Superávit comercial de US$ 47,7 bi em 2016
A balança commercial apresentou superávit pelo segundo ano consecutivo, com saldo de US$ 47,7 bi
A balança comercial teve forte superávit pelo segundo ano consecutivo. As exportações recuaram no ano passado, mas a queda ainda mais acentuada das importações garantiu um resultado positivo.
Em dezembro, o superávit foi de US$ 4,4 bi, com US$ 11,5 bi em importações e US$ 15,9 bi em exportações. Em 2017, o superávit deve alcançar US$ 46 bi, em função da taxa de câmbio mais depreciada e de alguma recuperação da atividade.
A resultante dessas forças indica superávits ligeiramente menores nos próximos anos, mas sem comprometer a sustentabilidade externa.
Superávit comercial em dezembro
O superávit comercial em dezembro alcançou US$ 4,4 bilhões, acima das nossas expectativas (US$ 3,1 bi) e do consenso de mercado (US$ 3,8 bi). As exportações somaram US$ 15,9 bi, queda de 0,8 % frente ao mês anterior (com ajuste sazonal). Já as importações somaram US$ 11,5 bi, um avanço de 16.0% frente ao mês anterior. Em relação a dezembro de 2015, as exportações recuaram 5,0%, enquanto importações aumentaram 9,3% na mesma comparação.
A média móvel trimestral dessazonalizada e anualizada do saldo comercial recuou para US$ 45,5 bi.
A queda nas exportações de básicos (-8,7%) foi acompanhada de queda na exportação de manufaturados (-6,7%), enquanto exportações de semimanufaturados cresceram em dezembro na comparação anual (7,4%). Na comparação mensal (com ajuste sazonal) as exportações permaneceram praticamente estáveis (-0,8%), com resultado misto: exportações de básicos e semimanufaturados apresentaram melhora (3,0% e 4,0%, respectivamente), mas exportações de manufaturados apresentaram queda de 14,5%.
As importações aumentaram na comparação anual, apesar da deterioração do resultado acumulado em 12 meses: em relação ao mesmo mês de 2015, a melhora foi de 9,3% controlando pelo número de dias úteis. As importações ex-combustíveis também melhoraram na mesma comparação, puxadas por bens não-duráveis (22,0%), bens intermediários (20,7%) e bens de consumo (19,6%).
Na comparação mensal (com ajuste sazonal), as importações totais subiram (16,0%), com resultado disseminado entre os itens: bens de capital e de consumo não-duráveis avançaram 15,7%, bens intermediários avançaram 13,9% e bens de consumo duráveis apresentaram alta de 5,8%. Apesar da alta na margem, importações seguem em patamares historicamente baixos.
Superávit comercial em 2016
O saldo comercial de 2016 foi superavitário em US$ 47,7 bi, o que significa um aumento de US$ 28 bi em relação aos US$ 19,7 bi registrados em 2015 e um recorde na série histórica [1].
As exportações recuaram de US$ 191 bi para US$ 185 bi. As importações também caíram, mas num ritmo ainda mais acentuado (de US$ 171 bi para US$ 138 bi), em função da atividade ainda fraca, garantindo um superávit comercial expressivo no ano. Houve uma significativa redução da corrente de comércio brasileira, que passou de US$ 363 bi para US$ 323 bi.
Nas exportações, em 2016, houve queda de exportações de básicos (-9,2%) explicada pelos preços em média mais baixos de commodities esse ano do que em 2015. As vendas de manufaturados e semimanufaturados, por sua vez, avançaram: 1,6% e 5,7%, respectivamente.
Dentre as importações, mais uma vez, houve diminuição das compras em todas as categorias de uso, em linha com a atividade em ritmo mais lento. A maior queda foi observada nas importações combustíveis que recuaram 42,9% em relação a 2015.
Os bens de capital, que englobam máquinas e equipamentos, cujo principal demandante é o setor industrial, recuaram 21,2%. As compras de bens intermediários, que são usados como insumos na produção de outros bens, recuaram 14,6%. As importações de bens de consumo também cederam (-19,0%).
Em relação aos principais parceiros comerciais, podemos destacar o aumento do superávit comercial com China, Macau e Hong Kong (US$13,7 bi) e com a Argentina (US$ 4,3 bi), além da redução do déficit com os EUA (-US$ 687 mi) e a reversão do déficit com a União Europeia (US$ 2,2 bi).