Diário de Mercado na 4ª feira, 07.02.2017
Índice oscila com preços de commodities e resultados corporativos domésticos, além de incertezas externas.
Hamilton Moreira Alves, CNPI-T
Rafael Reis, CNPI-P
Resumo do dia.
Na 3ª feira, o Ibovespa avançou firmemente de início e arrefeceu na parte da tarde, mas, encerrou em leve elevação, acompanhando o comportamento final das bolsas de Nova York.
O dólar comercial (interbancário) também mostrou trajetória bem semelhante, encerrando não distante da estabilidade, com perspectiva de fluxo positivo, sendo que o Banco Central ainda não sinalizou até agora qualquer movimentação para a rolagem dos contratos cambiais que vencerão em março próximo.
Já os juros terminaram em baixa, apoiados na fraqueza do dólar, na menor rentabilidade dos títulos do Tesouro norte-americano e na expectativa de um IPCA (Inflação ao consumidor), que será divulgado na manhã de amanhã, bem comportado.
No front externo, o petróleo caiu, mas, o minério de ferro subiu. De outra mão, ainda ecoaram hoje as palavras de anseio separatista da candidata à presidência da França, Marine Le Pen, proferidas na véspera.
Mercado de Ações.
Ainda que tenha arrancado em forte alta, o índice doméstico não manteve a tração na parte da tarde e encerrou com pequeno ganho.
O maior destaque do dia ficou por conta do banco Itaú, que mostrou seu resultado do 4º trimestre de 2016 acima do consenso esperado pelos analistas, sendo sua ação ITUB4 a de maior contribuição ponderada no pregão de hoje.
Ibovespa
O Ibovespa fechou aos 64.198 pts (+0,32%), acumulando -1,16% na semana, -0,73% no mês, +6,59% no ano e +58,16% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da bolsa foi de R$ 7,07 bilhões, sendo o volume do mercado à vista de R$ 6,83 bilhões.
O capital estrangeiro na bolsa acumula em fevereiro (até dia 3 – último dado disponível) evasão líquida de tão somente R$ 21,2 milhões.
Agenda Econômica.
Domesticamente, a inflação ao atacado, medida pelo IGP-DI (FGV), variou +0,43% em janeiro, versus +0,83% em dezembro, abaixo do consenso de +0,48%. O indicador passou a acumular +6,02% em 12 meses, retraindo-se ante os 7,18% computados até dezembro de 2016.
A surpresa positiva solidifica ainda mais o viés de “expectativas inflacionárias ancoradas”, expressão adotada pelo Copom quando de sua última deliberação que culminou no terceiro corte consecutivo da taxa Selic, em 11 de janeiro.
A semana, que está movimentada no âmbito de indicadores inflacionários, ainda reserva o IPCA para a 4ª feira e a primeira prévia do IGP-M para 5ª feira.
Externamente, na Alemanha, a produção industrial na maior economia da zona do euro retraiu-se 3,0% em dezembro ante novembro, e surpreendeu negativamente o mercado, que aguardava uma ligeira expansão de 0,3% na média, após uma alta de 0,5% em novembro ante outubro. No comparativo ante dezembro de 2015, oscilou -0,7%.
Juros.
O dado do IGP-DI, que marcou mais uma leitura inflacionária favorável, elevou as expectativas quanto a um também auspicioso IPCA de janeiro, na manhã de amanhã. Com isso, os agentes majoraram suas apostas em direção a um corte não de 75 pontos-base – embora esta magnitude ainda predomine – mas, de 100 pontos na próxima reunião do Copom e com isso os vencimentos futuros dos contratos de juros cederam, em sua totalidade, em especial na região mais curta da curva.
Dólar e CDS.
No Brasil, o dólar comercial (interbancário) terminou quase “de lado”, destoando de outras praças, nas quais houve elevação na moeda norte-americana por conta de declarações separatistas do euro na França.
Na sessão de hoje, a divisa finalizou as negociações cotada a R$ 3,1210 (-0,10%), acumulando agora -0,10% na semana, -0,92% no mês, -4,03% no ano e -20,26% em 12 meses.
Risco País
O CDS (Credit Default Swap) de 5 anos(CBIN) do Brasil fechou em 241 pts, ante 238 pts ontem.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 3ª feira, 07.02.2017, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e RAFAEL REIS, CNPI-P, ambos do BB Investimentos