Diário do Mercado na 4ª feira, 30.11.2016
Ibovespa avançou impulsionado pela disparada da Petrobras, após corte da produção de petróleo pela OPEP
O Ibovespa fechou aos 61.906 pts (+1,51%), acumulando +0,56% na semana, -4,65% no mês, +42,81% no ano e +37,20% em 12 meses.
O índice doméstico subiu instantaneamente logo após sua abertura e depois ficou oscilando o restante do pregão ao redor dos 62.100 pts, arrefecendo um pouco nos cinco minutos finais, nos leilões de fechamento.
As ações da Petrobras (PETR4: R$16,00; +9,14%; e PETR3: R$18,47; +10,60%) alavancaram o índice hoje e em conjunto com o setor de bancos garantiram o seu fechamento em alta, mais do que compensando as quedas dos papéis da Vale (VALE5: R$25,55; -3,04%; VALE3: R$28,06; -3,84%) e do setor de siderurgia.
O corte anunciado pela OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) de 1,2 milhão de barris por dia catapultou os preços da commodity nos mercados internacionais, induzindo uma percepção favorável sobre a petrolífera brasileira.
Capitais Externos na Bolsa
A Bovespa computou robusto giro financeiro de R$11,717 bilhões, sendo R$11,302 bilhões no mercado à vista.
No último dado disponível, em 24 de novembro, mostrou ingresso líquido de capital externo na bolsa brasileira de R$216,471 milhões, reduzindo o saldo negativo no mês a R$2,405 bilhões, com acumulado no ano indo a R$15,111 bilhões.
Agenda Econômica
Na agenda econômica (pg.3 do relatório anexo), domesticamente, após estarem fechados os mercados, o Copom decidiu cortar a taxa básica de juros (Selic) em 25 pontos-base, para 13,75% a.a., que era também o consenso de mercado.
O mercado considerou que em seu comunicado o Banco Central foi ameno, sinalizando nível de atividade e inflação mais fracos.
A visão predominante foi que abriu espaço para uma possível redução de 50 pts-base na próxima e primeira decisão em 2017, no dia 11 de janeiro, respeitados os riscos internos e externos.
O PIB 3T16 do Brasil variou -0,8%, após ter oscilado -0,4% no 2T16, praticamente em linha com o consenso de mercado em -0,9%. Assim foram os crescimentos setoriais (T/T-1): serviços em -0,6%; indústria -1,3%; e agropecuária em -1,4%. Já em relação ao 3T15, caiu 2,9%, ante -3,2% do consenso dos analistas. O crescimento acumulado nos 4 últimos trimestres melhorou para -4,4%, versus -4,8% até o trimestre anterior.
Também foram revisados diversos dados anteriores de PIBs (T/T-1), sendo que neste ano foram: 1T16 em -0,5% (-0,4% antes); 2T16 em -0,4% (-0,6% antes).
EUA
Externamente, nos EUA, a geração de empregos privados, medida pela ADP/MA, que é considerado sinalizador para o payroll (criação de vagas na economia) foi de 216 mil em novembro, frente a 19 mil em outubro (dado revisto de 147 mil), vindo acima do consenso dos agentes, em 160 mil vagas.
Já o núcleo do PCE (Personal Consumption Expenditure), que é o indicador de inflação monitorado pelo Fed para auxiliar na tomada de decisão de política monetária, permaneceu em 1,7% em outubro, mesma taxa de setembro e em linha com a estimativa de mercado.
O livro bege do Fed indicou que a economia norte-americana continuou a se expandir na maior parte das regiões, como esperado. De outra mão, o presidente eleito dos EUA, Donald John Trump, escolheu os aguardados nomes para secretário do Tesouro e para secretário do comércio, sendo designados Steven Mnuchin e Wilbur Ross, respectivamente.
Juros
No mercado de juros, o dia foi de ajustes de posicionamentos na ponta mais longa da curva da estrutura da taxa de juros, que recuaram a partir do DI Janeiro/20, apoiadas nas movimentações dos juros em Nova York.
Já a parte mais curta, não sofreu nenhuma mudança significativa, com os agentes já posicionados para a decisão do Copom, na qual o consenso ficou em recuo de 25 pontos-base, para 13,75% a.a. (que acabou se consumando).
Câmbio
No mercado de câmbio (interbancário), o dólar comercial (interbancário) fechou cotado a R$ 3,3880 (-0,21%), acumulando agora -0,56% na semana, +6,17% no mês, -14,47% no ano e -12,61% em 12 meses.
No dia da formação da PTAX – taxa média do Banco Central que precificará os contratos cambiais vincendos amanhã (1º/dez), a moeda esteve oscilando ao redor da estabilidade a maior parte da sessão, mas, firmou-se em baixa do meio da tarde em diante, seguindo a tendência do mercado internacional.
O CDS (Credit Default Swap) brasileiro de 5 anos (CBIN) fechou em 297 pts, diminuindo 3 pts em relação aos 300 pts de ontem.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 4ª feira, 30.11, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e WESLEY BERNABÉ, CNPI, do BB Investimentos.