Boletim FOCUS de 21.03.2016
para 2016: IPCA arrefeceu, taxa Selic estável e PIB recuou;
para 2017: IPCA e taxa Selic mantidos, mas, PIB cedeu.
No relatório semanal Focus do Banco Central, com as projeções de mercado (mediana), realce maior para a continuidade do abrandamento do IPCA (inflação ao consumidor) para 2016, cujo recuo esperado foi acompanhado agora pela diminuição da variação dos preços administrados.
Também, pela terceira semana seguida, os números para 2017 passaram tão somente por “ajustes finos”.
Resumidamente, o sentimento dos agentes, em relação aos dados macroeconômicos como um todo, prosseguiram em lenta melhoria (fora o paulatino decaimento do PIB para 2016).
Ou seja, neste momento, os investidores enxergam que o “fundo do poço” já foi efetivado e que poderá haver gradual evolução do cenário econômico. Em “economês”, a tendência vista no presente é de uma recuperação em “U”. Obviamente, que um choque com mudança estrutural, interno ou externo, poderia desarranjar esta atual percepção de mercado.
Considerações:
- O PIB para 2016 declinou pela nona semana, para -3,60% (-3,54% antes), e baixou a +0,44% (+0,50% antes) para 2017.
- O IPCA decresceu a 7,43% (7,46% antes) para 2016, pela segunda semana, confirmando a ruptura das anteriores oito semanas consecutivas de altas. A estimativa de um maior “hiato do produto”, por conta do quadro recessivo, e uma menor desvalorização cambial esperada predominaram. Para 2017, pela sexta semana direta, manteve-se no teto da banda superior determinada, fixando um limite máximo, em 6,00%.
- A taxa de juros Selic ficou em 14,25% a.a. para 2016, pela sétima semana ininterrupta, e em 12,50% a.a. para 2017.
- A taxa de câmbio (fim de período) baixou a R$4,20 (R$4,25 antes) para 2016 e para R$4,30 (R$4,34 antes) para 2017.
O CDS (Credit Default Swap - risco-país - fonte: CBIN) de 5 anos do Brasil decaiu a 366 pts na sexta-feira (18/mar), cedendo 25 pts na semana, versus os 391 pts de 11 de março.
Mais uma vez, a redução da aversão ao risco do Brasil foi dominante para a sequência de uma visão mais positiva sobre o País.
Ademais, a percepção de uma tendência declinante para a inflação (IPCA), além da favorável postura mais amena do Fed sobre os juros nos EUA, poderá levar a uma possível baixa de juros pelo Bacen ainda no segundo trimestre deste ano, beneficiando novos investimentos e consumo.
- Veja também o Relatório de Renda Fixa (21.03.2016)
No quadro internacional, o Fed manteve a taxa de juros no intervalo entre 0,25% e 0,50%, na última quarta-feira, dia 16.
Mais do que isto, seu comunicado levou ao entendimento que poderá nem haver elevação da taxa ou que será bem mais tarde neste ano, citando “espera que as condições econômicas em relação aos seus objetivos de máximo emprego e de 2% de inflação estejam estabelecidas.
Essa avaliação terá em conta uma ampla gama de informações, incluindo medidas sobre as condições do mercado de trabalho, indicadores de pressões inflacionárias e expectativas de inflação, como também leituras sobre a evolução financeira e internacional”.