Relatório Focus de 07.11.2016
Destaque: IPCA para 2017 deslizou em direção ao centro da meta.
No relatório semanal Focus do Banco Central, que traz a mediana das projeções de mercado, em meio a dados predominantemente inalterados ou com ajustes finos, destacou-se a queda da inflação ao consumidor (IPCA) projetada para 2017.
Inflação em evidente trajetória rumo ao centro da meta. O otimismo prosseguiu, mesmo após mudança na leitura por parte dos agentes para a Selic-meta ao final de 2017 na semana passada, de 11,00% para 10,75%, e ficou mais evidente na interpretação dos agentes a existência de um maior espaço para afrouxamento monetário permitido por menores pressões inflacionárias.
Na leitura do Focus desta semana, o grande destaque residiu na queda da inflação ao consumidor (IPCA) projetada para 2017, que perdeu o patamar superior a 5% e agora é estimada em 4,94%, denotando o alinhamento das projeções de mercado ao centro da meta oficial do governo, em 4,50%.
A trajetória da inflação mantém-se em ritmo declinante, corroborada pela da tão aguardada descompressão dos preços dos alimentos em setembro, que foi chancelada pelo Bacen ao iniciar o ciclo de afouxo com um corte de 25 pontos-base na taxa Selic em sua última reunião.
Paralelamente, ainda temos o dólar como componente desinflacionário, visto que está encontrando patamares mais reduzidos nos últimos meses em relação ao real, e ainda a persistência de menores pressões sobre os preços, oriunda da inércia da recessão - expressa na interrupção já há algumas semanas da melhoria das projeções de crescimento (PIB), tanto para 2016 quanto para 2017.
PIB, Selic e Câmbio permanecem virtualmente estáticos. Ainda que ligeiras variações tenham sido percebidas na mediana das estimativas de PIB e de Câmbio, entendemos essas alterações como tão somente ajustes finos.
Para o PIB, no entanto, embora parcas, as novas retrações consolidam uma sequência de recuos, ao longo de cinco semanas para 2016 e em três semanas para para 2017. Para a Selic, sem surpresas, as projeções permaneceram na mais absoluta igualdade nos dois horizontes projetivos, com o mercado mantendo a expectativa de redução de 50 pts-base na decisão do Copom, em 30 de novemvro próximo.
Novas alterações nas estimativas devem materializar-se mediante o desenrolar de questões externas, como as eleições presidenciais norte-americanas, onde a vitória pende para a candidata democrata, Hillary Clinton, assim como, domesticamente, o andamento de questões no front fiscal, como a PEC 241, que deverá ser consumada pelo Senado este mês.
Síntese
► O IPCA arrefeceu para 2017, a 4,94% de 5,00% na semana passada, enquanto para 2016, permaneceu inerte em 6,88%.
► A taxa Selic manteve-se idêntica para os dois horizontes projetivos, a 13,50% a.a. para 2016 e a 10,75% a.a. para 2017.
► A taxa de câmbio permaneceu praticamente estacionada em ambos horizontes: para 2016 em R$3,20 e R$ 3,40 (de R$ 3,39 antes) para 2017.
► Embora marginalmente, o PIB retraiu-se pela quarta semana consecutiva em 2016, cedendo a -3,31% (-3,30% antes) e também para 2017, agora em +1,20%, ante +1,21% na semana anterior.
► O CDS (Credit Default Swap - risco-país - fonte: CBIN) de 5 anos do Brasil elevou-se a 286 pts na sexta-feira (04 de novembro), contra 276 pts da sexta-feira anterior (28 de outubro).
Confira no anexo a íntegra do Relatório FOCUS de 07.11.2016, elaborado por Hamilton Moreira Alves, CNPI-T Rafael Freda Reis, CNPI-P, ambos do BB Investimentos