Trump defende nacionalismo e diz que representa os EUA, não o mundo
“Eu não estou representando o globo, estou representando o nosso país”.
Com esta afirmação, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, arrancou aplausos ao participar nesta 6ª feira, 24.02, como orador, da 44ª Convenção Anual da Ação Política Conservadora (CPAC, na sigla em ingês), em Oxon Hill, Maryland .
Na oportunidade, ele manteve a linha nacionalista, voltou a chamar a imprensa de inimiga e defendeu seu plano anti-imigração.
A convenção é considerada o evento mais importante para os republicanos e demais conservadores do país. Na convenção do ano passado, na época da pré-campanha eleitoral, Trump foi criticado, mas agora foi prestigiado ao ser escolhido como orador.
Segundo a imprensa norte-americana, a última vez que um presidente foi convidado para a CPAC no primeiro ano de seu mandato foi em 1981, com Ronald Reagan.
No discurso, Trump reforçou as promessas de construir um muro no México e endurecer as diretrizes sobre deportação de imigrantes irregulares. Ele voltou a enfatizar o seu slogan de campanha Make America Great Again (Tornar a América Grande de Novo), mas pontuou que isso será para os “cidadãos do país em primeiro lugar”.
Sobre a imprensa, o presidente disse que alguns meios de comunicação se prestam ao papel de divulgadores de notícias falsas (fake news). E disse que há repórteres honestos, mas que muitos são mentirosos.
“Eles são inimigos do povo”,
comentou, referindo-se pela terceira vez publicamente à imprensa e aos jornalistas do país. Trump criticou ainda o uso do anonimato e falou que as fontes devem ser nomeadas ao serem usadas pela imprensa.
FBI
De manhã, antes da convenção, Trump havia criticado o FBI (a polícia federal americana), pelo vazamento de informações à mídia no Twitter. Ele escreveu que o órgão é “incapaz” de evitar a ação de pessoas de dentro da instituição que fazem chegar informações até a imprensa.
Na visão do magnata republicano, o vazamento de informações é um problema para a segurança do país. Em um dos últimos episódios de material investigado pelo FBI e publicado pela imprensa, o jornal The New York Times teve acesso a um relatório com investigações sobre o contato de assessores da campanha eleitoral de Trump com funcionários do governo russo, um ano antes das eleições.