Copom deve manter taxa Selic, diz professor da FGV
O Copom deverá deixar a taxa Selic inalterada em 14,25% na reunião desta semana, segundo Nelson Marconi, professor da FGV/EESP (Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas).
“A Selic deve permanecer no atual patamar, pois elevá-la pode jogar a economia ainda mais fundo no poço. Ainda mais que a economia brasileira sofrerá um baque esta semana com a queda do PIB de 2015 em torno de 4%. Logo, aumentar a taxa de juros também eleva a despesa com juros e a dívida pública, aumentando a insegurança de investidores e contribuindo para elevar ainda mais a taxa de câmbio, o que pode pressionar a inflação. Diminuir a Selic no atual cenário de inflação elevada também não é possível, pois passaria a impressão de que o Banco Central diminuiu a preocupação com o avanço da inflação. Portanto, a estabilidade é a solução mais provável”, explica Marconi.
Em relação à inflação, Marconi diz que ela deve cair nos próximos meses. “A inflação cairá um pouco em relação à observada no ano passado, porque os impactos mais fortes dos reajustes de preços administrados – como energia e combustíveis – já terão se dissipado. Se a taxa de câmbio não subir mais, a pressão sobre os preços dos alimentos também diminuirá. Restam os preços dos serviços, que continuam elevados, devido ao processo de indexação da economia. Logo, a inflação cairá, mas não em uma magnitude que a faça se situar próxima à meta. Possivelmente ficará no intervalo entre 7 e 8%”.