Diário de Mercado na 4ª feira, 25.02.2017
Em dia de vencimentos, otimismo com retomada econômica brasileira é reforçado com quedas nos juros e dólar
15.02.2017
Resumo do dia.
O otimismo com o mercado doméstico perdurou nesta sessão, com a continuidade de uma melhor expectativa externa sobre o panorama econômico brasileiro.
Ainda, a leitura favorável do IGP-10 fortaleceu o viés desinflacionário e solidificou ainda mais a probabilidade de manutenção do atual ciclo de cortes na taxa Selic pelo Copom, que reúne-se na próxima semana.
Internamente, também, o mercado considerou como vitória do governo a aprovação inicial pelo ministro Celso de Mello do STF, que ainda vai ao plenário do tribunal, da nomeação de Moreira Franco para a Secretaria Geral da Presidência da República (com status de ministro).
Externamente, Janet Yellen, presidente do Fed nos EUA, discursou novamente, reforçando que a economia norte-americana deve atingir os objetivos da instituição em um futuro muito próximo.
Mercado de Ações.
Após uma valorização tímida na abertura, com os investidores aguardando as palavras da presidente do Fed às 13h, o otimismo concretizou-se. Sem surpresas no discurso, o mercado bursátil doméstico prosseguiu a escalada calcado em favoráveis dados econômicos e expectativa de ingresso de recursos advindos da percepção de menos nebulosa retomada econômica e de nova lei de repatriação de recursos.
As maiores contribuições para o Ibovespa ficaram por conta do setor financeiro, o de maior peso na bolsa, que impulsionaram seu fechamento para os 67.976 pts (+1,89%), acumulando agora +2,80% na semana, +5,11% no mês, +12,87% no ano e +69,55% em 12 meses.
O giro financeiro preliminar da bolsa foi de R$ 17,26 bilhões, sendo o volume do mercado à vista de R$ 16,92 bilhões. Vale lembrar que a sessão desta quarta-feira marcou o vencimento de índice futuro e de opções sobre o índice na Bovespa.
Um maior incremento de volatilidade também deverá ser esperado, visto que na próxima 6ª feira, 17.02, é o dia final da zeragem de opções sobre ações – mercado liderado por Petrobras e Vale, cujo vencimento do exercício se dará na próxima 2ª feira, 20.02.
O capital estrangeiro na bolsa em fevereiro (até dia 13) acumula R$ 506,8 milhões. Em 2017, o saldo já soma entrada de R$ 6,75 bilhões.
Agenda Econômica.
O IGP-10 de fevereiro desacelerou a +0,14%, versus +0,88% em janeiro, bem como veio abaixo do consenso de mercado, em +0,24%. O dado dá continuidade à auspiciosa redução generalizada dos índices de preços, sinalizada também pelos IPCA e IGP-DI divulgados na semana anterior, o que solidifica ainda mais as apostas na continuidade dos cortes na Selic pelo Copom.
Lembrando que a subsequente decisão do comitê – na qual esperamos novo corte de 75 pts-base, baixando a taxa a 12,25% a.a. – ocorre na próxima quarta-feira, dia 22, após estarem fechados os mercados.
O volume bruto do setor de serviços (IBGE) teve um aumento de 0,6% em dezembro ante novembro (com ajuste sazonal), mas houve queda de 5,7% no comparativo com dezembro de 2015, inferior ao consenso de mercado, em -4,4% e também abaixo do apurado em nov-16/nov-15, em -4,6%. O acumulado em 2016 registrou variação de -5,00% (-3,6% em 2015) - o pior desempenho da série histórica iniciada em 2012.
Juros.
Houve alívio na curva de juros futuros, refletindo melhores prognósticos para o Brasil, com o IGP-10 abaixo das expectativas, além da baixa do dólar e também com o volume de serviços menor do que o esperado, reforçando a visão que o Bacen pode manter sua política de afrouxamento monetário visando incrementar a retomada econômica o mais rápido possível. Já a parte mais longa da curva respondeu também ao discurso de Yellen e a dados econômicos dos EUA.
Dólar e CDS.
Após o rompimento do patamar de R$ 3,10, o mercado desafia novas mínimas. A rolagem parcial de swaps pelo Bacen não como foi interpretada como dificuldade, mas, um encorajamento, dado o volume menor.
Refletindo não apenas uma melhor visão estrutural da economia, mas, expectativas de ingresso de capital estrangeiro por conta da reabertura do mercado de capitais e de uma nova edição do bem-sucedido programa de repatriação de recursos do exterior, o dólar comercial (interbancário) tornou a ceder.
A moeda encerrou cotada a R$ 3,0600 (-1,07%), acumulando agora -1,61% na semana,-2,86% no mês, -4,88% no ano e -23,44% em 12 meses.
Reiteramos nossa visão anterior para o dólar, de queda perante o real no curto e médio prazo.
Risco País
O CDS brasileiro de 5 anos findou a 222 pts, versus 218 pts da véspera.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado nesta 4ª feira, 15.02.2017, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI - T, e RAFAEL REIS, CNPI - P, ambos do BB Investimentos