Diário de Mercado na 6ª feira, 17.02.2017
Feriado nos EUA na próxima 2ª feira conteve mercado doméstico.
Agentes de olho em Trump
Resumo do dia.
Em uma 6ª feira de zeragem de posições de opções sobre ações, cujo vencimento se dará na próxima 2ª feira, 20.02, os carros-chefes deste mercado mostraram contribuições divergentes, com Petrobras em baixa e Vale em alta.
Uma sinalização favorável foi o volume da Bovespa hoje em conjunto com seu fechamento não distante da estabilidade, apesar da proximidade do feriado nos EUA (“Dia dos Presidentes”) e mesmo com a cautela denotada pelos investidores hoje, visto que também haverá um comício de Donald Trump na Flórida no final de semana.
Vale ressaltar que os agentes enxergam o presidente norte-americano como de imprevisível personalidade e o evento pode se tornar um terreno fértil para novas menções a pautas polêmicas e elevar mais as tensões geopolíticas, especialmente em âmbito imigratório.
Mercado de Ações.
Após uma abertura em queda, o mercado acionário brasileiro foi gradativamente recuperando o ânimo comprador. Apesar disso, com um feriado nos EUA na 2ª feira, 20.02, e também de olho no incremento da aversão ao risco no exterior, não houve ímpeto suficiente para que a montagem de posições tornasse a performance positiva.
Por um lado, a Vale avançou, mas, Petrobras e o setor de bancos pesaram negativamente. Assim, o benchmark da bolsa fechou aos 67.748 pts (-0,10%), acumulando agora +2,46% na semana, +4,76% no mês, +12,49% no ano e +62,74% em 12 meses.
O giro financeiro preliminar da bolsa foi de R$ 7,65 bilhões, sendo o volume do mercado à vista de R$ 7,12 bilhões.
Capitais Externos na Bolsa
Confirmando o prognóstico de sequência de ingresso de capital estrangeiro na bolsa brasileira, houve entrada de R$ 895 milhões nó último dia 15, com o volume acumulado em fevereiro atingindo R$ 1,746 bilhão, elevando o total de 2017 a R$ 7,99 bilhões.
Agenda Econômica.
Internamente, a segunda prévia do IGP-M (FGV) de fevereiro surpreendeu positivamente desacelerar para +0,02% ante +0,76% medido em igual período em janeiro, vindo abaixo do consenso de mercado, em +0,13%.
Também na esfera inflacionária, o IPC-FIPE, que mede a inflação na cidade de São Paulo, também variou minimamente, em +0,02% na segunda quadrissemana do mês, inferior a oscilação de +0,18% anterior e aquém das projeções do analistas (consenso: +0,11%).
Ambos os dados inflacionários positivos exerceram influência na atenuação da curva de juros.
IED Investimentos Externos DiretoS
Na nota do setor externo (Bacen) houve, entre outros indicadores, um destaque para o IDP – Investimento Direto no País, que acusou favorável ingresso de US$ 11,528 bilhões em janeiro, superando as estimativas dos agentes, que aguardavam US$ 9,50 bilhões.
O dado superou amplamente o déficit em conta corrente de janeiro, que foi de -US$ 5,085 bilhões.
Em 12 meses, o Investimento Direto no País avançou para US$ 85,001 bilhões (4,66% do PIB), suplantando largamente o saldo negativo em conta corrente, que acumulou US$ 23,801 bilhões (1,30% do PIB) no mesmo período.
Agenda
Para a semana de últimos dias úteis de fevereiro, a agenda está carregada, sendo mais relevantes a inflação pelo IPCA-15 e pelo IGP-M, além de resultado do setor público, taxa de desemprego e o destaque absoluto, que será a reunião do Copom.
Ao término desta, na 4ª feira, 22.02, após os fechamentos do mercados, conheceremos a definição do comitê quando ao novo patamar para a taxa Selic.
Reiteramos nossa visão de espaço adequado, dado o disseminado viés desinflacionário, a um novo corte de 75 pontos base, baixando a taxa para 12,25% a.a.
Juros.
Na contramão do que acusa um dia de elevação aversão ao risco em âmbito global, os juros retraíram-se majoritariamente. O movimento ocorreu não apenas por volumoso leilão de papéis prefixados do Tesouro, mas, especialmente, houve retração na ponta curta, refletindo montagem de posições no sentido de um possível corte da Selic mais avantajado na semana que vem, embasado nas novas leituras favoráveis de indicadores de inflação divulgados no dia.
Dólar e CDS.
Houve sequência no movimento de ajuste ante as quedas da divisa em relação ao real vistas recentemente.
Assim, o dólar comercial (interbancário), que também valorizou-se perante à maioria dos pares no mercado de câmbio mundial na esteira da elevação da aversão ao risco, encerrou cotado a R$ 3,0950 (+0,42%), acumulando agora -0,48% na semana, -1,75% no mês, -4,83% no ano e -22,29% em 12 meses.
Risco País
O CDS brasileiro de 5 anos, no horário apurado, oscilava em torno dos 231 pts, versus 228 pts da véspera.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 6ª feira, 17.02.2017, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI -T, RAFAEL REIS, CNPI - P, ambos do BB Investimentos.