Diário do Mercado na 3ª feira, 18.10.2016
Ibovespa avança firme com volume sinalizando continuidade de entrada de capital externo. Inflação sem surpresa nos EUA.
O Ibovespa encerrou aos 63.782 pts (+1,73%), acumulando +9,28% no mês, +47,14% no ano e 35,03% em 12 meses. O preliminar robusto giro financeiro da Bovespa foi de R$9,89 bilhões, com o mercado à vista somando R$9,36 bilhões.
O índice doméstico, além de ter ratificado a superação do teto de fechamento anterior (61.288 pts em 24/08/2014), retornou a patamar similar ao do início de abril de 2012. Ademais, suplantou a resistência de 19.500 pts em dólar, considerado como um “divisor de águas”, encerrando em 20.051 pts em dólar.
O pregão de hoje denotou claramente a melhoria da percepção externa em relação ao Brasil, com o apetite estrangeiro por papéis brasileiros prosseguindo voraz. Os papéis de maior liquidez, como Petrobras, Vale e do setor de bancos alavancaram o índice nesta sessão.
Na agenda econômica (pg.3 do anexo), domesticamente, as vendas no varejo restrito, ajustadas sazonalmente, variaram -0,6% em agosto (-0,6% em julho – revisado de -0,3%), em linha com o consenso de mercado. Já em relação a agosto de 2015, oscilaram -5,5%, contra -5,6% de jul-16/jul-15, abaixo do -5,5% esperado pelos agentes. O Indicador passou a acumular -6,6% no ano a -6,7% em 12 meses.
As vendas do comércio varejista ampliado (incluem veículos e material de construção) variaram -2,0% em agosto (-1,0% em julho – revisto de -0,5%), mais fraco do que o -0,8% projetado pelos analistas. Já em comparação com agosto de 2015, variou -7,7%, perante -10,7% de jul-16/jul-15. O indicador passou a acumular agora -9,3% no ano e -10,2% em 12 meses.
Externamente, nos EUA, ganhou evidência o dado da Inflação ao consumidor (CPI – Consumer Price Index). Na margem mensal a leitura do núcleo do indicador (que exclui itens voláteis como alimentação e energia) a elevação foi de tão somente +0,1% em setembro ante agosto, ante +0,2% aguardado pelo mercado. Já em relação a setembro de 2015, o indicador mostrou variação de +2,2% (+2,3% em agosto), versus consenso de +2,3%.
Ainda que o CPI
não seja a principal métrica inflacionária observada pelo Fed (ficando este delegado ao núcleo do PCE – Personal Consumption Expenditure), o dado pode ser considerado direcionador importante ao reacender discussões sobre o rumo da dinâmica inflacionária, questão que influi diretamente na definição da taxa de juros, atualmente em iminente viés de elevação em dezembro próximo pelo Fed.
No mercado de juros, o dia foi de estabilidade evidenciada ao longo dos vencimentos curtos e médios da estrutura a termo da curva, e viés de ligeira queda na ponta longa. Sem grandes direcionadores no dia, o mercado aguarda o resultado da reunião do Copom amanhã, com a maior parte dos agentes precificando corte de 25 pontos-base na taxa Selicmeta, levando-a a dos atuais 14,25% a.a. – onde encontra-se desde julho de 2015 – para 14,00% a.a.
No mercado de câmbio (interbancário), o dólar norte-americano fechou cotado a R$ 3,1810 (-0,93%), acumulando agora variações de -0,66% na semana, -2,15% no mês, -19,69% no ano e de -17,16% em 12 meses. O CDS (Credit Default Swap) Brasil 5 anos findou em 266 pts, versus 270 pts do fechamento ontem.
Confira no anexo a íntegra do relatório sobre o comportamento do mercado na 3ª feira, 18.10.2016, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, RAFAEL FREDA REIS, CNPI-P, do BB Investimentos