Semana inicia em marcha lenta com feriado nos EUA,
mas, incertezas permanecem com Trump e Brexit.
Resumo do dia.
A 2ª feira (16.01) marcou a data final do exercício do vencimento de opções sobre ações na Bovespa, cujos carroschefes são a Petrobras e a Vale. O feriado nos EUA, dia de Martin Luther King Jr, levou os mercados globais a oscilaram refletindo poucos direcionadores.
De outra mão, suscitando incertezas com seu discurso de teor vago da semana passada, Trump permaneceu no radar como principal fator de risco aos mercados, que se mantiveram eminentemente em compasso de espera para sua posse, na próxima 6ª feira, 20.01.
No Reino Unido, a premier Theresa May sinalizou postura mais dura com relação à saída da economia britânica da União Europeia e sobre a retomada do controle sobre fronteira e leis internas, elevando com isso as ansiedades dos investidores em mais um capítulo do temerário Brexit, iniciado em junho do ano passado.
Mercado de Ações.
Com o feriado nos EUA, o mercado doméstico apresentou volume transacionado muito aquém do normal, fato compensado em parte pelo movimento do exercício de opções sobre ações.
Ainda que na abertura dos negócios houvesse predomínio de bom humor no mercado acionário, na parte da tarde os ganhos perderam tração, e ao término da sessão, o Ibovespa fechou aos 63.831 pontos (+0,28%), acumulando +5,98% no mês (e no ano) e +65,50% em 12 meses.
No destaque positivo, a Vale (VALE5: R$ 29,06; +3,27%) reagiu a mais uma forte valorização do minério de ferro na China e ajudou a garantir encerramento positivo do índice doméstico, que teve como sobrecarga a performance negativa da JBS (JBSS3: R$ 11,46; -2,80%).
O giro financeiro da Bovespa foi de R$ 7,21 bilhões, incluindo R$ 3,00 bilhões do exercício de opções sobre ações, sendo o volume do mercado à vista de R$ 3,93 bilhões.
Agenda Econômica.
A inflação medida pelo IPC-S (FGV) registou alta de 0,62% na segunda quadrissemana de janeiro. Apesar de denotar aceleração ante os 0,50% apurados em igual período em dezembro, a alta ficou em linha com o esperado pelo mercado.
Externamente, na zona do Euro, a balança comercial apresentou um superávit de 22,7 bilhões de euros em novembro, acima das projeções de 21,3 bilhões e avançando ante os 19,9 bilhões de euros apurados em outubro.
Embora pouquíssimo movimentada neste princípio de semana, importantes dados são aguardados para os dias vindouros. Os destaques incluem a ata do Copom para a manhã desta 3ª feira, 17.01, inflação ao consumidor e produção industrial norte-americana na 4ª feira, inflação doméstica pelo IPCA-15, definição de juros pelo BCE (Banco Central Europeu) europeu na quinta-feira, e PIB, produção industrial e vendas no varejo na China na 6ª feira.
Juros.
A curva da estrutura a termo da taxa de juros futuros apresentou viés de baixa ao longo de toda sua estrutura. Na ausência de maiores direcionadores, o recuo expressou as apostas dos analistas quanto a uma ata do Copom (agendada para esta terça-feira) que melhor explicite o “novo ciclo” de afrouxamento monetário iniciado na semana passada, com o corte de 75 pontosbase na taxa Selic pelo Copom, acima do consenso de 50 pts-base.
Dólar e CDS.
A moeda norte americana oscilou mais livremente com a reduzida liquidez por conta do feriado nos EUA. Influenciada por elevação das ansiedades dos investidores ante as incertezas advindas do futuro governo Trump, a divisa findou os negócios cotada a R$ 3,2420 (+0,78%), acumulando -0,31% no mês (e no ano) e -19,91 em 12 meses. Já o CDS (Credit Default Swap) brasileiro de 5 anos (CBIN) encerrou estável em relação a 6ª feira passada, aos 252 pts.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 2ª feira, 16.01.2017, elaborado por Hamilton Moreira Alves, CNPI-T Rafael Reis, CNPI-P, do BB Investimento