Comportamento do Mercado na 6ª feira, 18.03.2016
Dia de ajustes na Bovespa, com dólar e juros em queda O cenário externo segue apontando para um aumento do apetite pelo risco em função da expansão monetária promovida pelos principais bancos centrais mundiais.
Entre os principais efeitos dessas medidas está a valorização das moedas de países emergentes e das commodities.
Na Europa, o euro caiu mais uma vez em relação ao dólar após o banco central americano sinalizar apenas mais duas elevações de juros este ano, mantendo as bolsas em alta. O índice DAX (Alemanha) fechou em alta de 0,59%, enquanto o CAC-40 ganhou 0,44%.
Nos EUA as bolsas também subiram devido à visão de que um dólar mais fraco pode melhorar a performance das exportações. Os preços do petróleo subiram para novas máximas do ano em meio a expectativas de que os principais produtores cheguem a um acordo para congelar a produção.
Petróleo a US$ 41,45
O contrato futuro para maio do barril tipo Brent fechou estável a US$ 41,45 na ICE (Londres). O minério de ferro também subiu hoje, para US$ 56,3 a tonelada seca (+1,6%). Entre os principais indicadores previstos para a próxima semana estão as prévias de março dos índices dos gerentes de compra (PMI) dos EUA, zona do euro, Alemanha e França.
Bovespa
Na Bovespa, apesar do quadro externo favorável e da alta no preço das commodities, o dia foi de giro fraco e de ajustes (realização de lucros) depois da alta de 6,6% ontem e também devido à zeragem de opções sobre ações, que vencem na segunda-feira.
Entre as maiores perdas destacaram-se justamente os papéis que apresentaram fortes ganhos ontem:
PETR3 (R$ 10,03; -3,93%);
VALE3 (R$ 14,98; -3,35%);
PETR4 (R$ 7,89; -2,59%);
BBAS3 (R$ 20,18; -2,46%) e
BBDC4 (R$ 27,36; -1,76%).
Assim, o índice fechou em baixa de 0,19% nessa 6ª feira, mas fechou a semana em alta de 2,71%, a quarta consecutiva.
No último dado disponível, a Bovespa teve ingresso de capital externo de R$ 20,36 milhões no dia 16, quando o Ibovespa registrou alta de 1,34%. O saldo acumulado de recursos externos em março é positivo em R$ 5,99 bilhões e, no ano o saldo é positivo em R$ 8,15 bilhões.
Câmbio e Juros Futuros
O dólar comercial recuou 1,86% frente ao real, cotado a R$ 3,5796, dando continuidade ao movimento das últimas duas sessões diante do aumento do apetite de risco no exterior, que dá força a moedas de países emergentes.
O Banco Central tem aproveitado para reduzir o estoque de swaps cambiais, rolando parcialmente os contratos vincendos em abril.
Na BM&F, as taxas de juros futuros oscilaram nessa sexta-feira, mas os contratos mais longos recuaram pelo terceiro dia consecutivo, refletindo o cenário externo favorável. Ao término da negociação regular, o contrato de DI para janeiro de 2017 terminou em 13,72%, de 13,78% no ajuste anterior (-0,4%). O DI para janeiro de 2021 fechou em 14,01%, de 14,58% (-3,91%).
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 6ª feira, 18.03.2016, elaborado por FÁBIO CESAR CARDOSO, CNPI-P, analista de investimentos do BB INVESTIMENTOS