Diário de Mercado na 3ª feira, 21.02.2017
De olho no Copom, mercado denota elevação de apostas em possível surpresa positiva na decisão da taxa Selic amanhã.
Resumo do dia.
O retorno do feriado dos EUA trouxe, sobremaneira, ventos favoráveis para os mercados acionários. Os índices das bolsas de Nova York tornaram a bater recordes históricos hoje, contagiando positivamente os demais mercados bursáteis pelo mundo afora. Internamente, em mais uma sessão pautada pela fraca agenda de indicadores, os agentes se debruçaram nas elevações de posicionamentos em relação a um possível corte maior da taxa básica de juros pelo Copom amanhã.
Apesar dos agentes, majoritariamente, vislumbrarem redução de 75 pts-base, para 12,25% a.a., na taxa Selic, as apostas por uma baixa de 100 pts-base aumentaram, na véspera da decisão do Banco Central, talvez, induzidas também pela surpresa ocorrida no último encontro, em 18.02.2017, quando a maioria esperava diminuição de 50 pts-base e foi decidido corte de 75 pts-base.
Mercado de Ações.
A abertura foi animada, com o Ibovespa testando quase que imediatamente os 69 mil pts, empurrado pela Vale e pela Petrobras. Pouco depois, com subsequentes realizações nas ações da mineradora, que tinham subido mais de 6% na véspera, o índice arrefeceu um pouco seu ímpeto.
Entretanto, tornou a ganhar força nas duas horas finais, com os avanços recordes em Wall Street e com escalada de alguns papéis que haviam ficado recentemente “atrasados na roda”.
O índice doméstico fechou aos 69.052 pts (+0,76%), acumulando agora +1,92% na semana, +6,78% no mês, +14,65% no ano e +66,22% em 12 meses. O inquebrantável giro financeiro preliminar da bolsa foi de R$ 8,49 bilhões, com o mercado à vista girando R$ 8,29 bilhões.
Capitais Externos na Bolsa
O ingresso de capital estrangeiro na bolsa em fevereiro até o dia 17 soma R$ 1,38 bilhão, chegando o total em 2017 a R$ 7,62 bilhões.
Agenda Econômica.
Apesar de muitos números divulgados, a agenda “não fez preço”. Os destaques ficaram por conta de diversos PMIs (Índices de Gerentes de Compras) divulgados na Europa e EUA.
Em linhas gerais, os PMIs da manufatura, considerados mais expressivos, por expressar o ímpeto por compras dos profissionais ligados a indústrias, elevaram-se na Alemanha e Zona do Euro (passando de 56,4 para 57,0 e de 55,2 para 55,5 respectivamente), e recuaram na França e nos EUA (passando de 53,6 para 52,3 e de 55,0 para 54,3 respectivamente).
Mesmo nas regiões onde verificou-se recuo, o clima ainda é considerado propício, dado que todas as leituras permanecem acima de 50, patamar acima do qual, de acordo com a metodologia do indicador, denota-se maior apetite por parte dos gerentes de compras.
Domesticamente, o início da sabatina de Alexandre Moraes pela CCJ do Senado, que poderia atrair maiores atenções dos agentes, acabou relegado a coadjuvante, permanecendo as atenções voltadas ao movimentado mercado de juros futuros.
Juros.
Ainda que majoritariamente (cerca de 80% de probabilidade) predominem as apostas em um corte de 75 pontos-base por conta da definição de juros a ocorrer nesta quarta-feira (22) após o fechamento dos mercados, a sessão foi marcada por mais um recuo ao longo de toda a curva da estrutura a termo da taxa de juros.
Especialmente, a ponta mais curta refletiu um incremento no posicionamento dos agentes que apostam em uma surpresa favorável por parte do Comitê do Bacen, operando então o mercado de juros descolado do mercado cambial e dos US Treasuries (títulos do Tesouro dos EUA), que subiram no dia.
Dólar e CDS.
Ajustando-se ao retorno de feriado nos EUA na véspera, e em linha com a performance de valorização da moeda norte-americana no mercado externo, o dólar comercial (interbancário) encerrou os negócios cotado a R$ 3,0930 (+0,32%), acumulando agora -0,06% na semana, -1,81% no mês, -4,89% no ano e -23,06% em 12 meses.
Risco País.
O CDS brasileiro de 5 anos, no horário apurado, oscilava em torno dos 225 pts, ante 231 pontos da sessão anterior.
Confra no anexo a íntegra do relatório de analise do comportamento do mercado na 3ª feir, 21.02.2017, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e RAFAEL REIS, CNPI-P, ambos do BB Investimentos.