Diário de Mercado na 4ª feira, 04.01.20'7
Dólar tem nova queda ante o real com fluxo estrangeiro. Ata do Fed traz otimismo mesmo com incertezas
Resumo do dia.
A forte alta na bolsa vista na véspera estendeu o viés de otimismo doméstico para o dólar, que caiu forte nesta 4ª feira.
Diversos indicadores econômicos de limitado impacto, tanto internos quanto do estrangeiro, no entanto, não foram capazes de imprimir tais ânimos à bolsa.
Ao final do dia a Ata do Fomc, um dos eventos mais relevantes da semana , reforçou o viés de otimismo com o andamento da economia norte -americana , mas ressaltou as dúvidas dos membros do colegiado do BC dos EUA quanto aos rumos da política do futuro presidente Donald Trump.
Mercado de Ações.
Em oposição à euforia da véspera, o mercado acionário viveu um dia de realização de lucros. A forte performance da Vale na 3ª feira inverteu -se, sendo este ativo, nesta sessão, responsável pela maior contribuição negativa ao Ibovespa.
Ao término da sessão regular , o Benchmark findou aos 61.589 pontos (-0,36%), como giro financeiro da bolsa totalizando R$ 6,14 bilhões, sendo o volume à vista R$ 5,90 bilhões.
Agenda Econômica.
Na Ata do Fomc, os destaques de maior relevância deram conta da percepção, com viés otimista da maior parte dos participantes , em relação à continuidade do crescimento moderado da economia por lá, com emprego, renda e inflação caminhando gradativamente para níveis salutares. Em contrapartida, é quase consenso também a elevação de incertezas advindas do vindouro governo de Donald Trump, ainda que predominem apostas em maiores alívios e dispêndios fiscais, em uma política expansionista, o que já era farejado pelo mercado – agora corroborado pela visão do Fed. A ata, preliminarmente, não causou maiores movimentos nos mercados, pois não trouxe em suas linhas nada incongruente ou não -rastreado pela visão dos investidores.
No Brasil, os PMIs (Índices de Gerentes de Compras) de serviços e composto levantados pela consultoria Markit relativos a dezembro registraram leituras em 45,1 e 45,2 respectivamente (abaixo de 50, sinalizam retração). Embora o primeiro tenha vindo quase estável ante o dado de novembro (45,3), o segundo computou avanço no período (44,4 anteriormente). Mesmo com a estabilidade e melhora, no entanto, os índices apresentam comportamento muito semelhantes, oscilando entre as faixas de 44 e 46 desde julho do ano passado, após uma aguda recuperação de seus patamares mínimos em maio de 2016 na esteira dos melhores prognósticos econômicos.
Também por aqui, a inflação medida pelo IPC -Fipe (cidade de São Paulo), tradicionalmente de menor relevância , ganhou destaque pela leitura do mês de dezembro ter mostrado avanço de 0,72% , no comparativo ante novembro, e superado as estimativas de mercado, cuja média apontava para um avanço da ordem de 0,44%. Na decomposição do indicador , uma inesperada reversão na tendência de arrefecimento dos preços dos alimentos foi o fator que mais contribuiu para tal comportamento.
Ainda domesticamente, as vendas de veículos apuradas pela Fenabrave atingiram as 204.397 unidades em dezembro, no total das categorias (automóveis/comerciais leves, e pesados – ônibus e caminhões).
Ainda que o número denote elevação de 14,73% ante novembro – o que é esperado , dada a tradicional sazonalidade do último mês do ano – no comparativo anual , a retração medida foi de 10,24%. No acumulado de 2016 a queda nas vendas totais ante 2015 foi de 20,19%, sendo este o quarto recuo anual consecutivo.
Juros.
Com elevação da cautela derivada de possíveis reajustes nos preços dos combustíveis e também com a inflação medida pelo IPC -Fipe vindo acima das projeções de mercado, o dia observou uma elevação dos diversos vencimentos ao longo da estrutura a termo da curva de juros.
Dólar e CDS.
O dólar protagonizou a oscilação mais significativa do dia, recuando, com o movimento atribuído a um enfraquecimento da moeda no mercado internacional , bem como, no caso do Brasil, suposto fluxo cambial entrante volumoso. Ao término das negociações a divisa findou a R$ 3,2160 (-1,38%).
Já o CDS (Credit Default Swap) brasileiro de 5 anos (CBIN), fechou aos 266 pts, gradualmente em queda, acompanhando o movimento do dólar nesta 4ª feira.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 4ª feira, 05.01.2017, elaborado por Hamilton Moreira Alves, CNPI - T , e Rafael Reis, CNPI - P, do BB Investimento.