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Economia e Finanças

11 de Janeiro de 2017 as 06:01:57



COPOM-Cenário: Expectativa de corte de 50 pts em reunião hoje


Reunião do Copom de 10.01.2017
 
Expectativa: corte de 50 pontos-base
 
 
Após o início do ciclo de afrouxamento monetário pelo Banco Central, com reduções na taxa básica de juros (Selic) de 25 pontos-base em ambas duas últimas reuniões de 2016, acreditamos que o Copom decidirá pelo corte de 50 pontos-base em sua decisão de quarta-feira, 11.01, baixando a taxa Selic para 13,25% a.a.
 
Entendemos também que existirá espaço para continuidade de diminuições da taxa Selic ao longo das próximas reuniões e, dependendo do panorama desinflacionário doméstico e do cenário externo, poderá ser considerada uma maior magnitude.
 
Por que não 25 pontos-base? O sentimento econômico vigente hoje é bastante diferente daquele que embasou a definição da reunião de 30 de novembro. 
 
A retomada econômica ainda não deu sinais claros quanto à sua materialização, gerando postergação das expectativas de melhoria pelo mercado, evidenciada pelos movimentos do relatório Focus – especialmente na projeção de crescimento do PIB.
 
Na semana passada, o fraco dado da produção industrial de novembro chegou a reforçar as apostas em um corte ainda mais agressivo, com os investidores considerando tal movimento como necessário para compensar o esfriamento econômico e, de alguma forma, restaurar os índices de confiança, que também vêm fraquejando após um impulso de recuperação por conta das mudanças no cenário político e a das novas composições do ministério da Fazenda e do Bacen.
 
No campo fiscal – outro aspecto destacadamente relevante para o comitê do Bacen – a promulgação em dezembro da PEC 241/PEC 55, que limita os gastos governamentais, foi interpretada pelo mercado como aumento de credibilidade do governo. 
 
Além disso, o encaminhamento da reforma da previdência, mesmo ainda em estágio preliminar, foi considerado como mais um ponto favorável na agenda positiva concebida pelo governo. Também, a repatriação de recursos foi conceituada proveitosa sob a ótica fiscal, existindo ainda possibilidade de uma reedição em 2017.
 
 
Por que não 75 pontos-base? 
 
É fato que a inflação ao consumidor retraiu-se significativamente ao longo de 2016, destacadamente no último quadrimestre, mas, o cenário recessivo contribuiu substancialmente para a retração dos preços, em detrimento de um equilíbrio salutar entre oferta e demanda.
 
A inflação ao consumidor (IPCA) prossegue em franca desaceleração no acumulado em 12 meses, após resiliência por conta da pressão sobre o preço dos alimentos até o final de agosto do ano passado. A divulgação do IPCA-15 de dezembro, cujo dado veio abaixo das estimativas de mercado, induziu revisões sequenciais no relatório Focus, levando a mediana das projeções para patamar inferior ao limite superior da meta estabelecida, de 6,5%. 
 
Todavia, para 2017, apesar do prognóstico para o IPCA tornar a convergir para o centro da meta, de 4,5%, ainda situa-se em 4,81%. Já a prévia da inflação no atacado (IGP-M) excedeu o esperado, podendo suscitar dúvidas sobre à sustentabilidade do atual patamar inflacionário ao denotar um possível reflexo futuro da alta dos preços. 
 
Em um outro aspecto inflacionário, hoje, o dado de vendas no varejo de novembro surpreendeu positivamente, mas, também acendeu um sinal amarelo em relação a sensibilidade de uma pressão de preços oriunda de um aumento repentino da demanda, no atual cenário doméstico.
 
 
Fator Trump. 
 
A posse de Donald Trump como 45º presidente dos EUA no próximo dia 20 de janeiro representa um fator de incerteza global. que pode ser tanto positivo quanto negativo para o Brasil. Cabe salientar que o país representa um importantíssimo parceiro comercial brasileiro.
 
Por um lado, existe a possibilidade de um governo eminentemente protecionista, conforme aviltado em seu discurso eleitoral. Com isto haveria um esfriamento da relação de comércio não apenas com o Brasil, mas com outras economias emergentes, e uma consequente retração econômica em escala global, postergando o cenário de crescimento mundial mais robusto previsto para este ano. Apesar de consideramos, no entanto, este cenário pouco provável, entendemos que as dúvidas levantadas oferecem um risco adicional à decisão do Bacen.
 
De outra mão, no cenário mais provável, em nossa visão, teremos uma administração mais ortodoxa, com um presidente próximo da figura vista no discurso logo após saber da vitória, que sinalizou a manutenção de boas relações com parceiros comerciais e mercado global em abertura. 
 
Expectativas quanto a seu governo, no entanto, sugerem maiores estímulos à economia estadunidense, alívios fiscais aos contribuintes, e geração de emprego com fortalecimento da indústria nacional, o que tende a gerar pressões inflacionárias e acelerar o processo de normalização das taxas de juros na maior economia mundial. 
 
Entendemos tal cenário como benigno, ao denotar um fortalecimento econômico de um dos maiores parceiros comerciais do Brasil, ainda que o processo de normalização possa até aumentar a volatilidade da cotação do dólar.
 
 
 
 
Confira no anexo a íntegra do relatório sobre a reunião do COPOM, de 10 e 11.01.2017, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e RAFAEL REIS, CNPI-P, ambos do BB Investimentos

Clique aqui para acessar o aquivo PDF

Fonte: HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e RAFAEL REIS, CNPI-P, ambos do BB INVESTIMENTOS





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