Diário de Mercado na 2ª feira, 15.08.2016
Ibovespa em alta, favorecido por cotação do petróleo e humor no mercado norte-americano
O Ibovespa encerrou em alta, aos 59.148 pts (+1,46%), passando a acumular +3,21% no mês, +36,45% no ano e +24,50% em 12 meses. O giro financeiro da Bovespa foi de R$ 8,74 bilhões, com o volume à vista somando R$ 5,90 bilhões.
No destaque de hoje, não apenas o índice doméstico foi favorecido por uma visão mais otimista sobre o país, como o exercício de opções sobre ações ajudou a movimentar os negócios (trazendo mais R$ 2,62 bi de volume) favoravelmente, com os principais nomes deste mercado - Petrobras e Vale - avançando.
A petrolífera também foi beneficiada pela alta do petróleo no mercado internacional e ainda pelo seu balanço do 2T, considerado positivo pelo mercado.
No último dado disponível (dia 11.08), houve retirada líquida de capital externo de R$ 98 milhões da Bolsa, levando o saldo negativo do mês para R$ 673 milhões, mas ainda permanecendo o acumulado no ano em R$ 16,58 bi positivos.
Na agenda econômica (pg.3), ainda na noite de ontem, o PIB do Japão decepcionou, apresentando um avanço de 0,2% em termos anualizados, frente a uma expectativa do mercado de +0,7%. A desaceleração foi atribuída à queda nas exportações e à redução de gastos por parte das empresas.
Nos EUA, o Índice Empire State de atividade industrial da região de Nova York apresentou um recuo de - 4,21 em agosto frente a +0,55 em julho, segundo o Fed, contrariando o mercado que estimava uma alta de 2,5 pontos.
Boletim Focus
Domesticamente, apenas o relatório semanal Focus, do Bacen, figurou, trazendo novidades majoritariamente negativas, com destaque para a revisão das projeções dos analistas para uma inflação mais alta e uma taxa Selic maior ao término de 2016 – a primeira de 7,20% para 7,31% e a segunda de 13,50% para 13,75%.
Ainda com esta ligeira piora das estimativas de curto prazo, as projeções para 2017 não se alteraram nos quatro principais indicadores (IPCA, Selic, Dolar e PIB) e, embora estejam em uma “parada técnica”, vêm em trajetórias de viés positivo desde meados de maio.
Câmbio e Juros Futuros
No mercado de câmbio (interbancário), com a manutenção do novo volume de contratos ofertados nos leilões de swap cambial reverso, que passou para 15 mil, ante os habituais 10 mil, e já perdura por 3 dias consecutivos, o dólar dos EUA se valorizou perante o real, fechando a R$ 3,1880 (+0,13%), acumulando -1,63% no mês, -19,52% no ano e - 8,52% em 12 meses.
No mercado de juros futuros, em dia de volume fraco, os vencimentos médios e longos recuaram, enquanto os curtos, após uma abertura em alta, refletindo a alta da Selic e da inflação no Focus, recuaram e encerraram a sessão próximos à estabilidade. O CDS brasileiro de 5 anos cedeu mais uma vez, chegando a 254 pts, contra 258 pts na sextafeira.
Nos mercados estrangeiros, na China, reagindo ao anúncio da fusão operacional das bolsas de Shenzhen e Hong Kong, os mercados fecharam em significativa alta. Na ponta oposta, no Japão, o índice Nikkei caiu, refletindo o humor dos investidores com o dado do PIB fraco anunciado.
Na Europa, em dia de agenda fraca por conta de feriado vigente na maior parte do continente, os mercados que operaram o fizeram sem direção única, reagindo primordialmente à cotação do petróleo, que apresentou nova alta na sessão. Nos EUA, os mercados também reagem à commodity e marcam novos níveis recordes para o fechamento de seus principais índices – S&P500, Dow Jones e Nasdaq.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado nesta 2ª feira, 15.08.2016, elaborado por RAFAEL FREDA REIS, CNPI, analista de investimento do BB INVESTIMENTO