Diário de Mercado na 5ª feira, 29.12.2016
Felizes 60 mil pontos!
Rafael Reis, CNPI-P
Resumo do dia.
Na última sessão do mercado financeiro de 2016, nesta 5ª feira, apesar dos indicadores econômicos evidenciarem que a economia doméstica ainda enfrentará uma série de desafios para uma retomada, e em meio a dados do mercado de trabalho corroborando o desaquecimento, predominou no mercado um tom de bom humor, capaz de impulsionar a bolsa e o real, com o mercado de juros rondando a estabilidade.
Mercado de Ações.
Em meio ao fraco volume, e dados econômicos não-favoráveis, o Ibovespa encontrou forças para, capitaneado por empresas ligadas a infraestrutura e concessões, encerrar o ano acima do emblemático patamar de 60 mil pontos, registrando a melhor performance anual desde 2009 (+38,94%).
O benchmark da bolsa brasileira encerrou o pregão aos 60.227 pontos (+0,75%), próximo da máxima do dia, com o giro financeiro preliminar no mercado à vista totalizando R$ 4,85 bilhões.
Agenda Econômica.
A taxa de desemprego medida pela PNAD Contínua (IBGE) subiu a 11,9% na média dos três meses findos em novembro, em linha com o aguardado nas estimativas de mercado. O dado foi o pior da série histórica, que data de 2012, e traduz-se em um contingente de desocupados que atingiu 12,132 milhões de pessoas, uma deterioração significativa ante os 9% de desocupação medidos na mesma época do ano anterior.
Vale lembrar que a taxa de desemprego é um dos últimos indicadores a responder a ciclos econômicos, e, embora esperemos uma melhora na confiança e nos investimentos advindo do já iniciado ciclo de cortes da taxa de juros, que tende a se acelerar ao longo de 2017, apenas para o final do ano deveremos ver uma estabilização ou reversão de tendência neste indicador.
A criação de vagas formais na economia medida pelo CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) e divulgada pelo Ministério do Trabalho mostrou um fechamento de 116.747 vagas no mês de novembro, surpreendendo o consenso que esperava, na mediana das estimativas, o encerramento de 72 mil vagas.
Ainda assim, o ritmo de cortes de vagas foi menor do que o constatado em novembro de 2015, quando foram fechados 130.629 postos. Vale salientar que desde abril deste ano, embora acentuado, o ritmo de cortes de postos de trabalho tem sido menor nos dados mensais comparativamente aos respectivos dados do ano de 2015.
No âmbito inflacionário o IGP-M (FGV) de dezembro avançou 0,54%, superando estimativas, que apontavam para 0,45%, e acelerou ante novembro, quando foi constatada uma deflação de 0,03%. No comparativo anual, o indicador, que baliza os reajustes nos contratos de aluguel, avançou 7,17%.
Juros.
Os juros encerraram a última sessão de 2016 majoritariamente em estabilidade, com liquidez reduzida. Na comparação com o ano passado, com a percepção de horizonte bastante melhor do que na época, a retração das estimativas mostrou-se significativa. Como exemplo, o DI para janeiro de 2018, que ao término de 2015 fechou a 16,53 hoje findou a 11,54%.
Dólar e CDS.
Acompanhando o enfraquecimento do dólar no exterior, o real ganhou terreno nesta quinta-feira. A cotação da paridade findou a R$ 3,2464 (-1,15%). Em 2016 o dólar desvalorizou-se perante o real em 16,23%, o que colocou a moeda doméstica na melhor performance ante a divisa norte-americana no ano. Já O CDS (Credit Default Swap) brasileiro de 5 anos (CBIN), ao fechar nos 280 pontos, marcou uma redução de 40% em relação ao fechamento de 2015, quando registrava 473 pontos.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 5ªfeira, 29.12.2016, elaborado por Rafael Reis, CNPI-P, do BB Investiamentos
Rafael Reis, CNPI-P