0,2%. O índice anual passou para 1,4% (1,3% antes).
O relatório mostra o que muitos analistas já alertavam: a dissipação dos efeitos da valorização do dólar e da queda dos preços do petróleo pode dar argumentos para a ala hawkish do comitê do FED. Às 18h, o Dow caia 0,37%, e o S&P perdia 0,21%.
Bovespa
Na Bovespa, em dia de agenda fraca e baixa liquidez, a melhora da percepção sobre desempenho da China segue dando força às empresas do setor de materiais básicos:
VALE5 (R$ 8,69; 4,07%),
MRFG3 (R$ 6,13; 3,55%) e
SUZB5 (R$ 15,31; 2,75%) foram os destaques.
Petrobras puxou o índice na ponta de baixa, acompanhando a queda do petróleo: PETR4 (-2,83%).
No final, o Ibovespa fechou em leve alta de 0,16%, a 41.543 pontos.
Câmbio e Juros Futuros
O dólar subiu durante a manhã, tendo superado os R$ 4,06 na retomada dos negócios às 14h30, porém entrou em trajetória de queda, e fechou em baixa de 0,31%, a R$ 4,0355.
Na BM&F, os juros futuros, que já vinham em baixa, intensificaram a queda ao longo de toda a curva durante a tarde. Ao término da negociação regular, o contrato de DI para abril de 2016 fechou estável 14,16%. O DI para janeiro de 2017 terminou em 14,22%, de 14,33% no ajuste anterior (-0,73%). O DI para janeiro de 2021 fechou em 15,74%, de 15,87% (-0,82%).
Agenda da próxima semana
Segunda: PMI Markit (Alemanha e Zona do Euro) e contas nacionais (4T) da Alemanha.
Terça: IPC (Alemanha); no Brasil, saldo em transações correntes e nos EUA, PMI Manufatura e vendas de residências.
Quarta: No Brasil, operações de credito (Banco Central).
Quinta: No Brasil, desemprego nas RMP e resultado primário do governo
central; na Zona Euro, IPC; no Reino Unido, contas nacionais; no Japão, IPC e nos EUA, seguro desemprego e pedidos de bens duráveis.
Sexta: No Brasil, resultado consolidado do governo federal; na Alemanha, IPC e nos EUA, contas nacionais. Na China, sem indicadores relevantes.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 6ª feira, 19.02.2016, elaborado por FÁBIO CESAR CARDOSO, CNPI-P, analista de investimentos do BB INVESTIMENTOS