Comportamento do Mercado na 4ª feira, 24.02.2016
Cenário externo segue dominando os negócios na Bovespa A aversão ao risco teve continuidade na sessão de hoje nos mercados globais. Ontem os ministros envolvidos nas negociações para redução da produção de petróleo negaram a possibilidade de um acordo, o que derrubou os preços da commodity.
Na Ásia e na Europa as quedas foram predominantes, com exceção da China, onde o Banco Central promoveu nova desvalorização da moeda local. Em Nova Iorque as bolsas também abriram em baixa, enquanto a bolsa paulista já perdia cerca de 3%. Logo em seguida à abertura, porém, o Departamento de Energia dos Estados Unidos informou que os estoques de gasolina no país caíram 2,236 milhões de barris na semana passada, muito mais do que a estimativa de 300 mil.
Apesar do mesmo relatório informar que os estoques de petróleo bruto cresceram 3,5 milhões de barris (acima dos 2,4 milhões esperados), o fato é que o efeito líquido foi favorável, e o preço do petróleo passou a subir. Outros indicadores divulgados na sequência foram os números preliminares do PMI (indicador antecedente) de serviços da economia americana, que mostraram recuo em fevereiro, para 49,8 pontos, de 53,2 em janeiro, e a venda de novas moradias, que caiu 9,2% em janeiro, para o nível mais baixo desde outubro.
Seguindo
um roteiro já bem conhecido, notícias ruins na economia geralmente são positivas para os mercados, já que os investidores esperam manutenção do apoio dos Bancos Centrais, o que dá suporte aos ativos de risco. Assim, os mercados inverteram a direção e passaram a mostrar recuperação. O Dow Jones terminou em alta de 0,32%, enquanto o S&P subiu 0,44%. O contrato futuro do petróleo tipo Brent (ICE – Londres) fechou em alta de 3,52%, a US$ 34,44 o barril
No cenário doméstico, o tom de pessimismo foi dado pelo rebaixamento, ontem, da nota soberana do Brasil pela agência de risco Moody´s que, juntamente com o cenário externo desfavorável, indicava um quadro de forte queda para a bolsa hoje.
Porém a virada no exterior fez o Ibovespa amenizar as perdas com bancos e Petrobras, que recuperou parte das perdas da parte da manhã e fechou em baixa de 0,71%, a R$ 7,03 (ON).
No final, o índice fechou
em baixa de 1,03%, a 42.084 pontos. No último dado disponível, a Bovespa teve ingresso de capital externo de R$ 219 milhões na segunda-feira (22), quando o Ibovespa teve alta de 4,07%. O saldo de recursos externos em fevereiro está positivo em R$ 1,966 bilhão e, no ano, o resultado é positivo em R$ 1,798 bilhão.
O dólar perdeu força perante o real e terminou a quarta-feira em baixa de 0,17%, a R$ 3,9576. A queda no CDS de 5 anos hoje também indica que o rebaixamento teve menor poder explicativo para a baixa de hoje do que o mau humor que vem se abatendo sobre os investidores a respeito do desempenho futuro da economia global.
Na BM&F, as taxas dos contratos de juros futuros caíram, acompanhando o movimento do dólar. Ao término da negociação regular, o contrato de DI para janeiro de 2017 terminou em 14,18%, de 14,22% no ajuste anterior (-0,28%). O DI para janeiro de 2021fechou em 15,57%, de 15,64% (-0,45%).
Na agenda de indicadores para amanhã: No Brasil, desemprego nas RMP e resultado primário do governo central; na Zona Euro, IPC; no Reino Unido, contas nacionais; no Japão, IPC e nos Estados Unidos, seguro desemprego e pedidos de bens duráveis.
Confira no anexo a íntegra do relatório sobre o comportamento do mercado em 24.02.2016, elaborado por FÁBIO CESAR CARDOSO, CNPI-P, analista de investimentos do BB INVESTIMENTOS